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11/09/2006 - 03h59

Coronel assassinado do Carandiru recebia ameaças havia 14 anos

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da Folha de S.Paulo
da Folha Online

O deputado estadual e coronel da reserva da PM Ubiratan Guimarães (PTB), encontrado morto em seu apartamento na noite deste domingo (10), sempre recebeu ameaças de morte desde que comandou a operação que resultou na morte de 111 presos na Casa de Detenção do Carandiru, em 2 de outubro de 1992.

A afirmação é do chefe de gabinete do deputado, Eduardo Anastasi. Ele e um assessor do deputado, coronel Gerson Vitório, encontraram o corpo de Ubiratan por volta das 22h. Os dois foram até o apartamento depois que os filhos do deputado lhe contaram que ele não estava atendendo aos telefonemas.

O coronel reformado morava em um prédio na rua José Maria Lisboa, nos Jardins (bairro nobre na zona oeste da cidade de São Paulo). Quando chegaram ao local, os assessores encontraram Ubiratan caído na sala do apartamento, enrolado numa toalha de banho.

Segundo a polícia, ele foi morto aparentemente com um único tiro de pistola, que o atingiu na região do abdômen.

Não havia sinais de luta no apartamento e a porta dos fundos estava apenas encostada. A polícia acredita que a morte ocorreu entre a noite de sábado e a madrugada deste domingo, já que os jornais do dia permaneciam do lado de fora da porta.

Uma das últimas pessoas a ver o deputado com vida foi sua namorada, uma advogada, que saiu do apartamento às 21h de sábado. Ela deve ser ouvida na manhã desta segunda-feira pelos policiais do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que investigam o crime.

No local do crime, os peritos do DHPP recolheram três armas da própria vítima: dois revólveres 38, que estavam ao lado do cadáver, e uma escopeta 12. O corpo foi retirado do edifício à 1h30 e levado para o IML (Instituto Médico Legal) Central. A perícia terminou por volta das 3h30.

O corpo de Ubiratan deve ser velado no Regimento de Cavalaria "9 de Julho", na rua Jorge Miranda, 238, no bairro da Luz (região central).

Massacre

O deputado atualmente disputava a reeleição. Sua candidatura havia sido impugnada pela Justiça Eleitoral.

O deputado nunca foi preso pela operação que resultou no massacre. Em 2001, Ubiratan chegou a ser condenado a 632 anos de prisão pelas mortes de 102 presos e por cinco tentativas de homicídio no episódio conhecido como massacre do Carandiru --que deixou, no total, 111 mortos--, num julgamento em primeira instância.

Em fevereiro último, o julgamento foi anulado pelos desembargadores do Tribunal de Justiça e Ubiratan, absolvido. A anulação do julgamento gerou protestos de entidades de direitos humanos e repercutiu negativamente no exterior.

O diretor do Carandiru na época do massacre, José Ismael Pedrosa, foi assassinado em outubro do ano passado, em Taubaté (130 km de São Paulo), num crime atribuído ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

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