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06/10/2006 - 09h09

Legacy deveria ter mudado de altitude 2 vezes

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IGOR GIELOW
secretário de redação da Sucursal de Brasília da Folha de S.Paulo

Mais uma peça do quebra-cabeças da tragédia foi adicionada ao tabuleiro ontem: o plano de vôo original do Legacy previa que ele mudasse de posição não apenas uma, mas duas vezes antes do ponto onde houve o choque com o Boeing da Gol.

Além de baixar de 37 mil para 36 mil pés ao passar por Brasília e entrar na "aerovia" UZ6, ele deveria subir para 38 mil pés em um ponto da carta aeronáutica chamado Teres, 480 km a noroeste de Brasília. O choque ocorreu 400 km depois, sobre a serra do Cachimbo.

Em ambos os casos, o Legacy deveria usar a pista par da aerovia --aviões rumo a Manaus têm de ficar em altitude par (38 mil pés, por exemplo), enquanto os que vêm de Manaus rumam nas ímpares (37 mil pés).

Pelas regras vigentes no espaço aéreo brasileiro, no caso de corte completo de comunicações, o piloto deve seguir seu plano de vôo original. Se não houver o corte, o avião tem que pedir autorização para qualquer mudança de nível.

O Legacy tem dois transponders, a antena que transmite dados sobre altitude, identificação e velocidade, além de conectar seu sistema anticolisão ao de outros aviões. Ou seja, ontem era dada como remota a hipótese inicial de ter havido mau contato. Como o jato reapareceu na tela em Brasília com os dados de seu transponder logo após o choque, a hipótese de que a antena tenha sido desligada ganhou força.

Com tudo isso, boa parte das atenções se volta para o comportamento dos pilotos e o desempenho do controle em terra. Os americanos dizem não ter mudado de altitude porque não teriam conseguido contato com o Cindacta-1.

Relatos de operadores do centro dão conta de que o avião deveria ter sido contatado ao passar pela capital, mas que só depois isso ocorreu --justamente quando foi notado que o transponder estava inoperante.

Quando isso aconteceu, o avião passou a ser um ponto na tela do chamado radar primário do centro, sem as identificações, que são captadas pelo radar secundário. Neste momento, houve as tentativas, cinco por relatos extra-oficiais, de contato entre Brasília e o Legacy. A Força Aérea considera que o jato não respondeu aos chamados, só não sabe por quê.

O Comando da Aeronáutica admite que as freqüências de rádio na região são de má qualidade, mas alega que houve contato por elas com outros aviões no mesmo trecho e horário.

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