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30/09/2006
-
14h28
da Folha Online
A dificuldade de acesso ao local do acidente com o Boeing 737-800 da Gol, ocorrido na tarde de ontem no Mato Grosso, a 200 km de Peixoto Azevedo, reduz cada vez mais as chances de que as equipes de resgate localizem sobreviventes.
A FAB só chegou ao local na tarde de hoje, mais de 20 horas após o momento da queda. "Dois militares especializados em busca e resgate desceram em uma área próxima aos destroços para abrirem clareira em meio à densa vegetação", diz o comunicado da FAB.
"Até o presente momento, não é possível adiantar informações a respeito das pessoas que estavam a bordo da aeronave acidentada", adianta o comunicado.
Mesmo assim, a FAB ordenou que o hospital de Peixoto Azevedo deixe médicos de prontidão para receber possíveis feridos. O problema é que o hospital da cidade é pequeno e não dispõe de estrutura para atendimentos de casos mais graves. O hospital mais bem equipado para esse tipo de serviço estaria em Cuiabá, a mais de 1.000 km de distância do acidente.
O vôo 1907 saiu de Manaus e seguia para Brasília, ontem. Transportava 149 passageiros e seis tripulantes. Durante a viagem, teria colidido com um avião menor, um jato Legacy, que conseguiu fazer pouso de emergência sem feridos na base aérea da serra do Cachimbo.
Os destroços do Boeing, no entanto, foram localizados por volta das 9h deste sábado por militares em uma fazenda no alto Xingu, entre Pará e Mato Grosso.
A Gol Linhas Aéreas divulgou a lista de passageiros na madrugada de hoje.
Assim que forem localizados, os corpos das vítimas serão levados para a base aérea do Cachimbo, em Novo Progresso, no Pará.
Investigação
Integrantes da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) especializados em segurança ainda irão iniciar as investigações sobre as causas do acidente --a conclusão pode demorar três meses ou mais para sair, afirmou Denise Abreu, diretora do órgão.
O piloto, o comandante Décio Chaves Jr., tinha 10 mil horas de vôo. A Gol informou que o avião desaparecido era novo --tinha apenas 200 horas de vôo. Segundo a empresa aérea, o Boeing foi recebido do fabricante em 12 de setembro passado.
O piloto do Legacy já foi ouvido, mas não foram divulgados detalhes de suas declarações --a Infraero tampouco não informou o nome dos passageiros do jato.
Perguntas
Segundo o tenente-brigadeiro José Carlos Pereira, piloto experiente, é preciso descobrir o motivo de dois aviões bem equipados e novos estarem no mesmo nível, quando deveriam estar a uma distância mínima de 300 metros. 'São aviões com equipamentos anticolisão. Precisamos saber por que eles não evitaram o acidente', disse o tenente-brigadeiro.
Pereira também levantou a necessidade de esclarecimentos acerca do fato de qual avião estaria acima ou abaixo do nível correto, e ressaltou que a altura das aeronaves, entre 36 e 37 mil pés, é completamente visualizada por radares.
Na velocidade em que os aviões estavam, de acordo com Pereira, seria impossível aos pilotos fazerem qualquer identificação visual de outro avião. No entanto, os equipamentos deveriam ter alertado sobre a possibilidade de rotas coincidentes.
Quando isso acontece, o sistema alerta o piloto com sinais sonoros e luminosos, além de orientar o procedimento. 'O piloto não precisa raciocinar, basta seguir a orientação', explicou.
Relatos
O radioamador Laudir Benevides, 56, morador de Alexânia (GO), disse ter avisado a Polícia Civil de Brasília sobre o desaparecimento do avião. Ele disse que estava com outros radioamadores quando a freqüência foi interrompida por um rapaz que afirmou ter visto um avião de grande porte voando baixo perto da fazenda Jarinã, na cidade de Matupá (MT), e depois escutado um estrondo. 'Possivelmente seria uma explosão', disse.
Segundo afirmou à Folha Online, após avisar a polícia, funcionários da Gol entraram em contato com ele. De acordo com Benevides, o local apontado 'é uma área de difícil acesso'.
Pilotos de táxi aéreo da região norte de Mato Grosso ouvidos pela Agência Folha também disseram que moradores de uma fazenda Jarinã, próxima à cidade de Peixoto de Azevedo (701 km ao norte de Cuiabá) ligaram para o piloto Silvio Corrêa e pediram o telefone do Campo de Provas da Serra do Cachimbo, após ouvirem a possível explosão.
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Quase 20 horas após queda do avião, FAB chega ao local, mas não fala em sobreviventes
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A dificuldade de acesso ao local do acidente com o Boeing 737-800 da Gol, ocorrido na tarde de ontem no Mato Grosso, a 200 km de Peixoto Azevedo, reduz cada vez mais as chances de que as equipes de resgate localizem sobreviventes.
A FAB só chegou ao local na tarde de hoje, mais de 20 horas após o momento da queda. "Dois militares especializados em busca e resgate desceram em uma área próxima aos destroços para abrirem clareira em meio à densa vegetação", diz o comunicado da FAB.
"Até o presente momento, não é possível adiantar informações a respeito das pessoas que estavam a bordo da aeronave acidentada", adianta o comunicado.
Mesmo assim, a FAB ordenou que o hospital de Peixoto Azevedo deixe médicos de prontidão para receber possíveis feridos. O problema é que o hospital da cidade é pequeno e não dispõe de estrutura para atendimentos de casos mais graves. O hospital mais bem equipado para esse tipo de serviço estaria em Cuiabá, a mais de 1.000 km de distância do acidente.
O vôo 1907 saiu de Manaus e seguia para Brasília, ontem. Transportava 149 passageiros e seis tripulantes. Durante a viagem, teria colidido com um avião menor, um jato Legacy, que conseguiu fazer pouso de emergência sem feridos na base aérea da serra do Cachimbo.
Os destroços do Boeing, no entanto, foram localizados por volta das 9h deste sábado por militares em uma fazenda no alto Xingu, entre Pará e Mato Grosso.
A Gol Linhas Aéreas divulgou a lista de passageiros na madrugada de hoje.
Assim que forem localizados, os corpos das vítimas serão levados para a base aérea do Cachimbo, em Novo Progresso, no Pará.
Investigação
Integrantes da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) especializados em segurança ainda irão iniciar as investigações sobre as causas do acidente --a conclusão pode demorar três meses ou mais para sair, afirmou Denise Abreu, diretora do órgão.
O piloto, o comandante Décio Chaves Jr., tinha 10 mil horas de vôo. A Gol informou que o avião desaparecido era novo --tinha apenas 200 horas de vôo. Segundo a empresa aérea, o Boeing foi recebido do fabricante em 12 de setembro passado.
O piloto do Legacy já foi ouvido, mas não foram divulgados detalhes de suas declarações --a Infraero tampouco não informou o nome dos passageiros do jato.
Perguntas
Segundo o tenente-brigadeiro José Carlos Pereira, piloto experiente, é preciso descobrir o motivo de dois aviões bem equipados e novos estarem no mesmo nível, quando deveriam estar a uma distância mínima de 300 metros. 'São aviões com equipamentos anticolisão. Precisamos saber por que eles não evitaram o acidente', disse o tenente-brigadeiro.
Pereira também levantou a necessidade de esclarecimentos acerca do fato de qual avião estaria acima ou abaixo do nível correto, e ressaltou que a altura das aeronaves, entre 36 e 37 mil pés, é completamente visualizada por radares.
Na velocidade em que os aviões estavam, de acordo com Pereira, seria impossível aos pilotos fazerem qualquer identificação visual de outro avião. No entanto, os equipamentos deveriam ter alertado sobre a possibilidade de rotas coincidentes.
Quando isso acontece, o sistema alerta o piloto com sinais sonoros e luminosos, além de orientar o procedimento. 'O piloto não precisa raciocinar, basta seguir a orientação', explicou.
Relatos
O radioamador Laudir Benevides, 56, morador de Alexânia (GO), disse ter avisado a Polícia Civil de Brasília sobre o desaparecimento do avião. Ele disse que estava com outros radioamadores quando a freqüência foi interrompida por um rapaz que afirmou ter visto um avião de grande porte voando baixo perto da fazenda Jarinã, na cidade de Matupá (MT), e depois escutado um estrondo. 'Possivelmente seria uma explosão', disse.
Segundo afirmou à Folha Online, após avisar a polícia, funcionários da Gol entraram em contato com ele. De acordo com Benevides, o local apontado 'é uma área de difícil acesso'.
Pilotos de táxi aéreo da região norte de Mato Grosso ouvidos pela Agência Folha também disseram que moradores de uma fazenda Jarinã, próxima à cidade de Peixoto de Azevedo (701 km ao norte de Cuiabá) ligaram para o piloto Silvio Corrêa e pediram o telefone do Campo de Provas da Serra do Cachimbo, após ouvirem a possível explosão.
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