Publicidade
Publicidade
08/11/2006
-
18h32
CAROLINA FARIAS
da Folha Online
"A senhora e sua filha se acham arrogantemente acima da lei. A senhora é uma cidadã como qualquer outra pessoa". O autor da frase é o promotor Luiz Fernando Vaggione, que discutiu com a advogada Liliana Prinzivalli, mãe de Carla Cepollina, durante uma entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira, no fórum da Barra Funda (zona oeste de São Paulo).
Cepollina é acusada de ter matado o coronel da reserva da PM e deputado estadual Ubiratan Guimarães, 63, em setembro último. Na coletiva, o promotor anunciou a apresentação de uma denúncia (acusação formal) contra Cepollina.
Durante a entrevista, a advogada interrompeu o promotor diversas vezes. Em alguns instantes, ele próprio aderiu às provocações.
Prinzivalli questionou Vaggione as provas contra Cepollina apresentadas pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Logo que chegou, a advogada disse que foi ao fórum para saber do promotor "se ele descobriu quem matou o coronel".
"Evidentemente não foi a Carla. Não haverá provas em seis meses, um ano, cem anos", disse Prinzivalli antes do início da coletiva. A advogada questionou se o promotor tinha "algum motivo especial" para denunciar sua filha.
"São 1.200 páginas contra sua filha. Se eu fosse a senhora eu diria para sua filha, como advogada, para que ela confessasse, o que já deveria ter feito. Isso iria poupá-la de tudo aquilo que ela está passando", respondeu Vaggione à Prinzivalli.
Em duas abordagens de Prinzivalli, Vaggione a chamou de Carla. Ele pediu que a advogada fizesse uma petição para que ele a atendesse separadamente, mas ela permaneceu no auditório. "Eu sou do povo, sou uma pessoa, comum, normal e tenho direito de perguntar a uma autoridade", disse Prinzivalli ao promotor quando ele encerrou a coletiva.
Questionado sobre a presença e o comportamento da advogada na coletiva, Vaggione disse que nunca havia passado por essa situação em sua carreira. "O que ela (Prinzivalli) está fazendo é a demonstração do que ela é. Isto para mim é interessante porque demonstra como ela age, quem é a pessoa dela. Deixei que ela falasse justamente para demostrar como ela age."
Denúncia
Prinzivalli afirmou ter protocolado na Corregedoria da Polícia e na Corregedoria do TJ (Tribunal de Justiça) denúncia de abusos de autoridade contra os delegados do caso e também contra Vaggione.
De acordo com ela, o abuso de autoridade ocorreu quando os policiais entraram em sua casa, na noite de 25 de setembro, e apreenderam armas --que seriam de seu pai, Luigi Prinzivalli, que morreu em 2002. Na ocasião, Liliana foi presa em flagrante e autuada por posse irregular de armas. Ela foi liberada pela polícia depois de pagar fiança.
"A corregedoria vai analisar a denúncia", disse Vaggione sobre a acusação da advogada.
A Folha Online procurou a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública, ao qual os delegados denunciados são subordinados, mas até a conclusão da matéria não houve resposta ao questionamento.
Leia mais
Promotor condiciona prisão de Carla Cepollina à entrega de passaporte
Promotoria denuncia Carla Cepollina por morte do coronel Ubiratan
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o coronel Ubiratan
Leia a cobertura completa sobre a morte do coronel Ubiratan
Promotor e mãe de Carla Cepollina protagonizam bate-boca em coletiva
Publicidade
da Folha Online
"A senhora e sua filha se acham arrogantemente acima da lei. A senhora é uma cidadã como qualquer outra pessoa". O autor da frase é o promotor Luiz Fernando Vaggione, que discutiu com a advogada Liliana Prinzivalli, mãe de Carla Cepollina, durante uma entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira, no fórum da Barra Funda (zona oeste de São Paulo).
Cepollina é acusada de ter matado o coronel da reserva da PM e deputado estadual Ubiratan Guimarães, 63, em setembro último. Na coletiva, o promotor anunciou a apresentação de uma denúncia (acusação formal) contra Cepollina.
Durante a entrevista, a advogada interrompeu o promotor diversas vezes. Em alguns instantes, ele próprio aderiu às provocações.
Prinzivalli questionou Vaggione as provas contra Cepollina apresentadas pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Logo que chegou, a advogada disse que foi ao fórum para saber do promotor "se ele descobriu quem matou o coronel".
"Evidentemente não foi a Carla. Não haverá provas em seis meses, um ano, cem anos", disse Prinzivalli antes do início da coletiva. A advogada questionou se o promotor tinha "algum motivo especial" para denunciar sua filha.
"São 1.200 páginas contra sua filha. Se eu fosse a senhora eu diria para sua filha, como advogada, para que ela confessasse, o que já deveria ter feito. Isso iria poupá-la de tudo aquilo que ela está passando", respondeu Vaggione à Prinzivalli.
Em duas abordagens de Prinzivalli, Vaggione a chamou de Carla. Ele pediu que a advogada fizesse uma petição para que ele a atendesse separadamente, mas ela permaneceu no auditório. "Eu sou do povo, sou uma pessoa, comum, normal e tenho direito de perguntar a uma autoridade", disse Prinzivalli ao promotor quando ele encerrou a coletiva.
Questionado sobre a presença e o comportamento da advogada na coletiva, Vaggione disse que nunca havia passado por essa situação em sua carreira. "O que ela (Prinzivalli) está fazendo é a demonstração do que ela é. Isto para mim é interessante porque demonstra como ela age, quem é a pessoa dela. Deixei que ela falasse justamente para demostrar como ela age."
Denúncia
Prinzivalli afirmou ter protocolado na Corregedoria da Polícia e na Corregedoria do TJ (Tribunal de Justiça) denúncia de abusos de autoridade contra os delegados do caso e também contra Vaggione.
De acordo com ela, o abuso de autoridade ocorreu quando os policiais entraram em sua casa, na noite de 25 de setembro, e apreenderam armas --que seriam de seu pai, Luigi Prinzivalli, que morreu em 2002. Na ocasião, Liliana foi presa em flagrante e autuada por posse irregular de armas. Ela foi liberada pela polícia depois de pagar fiança.
"A corregedoria vai analisar a denúncia", disse Vaggione sobre a acusação da advogada.
A Folha Online procurou a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública, ao qual os delegados denunciados são subordinados, mas até a conclusão da matéria não houve resposta ao questionamento.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice