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29/08/2006 - 10h06

Vacina que protege mulher de infecção pelo HPV é aprovada

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da Folha de S.Paulo

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou ontem a primeira vacina que protege as mulheres contra o HPV (papilomavírus humano), vírus responsável por mais de 95% dos casos de câncer de colo do útero. A doença mata 7.000 brasileiras por ano e afeta quase 20 mil.

Conhecida como Gardasil, a vacina foi aprovada para mulheres entre 9 e 26 anos, faixa etária envolvida nos estudos clínicos necessários para a aprovação da droga. No Brasil, cerca de 26 milhões de mulheres estão nessa faixa etária.

A droga, comercializada pela Merck Sharp & Dohme, deve chegar ao país até o final do ano, mas ainda não está certa a sua distribuição na rede pública de saúde. O laboratório ainda não definiu o seu valor no Brasil. Nos EUA, ela foi aprovada em junho último e, nos serviços privados, custa em média US$ 120 a dose. São necessárias três doses para a imunização.

Ainda estão em andamento estudos para avaliar a eficácia da vacina em homens de 16 a 26 anos e em mulheres de 27 a 45.

A recomendação para mulheres entre 9 e 26 anos foi feita porque a vacina funciona melhor em meninas que ainda não iniciaram a vida sexual e, portanto, não tiveram contato com o HPV. Ela não protege pessoas já infectadas nem imuniza contra todos os tipos de câncer uterino --cobre cerca de 70%.

Nos EUA, a indicação da droga na infância e na adolescência foi polêmica. Grupos conservadores, como o Foco na Família, defendem a abstinência sexual como melhor forma de prevenir o HPV e outras doenças sexualmente transmissíveis.

Três doses

Segundo Luiza Vila, chefe do grupo de virologia do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, a vacina é administrada em três doses. Após a injeção inicial, a segunda e a terceira doses são administradas no segundo e sexto meses. Ele afirma que os estudos comprovaram imunidade para cinco anos, mas a expectativa é demonstrar, por meio de novos trabalhos, que a vacina pode conferir uma proteção maior.

Ela afirma ser fundamental que o governo federal estude uma forma de oferecer a vacina na rede pública de saúde.

Segundo o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Jarbas Barbosa, o preço da vacina hoje na rede privada americana é "proibitivo" para o sistema público de saúde brasileiro. Ele diz que ainda não recebeu do laboratório uma proposta de menor preço.

Barbosa diz que outras questões estão sendo levadas em conta pelo ministério, como a faixa etária à qual ela seria indicada e o fato de o efeito protetor comprovado ser de cinco anos. "Iniciamos um estudo de custo e efetividade, confrontando a vacina com outros métodos de proteção, como o exame papanicolau."

Proteção

A vacina protege contra o HPV (papilomavírus humano) tipos 6, 11, 16 e 18. Além de prevenir o câncer de colo do útero, ela também imuniza contra os pré-cânceres cervicais e pré-cânceres vulvares e vaginais causados pelos tipos 16 e 18 e verrugas genitais e lesões cervicais de baixo grau.

Segundo Luiza Vila, a vacina tem eficácia de 100% contra infecção pelos quatro tipos de HPV nas mulheres que ainda não foram expostas ao parasita --portanto, a imunização deveria ocorrer antes que fosse iniciada a vida sexual. Porém, há benefício para mulheres já expostas ao vírus, porque dificilmente alguém se infecta com os quatro tipos de uma vez.

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