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14/11/2006
-
22h16
JULIANA COISSI
da Folha Ribeirão
O aposentado João Simoso, 72, morreu na madrugada desta terça-feira de parada cardíaca após a ambulância que o socorria ter encontrado fechado o portão da emergência do CSE (Centro de Saúde Escola), unidade de saúde mantida pela prefeitura em parceria com a USP (Universidade de São Paulo), na rua Cuiabá, em Ribeirão Preto.
O Ministério Público Estadual abriu inquérito para apurar a morte, que é a 14ª sob investigação na rede municipal de saúde, duas delas ocorridas na atual gestão, do prefeito Welson Gasparini (PSDB). A prefeitura e a direção da unidade vão abrir sindicâncias.
Após sentir falta de ar e dores no peito, o aposentado foi socorrido por uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). À 1h59, ao ver o portão da unidade fechado e sem guardas do lado de fora, o motorista acionou a sirene e ligou as luzes para chamar a atenção e para que a porta fosse aberta, o que ocorreu quatro minutos depois --no intervalo, o aposentado sofreu três paradas cardíacas e não resistiu.
O motorista registrou boletim de ocorrência pela demora e contou não ser raro encontrar o portão fechado. O secretário municipal da Saúde, Oswaldo Cruz Franco, disse ontem que o portão de emergência deve estar sempre aberto. Já a direção da unidade informou que ele permanece fechado por segurança e que pretende instalar uma campainha do lado de fora
Cinco minutos
O enterro de Simoso ocorreu no cemitério de Pontal. Abalada, a viúva, Neide Simoso, 60, lamentou a espera da ambulância, mas disse não querer apontar culpados. "Só espero que isso não aconteça com mais ninguém", disse.
A família ainda não decidiu se pretende entrar na Justiça contra a prefeitura caso fique comprovada a falha. "Cinco minutos parece pouco de espera, mas, num caso como esse, pode ser muito. Ninguém agüenta, por exemplo, ficar esse tempo debaixo d'água", disse Luiz Carlos de Oliveira, cunhado do aposentado.
O secretário não soube dizer qual foi a conclusão das 14 sindicâncias abertas para apurar mortes suspeitas na rede --Franco disse à Folha que iria pesquisar o andamento. Um dos casos, já encerrado --sobre demora no atendimento por ambulâncias que levou à morte de outro aposentado-- apurou que houve um "equívoco" na comunicação entre regulação e equipe. Ninguém foi afastado ou punido.
Especial
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Homem morre à espera de atendimento médico em Ribeirão
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da Folha Ribeirão
O aposentado João Simoso, 72, morreu na madrugada desta terça-feira de parada cardíaca após a ambulância que o socorria ter encontrado fechado o portão da emergência do CSE (Centro de Saúde Escola), unidade de saúde mantida pela prefeitura em parceria com a USP (Universidade de São Paulo), na rua Cuiabá, em Ribeirão Preto.
O Ministério Público Estadual abriu inquérito para apurar a morte, que é a 14ª sob investigação na rede municipal de saúde, duas delas ocorridas na atual gestão, do prefeito Welson Gasparini (PSDB). A prefeitura e a direção da unidade vão abrir sindicâncias.
Após sentir falta de ar e dores no peito, o aposentado foi socorrido por uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). À 1h59, ao ver o portão da unidade fechado e sem guardas do lado de fora, o motorista acionou a sirene e ligou as luzes para chamar a atenção e para que a porta fosse aberta, o que ocorreu quatro minutos depois --no intervalo, o aposentado sofreu três paradas cardíacas e não resistiu.
O motorista registrou boletim de ocorrência pela demora e contou não ser raro encontrar o portão fechado. O secretário municipal da Saúde, Oswaldo Cruz Franco, disse ontem que o portão de emergência deve estar sempre aberto. Já a direção da unidade informou que ele permanece fechado por segurança e que pretende instalar uma campainha do lado de fora
Cinco minutos
O enterro de Simoso ocorreu no cemitério de Pontal. Abalada, a viúva, Neide Simoso, 60, lamentou a espera da ambulância, mas disse não querer apontar culpados. "Só espero que isso não aconteça com mais ninguém", disse.
A família ainda não decidiu se pretende entrar na Justiça contra a prefeitura caso fique comprovada a falha. "Cinco minutos parece pouco de espera, mas, num caso como esse, pode ser muito. Ninguém agüenta, por exemplo, ficar esse tempo debaixo d'água", disse Luiz Carlos de Oliveira, cunhado do aposentado.
O secretário não soube dizer qual foi a conclusão das 14 sindicâncias abertas para apurar mortes suspeitas na rede --Franco disse à Folha que iria pesquisar o andamento. Um dos casos, já encerrado --sobre demora no atendimento por ambulâncias que levou à morte de outro aposentado-- apurou que houve um "equívoco" na comunicação entre regulação e equipe. Ninguém foi afastado ou punido.
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