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03/10/2006
-
03h00
da Folha Online
O jornalista Joe Sharkey, repórter do "The New York Times", relata na edição desta terça do diário americano a experiência que ele descreve como uma "colisão com a morte". No relato, em primeira pessoa, o jornalista afirma que o mais surpreendente de tudo é ter sobrevivido ao acidente. Joe Sharkey estava no jato Legacy que teria se chocado com o Boeing 737 da Gol na última sexta-feira.
"Com a janela abaixada, eu estava relaxando numa cadeira de couro a bordo de um jato executivo de US$ 25 milhões, voando acima de imensa floresta amazônica. Sem aviso, senti uma impressionante sacudida e ouvi um estrondo ensurdecedor, seguido por um silêncio assustador. E então ouvi três palavras que jamais esquecerei. 'Nós fomos atingidos', disse Henry Yandle, outro passageiro.", descreve Sharkey.
Depois, Sharkey narra o que chamou de os "30 minutos mais assustadores" de sua vida. "Eu tenho sorte de estar vivo --apenas mais tarde eu soube que as 154 pessoas a bordo do Boeing 737, que provavelmente bateu no nosso, não tiveram a mesma sorte", conta o jornalista.
Sharkey explicou que as autoridades brasileiras continuam tentando entender o que de fato aconteceu e como. "Nosso pequeno jato conseguiu permanecer inteiro enquanto um 737 que é maior e cerca de três vezes mais pesado desabou com o nariz apontado para o chão", escreveu.
"Às 15h59 da última sexta, tudo o que pude ver e tudo o que eu sabia era que parte da asa não existia mais. Surpreendentemente, ninguém entrou em pânico. Os pilotos começaram calmamente a procurar o aeroporto mais próximo em seus mapas e controles".
O jornalista afirma que poucos minutos depois, o jato começou a perder velocidade e os passageiros começavam a imaginar como seria o pouso de emergência. "Pensei em minha família. Não havia sinal para tentar uma ligação pelo celular. E como as esperanças afundavam junto com o sol, começamos a escrever bilhetes para nossas esposas e pessoas queridas, com a esperança de que as notas poderiam ser mais tarde encontradas", conta Sharkey.
"Mais tarde naquela noite, recebemos cerveja gelada e comida em uma base militar. Nós especulávamos interminavelmente sobre o que tinha causado a colisão. Um balão meteorológico? Alguma parte de um avião que explodiu em algum lugar nos arredores? Qualquer que fosse a causa, estava agora claro que nós nos envolvemos em uma batida nos ares em que nenhum de nós deveria ter sobrevivido", escreve Sharkey.
O jornalista afirma que, apenas por volta das 19h30 do mesmo dia, é que ficaram sabendo que um Boeing 737 com 155 pessoas havia desaparecido "exatamente no local" em que eles acreditam que foram atingidos. No dia seguinte, a base militar onde estavam ficou repleta de autoridades brasileiras que investigavam o acidente. Os passageiros e tripulantes do Legacy foram então levados para Cuiabá, onde foram interrogados.
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Repórter do "NY Times" relata como foi a colisão com Boeing da Gol
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O jornalista Joe Sharkey, repórter do "The New York Times", relata na edição desta terça do diário americano a experiência que ele descreve como uma "colisão com a morte". No relato, em primeira pessoa, o jornalista afirma que o mais surpreendente de tudo é ter sobrevivido ao acidente. Joe Sharkey estava no jato Legacy que teria se chocado com o Boeing 737 da Gol na última sexta-feira.
"Com a janela abaixada, eu estava relaxando numa cadeira de couro a bordo de um jato executivo de US$ 25 milhões, voando acima de imensa floresta amazônica. Sem aviso, senti uma impressionante sacudida e ouvi um estrondo ensurdecedor, seguido por um silêncio assustador. E então ouvi três palavras que jamais esquecerei. 'Nós fomos atingidos', disse Henry Yandle, outro passageiro.", descreve Sharkey.
Depois, Sharkey narra o que chamou de os "30 minutos mais assustadores" de sua vida. "Eu tenho sorte de estar vivo --apenas mais tarde eu soube que as 154 pessoas a bordo do Boeing 737, que provavelmente bateu no nosso, não tiveram a mesma sorte", conta o jornalista.
Sharkey explicou que as autoridades brasileiras continuam tentando entender o que de fato aconteceu e como. "Nosso pequeno jato conseguiu permanecer inteiro enquanto um 737 que é maior e cerca de três vezes mais pesado desabou com o nariz apontado para o chão", escreveu.
"Às 15h59 da última sexta, tudo o que pude ver e tudo o que eu sabia era que parte da asa não existia mais. Surpreendentemente, ninguém entrou em pânico. Os pilotos começaram calmamente a procurar o aeroporto mais próximo em seus mapas e controles".
O jornalista afirma que poucos minutos depois, o jato começou a perder velocidade e os passageiros começavam a imaginar como seria o pouso de emergência. "Pensei em minha família. Não havia sinal para tentar uma ligação pelo celular. E como as esperanças afundavam junto com o sol, começamos a escrever bilhetes para nossas esposas e pessoas queridas, com a esperança de que as notas poderiam ser mais tarde encontradas", conta Sharkey.
"Mais tarde naquela noite, recebemos cerveja gelada e comida em uma base militar. Nós especulávamos interminavelmente sobre o que tinha causado a colisão. Um balão meteorológico? Alguma parte de um avião que explodiu em algum lugar nos arredores? Qualquer que fosse a causa, estava agora claro que nós nos envolvemos em uma batida nos ares em que nenhum de nós deveria ter sobrevivido", escreve Sharkey.
O jornalista afirma que, apenas por volta das 19h30 do mesmo dia, é que ficaram sabendo que um Boeing 737 com 155 pessoas havia desaparecido "exatamente no local" em que eles acreditam que foram atingidos. No dia seguinte, a base militar onde estavam ficou repleta de autoridades brasileiras que investigavam o acidente. Os passageiros e tripulantes do Legacy foram então levados para Cuiabá, onde foram interrogados.
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