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04/10/2006
-
09h06
JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Peixoto de Azevedo
O delegado Luciano Inácio da Silva, que preside o inquérito da Polícia Civil sobre o acidente entre o Boeing da Gol e o Legacy, revelou ontem detalhes de três depoimentos colhidos com testemunhas oculares da queda do avião na reserva indígena Capoto-Jarinã, em Peixoto de Azevedo (MT).
As testemunhas, trabalhadores da fazenda Madeiruna, vizinha da fazenda Jarinã, usada como base para o resgate, estavam com uma betoneira ligada "e não ouviram qualquer barulho", segundo Silva.
O delegado disse que um deles percebeu uma fumaça em S, "parecida com a de um jato", e chamou a atenção dos colegas. "Eles relataram que, logo após a fumaça, viram a aeronave, que se movimentou para a esquerda e para a direita em círculos."
Os trabalhadores disseram que, naquele momento, o avião estava com as duas asas intactas, informou o delegado. Uma das testemunhas --os nomes delas não foram revelados-- comparou a queda da aeronave ao movimento conseguido nas brincadeiras de aviãozinho de papel. "Esse depoimento é importante para identificar como foi a queda", disse.
No início das buscas, os técnicos e peritos trabalhavam com a hipótese de que o avião tivesse caído de nariz. Anteontem, o coronel Jorge Amaral, do setor de Comunicação da FAB (Força Aérea Brasileira), afirmou que a aeronave se despedaçou no ar. O fato de corpos e destroços estarem em vários locais pode confirmar essa tese.
Identificações
O perito criminal Zuilton Bráz Marcelin, que recolhe amostras e impressões digitais, quando possível, e fotografa as vítimas, disse que os corpos achados ainda "possuem, tecnicamente, boas condições de identificação".
"Esses novos corpos encontrados, é claro, estão em pior situação do que os dois primeiros corpos, mas um rápido trabalho de resgate, que deve acontecer, não irá prejudicar a coleta de materiais." Ele afirmou que a maioria dos corpos está a 200 metros além do ponto da clareira aberta na floresta.
Ele não soube dizer o número exato de vítimas achadas, mas disse que "os trabalhos de resgate avançaram muito".
Os corpos são separados por idade e sexo. Um caminhão frigorífico já está na base operacional, mas até o fim da tarde de ontem não havia sido usado.
Especial
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Avião caiu em círculos, diz testemunha
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da Agência Folha, em Peixoto de Azevedo
O delegado Luciano Inácio da Silva, que preside o inquérito da Polícia Civil sobre o acidente entre o Boeing da Gol e o Legacy, revelou ontem detalhes de três depoimentos colhidos com testemunhas oculares da queda do avião na reserva indígena Capoto-Jarinã, em Peixoto de Azevedo (MT).
As testemunhas, trabalhadores da fazenda Madeiruna, vizinha da fazenda Jarinã, usada como base para o resgate, estavam com uma betoneira ligada "e não ouviram qualquer barulho", segundo Silva.
O delegado disse que um deles percebeu uma fumaça em S, "parecida com a de um jato", e chamou a atenção dos colegas. "Eles relataram que, logo após a fumaça, viram a aeronave, que se movimentou para a esquerda e para a direita em círculos."
Os trabalhadores disseram que, naquele momento, o avião estava com as duas asas intactas, informou o delegado. Uma das testemunhas --os nomes delas não foram revelados-- comparou a queda da aeronave ao movimento conseguido nas brincadeiras de aviãozinho de papel. "Esse depoimento é importante para identificar como foi a queda", disse.
No início das buscas, os técnicos e peritos trabalhavam com a hipótese de que o avião tivesse caído de nariz. Anteontem, o coronel Jorge Amaral, do setor de Comunicação da FAB (Força Aérea Brasileira), afirmou que a aeronave se despedaçou no ar. O fato de corpos e destroços estarem em vários locais pode confirmar essa tese.
Identificações
O perito criminal Zuilton Bráz Marcelin, que recolhe amostras e impressões digitais, quando possível, e fotografa as vítimas, disse que os corpos achados ainda "possuem, tecnicamente, boas condições de identificação".
"Esses novos corpos encontrados, é claro, estão em pior situação do que os dois primeiros corpos, mas um rápido trabalho de resgate, que deve acontecer, não irá prejudicar a coleta de materiais." Ele afirmou que a maioria dos corpos está a 200 metros além do ponto da clareira aberta na floresta.
Ele não soube dizer o número exato de vítimas achadas, mas disse que "os trabalhos de resgate avançaram muito".
Os corpos são separados por idade e sexo. Um caminhão frigorífico já está na base operacional, mas até o fim da tarde de ontem não havia sido usado.
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