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01/11/2006
-
15h23
da Folha Online
Os passageiros enfrentam o sexto dia de atrasos nos principais aeroportos do país nesta quarta-feira, véspera do feriado prolongado de Finados. A espera é de, em média, uma hora e meia.
O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Vôo, Jorge Carlos Botelho, disse que a situação deve voltar a normal em dez dias, após o controle aéreo de Brasília receber dez controladores que serão remanejados de outros Estados. No entanto, eles terão que passar por um treinamento que levará de 60 a 90 horas, por isso as operações não serão normalizadas de forma imediata.
"Não tem jeito. A população e o setor de aviação têm que se adequar. A aviação cresceu demais e a estrutura do espaço aérea não foi atualizada para suportar", disse Jorge Carlos Botelho, presidente do sindicato, que participou de uma reunião da categoria com o ministro da Defesa, Waldir Pires.
Atrasos
No aeroporto internacional de São Paulo em Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), das 3h às 14h30, 32 vôos atrasaram. O pior caso era de um vôo da Gol que saiu de Manaus (AM) e deveria ter chegado ao terminal paulista às 9h40, mas ainda não havia pousado, às 15h15. os atrasos ocorridos variavam de 30 minutos a duas horas.
No aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo), das 6h às 13h30, cerca de 160 vôos --entre pousos e decolagens-- sofreram atrasos que variaram de 45 minutos a uma hora e meia.
No aeroporto internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, o tempo de espera chegou a três horas. Pela manhã, foi registrado atraso de cinco horas em um vôo.
No aeroporto Tom Jobim, no Rio, a espera, na tarde desta quarta, era de 40 minutos. Pela manhã, chegou a três horas. De acordo com a Infraero (estatal que administra os aeroportos), o caso mais grave era de um vôo da Varig com destino a Buenos Aires (Argentina) que deveria ter partido às 7h30 e tinha saída prevista apenas para 14h30.
Também foram registrados atrasos de até duas horas e meia em Fortaleza e de uma hora e meia em Salvador e em Recife.
Crise
A crise no setor aéreo começou na última sexta-feira (27), quando os controladores de Brasília iniciaram uma operação-padrão --elevaram a distância entre os aviões e reduziram o número de aeronaves vigiadas por controlador. As normas internacionais determinam que cada operador deve controlar, no máximo, 14 aeronaves no mesmo instante.
O trabalho no Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), com sede em Brasília, está desfalcado desde o afastamento de oito controladores, após a queda do avião da Gol em Mato Grosso, que resultou na morte dos 154 ocupantes, em 29 de setembro.
Medidas
Na terça-feira (31), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou as principais autoridades do setor e, ao final da reunião, o ministro da Defesa, Waldir Pires, anunciou algumas medidas para tentar conter a crise no tráfego aéreo, porém, admitiu não ter garantias de que a situação se normalize nos próximos dias. "Estamos trabalhando para uma solução mais rápida possível", disse.
Entre as medidas anunciadas para conter a crise estão a mudança de rotas para evitar o congestionamento na área do radar de Brasília --o que poderá aumentar o tempo desses vôos--, suspensão das férias e a abertura de concurso para controladores de tráfego aéreo. Na segunda-feira, A Aeronáutica já havia limitado vôos de aeronaves pequenas durante os horários de pico --a medida deve valer até o fim do mês, mas ainda não surtiu efeito.
Além disso, o governo anunciou a criação de uma "cooperativa" com representantes de empresas aéreas, controladores de radar e funcionários da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Caberá a essa cooperativa decidir em tempo real as prioridades de decolagens e eventuais fusões de vôos para diminuir o tráfego. Segundo o presidente do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), George Ermakoff, "a qualquer sinal de problemas, as empresas aéreas poderão se antecipar aos fatos."
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Passageiros enfrentam atrasos de aproximadamente uma hora e meia
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Os passageiros enfrentam o sexto dia de atrasos nos principais aeroportos do país nesta quarta-feira, véspera do feriado prolongado de Finados. A espera é de, em média, uma hora e meia.
O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Vôo, Jorge Carlos Botelho, disse que a situação deve voltar a normal em dez dias, após o controle aéreo de Brasília receber dez controladores que serão remanejados de outros Estados. No entanto, eles terão que passar por um treinamento que levará de 60 a 90 horas, por isso as operações não serão normalizadas de forma imediata.
"Não tem jeito. A população e o setor de aviação têm que se adequar. A aviação cresceu demais e a estrutura do espaço aérea não foi atualizada para suportar", disse Jorge Carlos Botelho, presidente do sindicato, que participou de uma reunião da categoria com o ministro da Defesa, Waldir Pires.
Atrasos
No aeroporto internacional de São Paulo em Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), das 3h às 14h30, 32 vôos atrasaram. O pior caso era de um vôo da Gol que saiu de Manaus (AM) e deveria ter chegado ao terminal paulista às 9h40, mas ainda não havia pousado, às 15h15. os atrasos ocorridos variavam de 30 minutos a duas horas.
No aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo), das 6h às 13h30, cerca de 160 vôos --entre pousos e decolagens-- sofreram atrasos que variaram de 45 minutos a uma hora e meia.
No aeroporto internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, o tempo de espera chegou a três horas. Pela manhã, foi registrado atraso de cinco horas em um vôo.
No aeroporto Tom Jobim, no Rio, a espera, na tarde desta quarta, era de 40 minutos. Pela manhã, chegou a três horas. De acordo com a Infraero (estatal que administra os aeroportos), o caso mais grave era de um vôo da Varig com destino a Buenos Aires (Argentina) que deveria ter partido às 7h30 e tinha saída prevista apenas para 14h30.
Também foram registrados atrasos de até duas horas e meia em Fortaleza e de uma hora e meia em Salvador e em Recife.
Crise
A crise no setor aéreo começou na última sexta-feira (27), quando os controladores de Brasília iniciaram uma operação-padrão --elevaram a distância entre os aviões e reduziram o número de aeronaves vigiadas por controlador. As normas internacionais determinam que cada operador deve controlar, no máximo, 14 aeronaves no mesmo instante.
O trabalho no Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), com sede em Brasília, está desfalcado desde o afastamento de oito controladores, após a queda do avião da Gol em Mato Grosso, que resultou na morte dos 154 ocupantes, em 29 de setembro.
Medidas
Na terça-feira (31), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou as principais autoridades do setor e, ao final da reunião, o ministro da Defesa, Waldir Pires, anunciou algumas medidas para tentar conter a crise no tráfego aéreo, porém, admitiu não ter garantias de que a situação se normalize nos próximos dias. "Estamos trabalhando para uma solução mais rápida possível", disse.
Entre as medidas anunciadas para conter a crise estão a mudança de rotas para evitar o congestionamento na área do radar de Brasília --o que poderá aumentar o tempo desses vôos--, suspensão das férias e a abertura de concurso para controladores de tráfego aéreo. Na segunda-feira, A Aeronáutica já havia limitado vôos de aeronaves pequenas durante os horários de pico --a medida deve valer até o fim do mês, mas ainda não surtiu efeito.
Além disso, o governo anunciou a criação de uma "cooperativa" com representantes de empresas aéreas, controladores de radar e funcionários da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Caberá a essa cooperativa decidir em tempo real as prioridades de decolagens e eventuais fusões de vôos para diminuir o tráfego. Segundo o presidente do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), George Ermakoff, "a qualquer sinal de problemas, as empresas aéreas poderão se antecipar aos fatos."
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