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09/10/2006 - 09h06

No Rio, tripulação de jato teme ser hostilizada

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RAPHAEL GOMIDE
da Folha de S.Paulo, no Rio

Cercados por uma rede de sigilo e proteção montada pelo Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio e o hotel cinco estrelas JW Marriott, onde estão hospedados, os pilotos americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino não saíram dos quartos nem para se alimentar no fim de semana. Desde sábado, os dois envolvidos no maior acidente da aviação brasileira estão com suas mulheres (Melissa Lepore, 33, e Ellen Paladino, 41), vindas de Nova York, EUA.

Os aviadores evitam aparecer em público, pois temem ser expostos e virar alvo de hostilidade. Acreditam estar sendo prejulgados pelas autoridades brasileiras e pela mídia como culpados pelo acidente.

Lepore e Paladino estão no Rio desde segunda-feira, para prestar depoimentos e fazer exames na Força Aérea Brasileira. Por determinação da Justiça, seus passaportes foram apreendidos, o que os impede de deixar o país. No hospital, tiveram a ajuda do consulado e da própria FAB para sair sem serem vistos pela imprensa.

Oficialmente, os nomes de Lepore e Paladino não constam da lista de hóspedes do Marriott. Podem estar com nomes fictícios. Outra possibilidade é o sistema advertir os funcionários a não dar informações nem repassar ligações.

Os empregados do estabelecimento estão orientados a despistar quem pergunte por Lepore e Paladino. Porém não há um padrão: cada um dá uma explicação diferente. A reportagem da Folha hospedou-se sábado no hotel e obteve a confirmação de um funcionário de que os dois pilotos de fato estão lá. A Folha não os viu ou localizou. Ontem, a reportagem ouviu quatro negativas de empregados sobre a presença deles.

Do quarto do hotel, a reportagem pediu à telefonista para passar a ligação aos pilotos, mas ouviu que os nomes não estavam na lista de hóspedes. Na portaria principal, uma funcionária negou que os dois estivessem no hotel.

Lepore e Paladino estão em suítes executivas --preços de R$ 663, R$ 879 e R$ 1.027-- o que lhes garante privacidade extra no prédio de 18 andares em frente à praia de Copacabana. Esses quartos estão acima do 9º andar e dispõem de um "Executive Lounge", sala de estar onde são servidos café da manhã e coquetéis e bebidas à noite. Só hóspedes executivos têm acesso ao 9º andar.

Lá também podem assistir a DVDs na TV, jogar gamão e usar a internet gratuitamente. Os pilotos não estiveram no "Executive Lounge" nem nos restaurantes do hotel, no 1º piso, entre a tarde de sábado e o início da tarde de ontem. O sistema de segurança do hotel impede os hóspedes de visitar andares diferentes dos seus e da cobertura, onde há uma academia e piscina.

As despesas dos pilotos estão sendo pagas pela ExcelAire Service, empresa para a qual pilotavam o Legacy. O consulado dos EUA informou que está dando aos pilotos o acompanhamento padrão que dá a todos os cidadãos americanos no exterior. Já a assessoria de imprensa do Marriott explicou que a política da empresa é de preservar a imagem e a privacidade de todos seus hóspedes.

Colaborou Pedro Lemos

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