Publicidade
Publicidade
17/10/2006
-
09h42
da Folha Online
Uma suposta gravação mostraria que os pilotos norte-americanos do jato Legacy, que colidiu com o Boeing da Gol no dia 29 do mês passado (154 pessoas que estavam no Boeing morreram) conversaram com controladores de tráfego aéreo do Cindacta-1 (Brasília) antes do acidente.
O diálogo foi publicado nesta terça-feira pelo jornal "O Estado de S.Paulo". Nele, o comandante do Legacy, Joe Lepore, pergunta à torre, em inglês, se poderia descer (para 36 mil pés) ou manter a altitude (37 mil pés), quatro minutos antes do ponto em que deveriam mudar de altitude. Como resposta ouviu um "Ok. Mantenha".
O contato teria ocorrido antes do ponto em que o jato deveria, obrigatoriamente, baixar de altitude --naquele local, portanto, estaria na altitude correta. Reportagem publicada pela Folha no último dia 10 mostra que o plano de vôo do Legacy previa que o avião voasse a 37 mil pés (cerca de 12 km de altura) de São José dos Campos (SP) a Brasília e baixasse a 36 mil pés após passar por essa cidade, o que não ocorreu. Depois, deveria subir a 38 mil a partir de um ponto da carta de aviação chamado Teres. Esse ponto fica a menos de 15 minutos, na velocidade do avião, do local onde houve a colisão entre Legacy e o avião da Gol.
Para a Polícia Civil de Mato Grosso, que também investiga o caso, os pilotos afirmaram que mantiveram uma altitude de 37 mil pés, seguindo à risca o plano de vôo.
Os pilotos do Legacy e seu advogado, José Carlos Dias, afirmam que a tripulação não conseguiu entrar em contato com os controladores de Brasília. Militares haviam informado que também tentaram falar com o Legacy, sem sucesso.
Os peritos da Aeronáutica admitem a possibilidade de ter havido também um mal-entendido na comunicação entre a tripulação do jato e os controladores de Brasília. No entanto, não consideram que isso tenha sido o principal fator para o acidente. Uma cópia do diálogo teria sido encaminhada ao delegado Renato Sayão, da Polícia Federal, que, assim como a Polícia Civil de Mato Grosso, abriu inquérito para apurar o acidente.
Procurada pela Folha Online nesta terça-feira, a Aeronáutica não se pronunciou sobre o caso. A americana ExcelAire, proprietária do jato Legacy, também informou, por meio de sua assessoria, que não deve se pronunciar até o final das investigações.
Acidente
O Legacy e o Boeing seguiam em sentidos opostos, mas na mesma altura. Com a colisão, o Boeing da Gol caiu em uma área de mata fechada em Mato Grosso, causando a morte dos 154 ocupantes. Militares da FAB (Força Aérea Brasileira) ainda procuram corpos e o cilindro de voz da caixa-preta.
No início do mês, o advogado contratado para defender os tripulantes do jato no Brasil, o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, disse que eles não se sentiram autorizados a mudar a altitude após várias tentativas sem sucesso de entrar em contato com o centro de controle aéreo de Brasília.
O Ministério Público do Trabalho de São Paulo anunciou na última sexta-feira que irá investigar as condições de trabalho dos controladores de tráfego aéreo. Há "denúncias de sobrecarga de trabalho, descumprimento dos intervalos entre jornadas, dificuldade na obtenção de folgas e regime disciplinar excessivamente rígido".
De acordo com o procurador Fábio de Assis Fernandes, as denúncias precisam ser apuradas devido à "importância das atividades desenvolvidas pelos controladores de vôo no que tange à segurança dos usuários de transporte aéreo".
Leia mais
Leitura de caixas-pretas do Boeing da Gol e do Legacy anima comissão
Equipes retomam buscas a vítimas de bimotor no Espírito Santo
Especial
Leia a cobertura completa sobre o vôo 1907
Leia o que já foi publicado sobre acidentes aéreos
Legacy teria falado com torre; Aeronáutica já não descarta falha de comunicação
Publicidade
Uma suposta gravação mostraria que os pilotos norte-americanos do jato Legacy, que colidiu com o Boeing da Gol no dia 29 do mês passado (154 pessoas que estavam no Boeing morreram) conversaram com controladores de tráfego aéreo do Cindacta-1 (Brasília) antes do acidente.
O diálogo foi publicado nesta terça-feira pelo jornal "O Estado de S.Paulo". Nele, o comandante do Legacy, Joe Lepore, pergunta à torre, em inglês, se poderia descer (para 36 mil pés) ou manter a altitude (37 mil pés), quatro minutos antes do ponto em que deveriam mudar de altitude. Como resposta ouviu um "Ok. Mantenha".
O contato teria ocorrido antes do ponto em que o jato deveria, obrigatoriamente, baixar de altitude --naquele local, portanto, estaria na altitude correta. Reportagem publicada pela Folha no último dia 10 mostra que o plano de vôo do Legacy previa que o avião voasse a 37 mil pés (cerca de 12 km de altura) de São José dos Campos (SP) a Brasília e baixasse a 36 mil pés após passar por essa cidade, o que não ocorreu. Depois, deveria subir a 38 mil a partir de um ponto da carta de aviação chamado Teres. Esse ponto fica a menos de 15 minutos, na velocidade do avião, do local onde houve a colisão entre Legacy e o avião da Gol.
Para a Polícia Civil de Mato Grosso, que também investiga o caso, os pilotos afirmaram que mantiveram uma altitude de 37 mil pés, seguindo à risca o plano de vôo.
Os pilotos do Legacy e seu advogado, José Carlos Dias, afirmam que a tripulação não conseguiu entrar em contato com os controladores de Brasília. Militares haviam informado que também tentaram falar com o Legacy, sem sucesso.
Os peritos da Aeronáutica admitem a possibilidade de ter havido também um mal-entendido na comunicação entre a tripulação do jato e os controladores de Brasília. No entanto, não consideram que isso tenha sido o principal fator para o acidente. Uma cópia do diálogo teria sido encaminhada ao delegado Renato Sayão, da Polícia Federal, que, assim como a Polícia Civil de Mato Grosso, abriu inquérito para apurar o acidente.
Procurada pela Folha Online nesta terça-feira, a Aeronáutica não se pronunciou sobre o caso. A americana ExcelAire, proprietária do jato Legacy, também informou, por meio de sua assessoria, que não deve se pronunciar até o final das investigações.
Acidente
O Legacy e o Boeing seguiam em sentidos opostos, mas na mesma altura. Com a colisão, o Boeing da Gol caiu em uma área de mata fechada em Mato Grosso, causando a morte dos 154 ocupantes. Militares da FAB (Força Aérea Brasileira) ainda procuram corpos e o cilindro de voz da caixa-preta.
No início do mês, o advogado contratado para defender os tripulantes do jato no Brasil, o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, disse que eles não se sentiram autorizados a mudar a altitude após várias tentativas sem sucesso de entrar em contato com o centro de controle aéreo de Brasília.
O Ministério Público do Trabalho de São Paulo anunciou na última sexta-feira que irá investigar as condições de trabalho dos controladores de tráfego aéreo. Há "denúncias de sobrecarga de trabalho, descumprimento dos intervalos entre jornadas, dificuldade na obtenção de folgas e regime disciplinar excessivamente rígido".
De acordo com o procurador Fábio de Assis Fernandes, as denúncias precisam ser apuradas devido à "importância das atividades desenvolvidas pelos controladores de vôo no que tange à segurança dos usuários de transporte aéreo".
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice