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14/11/2006
-
17h22
GABRIELA MANZINI
da Folha Online
Controladores de tráfego aéreo que operam no Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), em Brasília, e foram ouvidos pela Folha Online sob condição de sigilo, repudiaram a convocação extraordinária determinada pelo Comando da Aeronáutica na manhã desta terça-feira, véspera do feriado da Proclamação da República.
Com a medida, o governo espera pôr fim aos atrasos registrados nos principais aeroportos do país. É o quatro dia de esperas na primeira crise após o colapso registrado no feriado de Finados (2).
No total, 150 militares deverão ficar de prontidão, no centro de controle. A medida foi comunicada por meio de um alerta interno. No começo da tarde, aqueles que ainda não haviam respondido passaram a ser procurados em suas casas.
Alguns foram orientados a levar roupa de cama e outras peças, pois o prazo de permanência é indeterminado. A reportagem apurou que a falta de controladores de tráfego aéreo no setor --desfalcado desde o acidente com o Boeing da Gol que matou 154 pessoas-- motivou o chamado "plano de reunião" pelo Comando da Aeronáutica.
Entre os controladores, o clima é de preocupação quanto à sobrecarga de trabalho. Parte deles deixou o Cindacta às 6h30, após o término do expediente noturno, e teve que retornar poucas horas depois. Outros estão sem nenhuma folga desde a primeira convocação extraordinária, feita há 12 dias, no feriado de Finados.
Os profissionais relatam o clima de tensão provocado pela convocação emergencial e temem que a sobrecarga traga problemas de saúde. Após a queda do avião da Gol, no último dia 29 de setembro, diversos controladores do Cindacta 1 pediram afastamento de suas funções.
Destes, dez presenciaram o choque entre o Boeing e um Legacy norte-americano, antes da queda do avião comercial. No final de outubro, o delegado da PF (Polícia Federal) Renato Sayão, responsável pela investigação sobre o acidente, tentou ouvir o grupo, mas todos faltaram. Eles alegaram estar sob tratamento psiquiátrico e psicológico. A expectativa é que os depoimentos ocorram na próxima semana.
Outro lado
O Comando da Aeronáutica afirma que o esquema emergencial foi acionado com o objetivo de normalizar as escalas de serviço. Afirma, ainda, que o plano é "um procedimento administrativo previsto na legislação e tem o objetivo "de reunir, no menor tempo, todo o efetivo de uma unidade a fim de atender a possíveis situações especiais ou emergenciais". O procurador Giovanni Rattacaso, do Ministério Público Militar, deverá acompanhará o processo.
Durante o período em que o esquema vigorar, os controladores deverão permanecer no Cindacta 1. Em nota, a Aeronáutica informou que serão cumpridos os horários de descanso e a jornada de trabalho dos controladores.
Colaborou LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online
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da Folha Online
Controladores de tráfego aéreo que operam no Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), em Brasília, e foram ouvidos pela Folha Online sob condição de sigilo, repudiaram a convocação extraordinária determinada pelo Comando da Aeronáutica na manhã desta terça-feira, véspera do feriado da Proclamação da República.
Com a medida, o governo espera pôr fim aos atrasos registrados nos principais aeroportos do país. É o quatro dia de esperas na primeira crise após o colapso registrado no feriado de Finados (2).
No total, 150 militares deverão ficar de prontidão, no centro de controle. A medida foi comunicada por meio de um alerta interno. No começo da tarde, aqueles que ainda não haviam respondido passaram a ser procurados em suas casas.
Alguns foram orientados a levar roupa de cama e outras peças, pois o prazo de permanência é indeterminado. A reportagem apurou que a falta de controladores de tráfego aéreo no setor --desfalcado desde o acidente com o Boeing da Gol que matou 154 pessoas-- motivou o chamado "plano de reunião" pelo Comando da Aeronáutica.
Entre os controladores, o clima é de preocupação quanto à sobrecarga de trabalho. Parte deles deixou o Cindacta às 6h30, após o término do expediente noturno, e teve que retornar poucas horas depois. Outros estão sem nenhuma folga desde a primeira convocação extraordinária, feita há 12 dias, no feriado de Finados.
Os profissionais relatam o clima de tensão provocado pela convocação emergencial e temem que a sobrecarga traga problemas de saúde. Após a queda do avião da Gol, no último dia 29 de setembro, diversos controladores do Cindacta 1 pediram afastamento de suas funções.
Destes, dez presenciaram o choque entre o Boeing e um Legacy norte-americano, antes da queda do avião comercial. No final de outubro, o delegado da PF (Polícia Federal) Renato Sayão, responsável pela investigação sobre o acidente, tentou ouvir o grupo, mas todos faltaram. Eles alegaram estar sob tratamento psiquiátrico e psicológico. A expectativa é que os depoimentos ocorram na próxima semana.
Outro lado
O Comando da Aeronáutica afirma que o esquema emergencial foi acionado com o objetivo de normalizar as escalas de serviço. Afirma, ainda, que o plano é "um procedimento administrativo previsto na legislação e tem o objetivo "de reunir, no menor tempo, todo o efetivo de uma unidade a fim de atender a possíveis situações especiais ou emergenciais". O procurador Giovanni Rattacaso, do Ministério Público Militar, deverá acompanhará o processo.
Durante o período em que o esquema vigorar, os controladores deverão permanecer no Cindacta 1. Em nota, a Aeronáutica informou que serão cumpridos os horários de descanso e a jornada de trabalho dos controladores.
Colaborou LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online
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