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15/11/2006
-
09h47
da Folha de S.Paulo
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A crise no Cindacta-1, em Brasília, gerou, nas últimas duas semanas, um ambiente de animosidade entre controladores militares de vôo (sargentos e suboficiais) e oficiais responsáveis pelo sistema.
Em menores patentes na hierarquia militar, os controladores também têm se insurgido contra determinações de seus superiores para, segundo eles, não quebrarem normas internacionais de segurança de vôo.
De acordo com o relato de três controladores de vôo à Folha, o episódio mais grave ocorreu no domingo. Um sargento, controlador de vôo, não aceitou que dois militares que não teriam habilitação para atuar na função --são do sistema de defesa aérea-- reforçassem a equipe responsável pelo monitoramento do espaço entre Brasília e Rio, incompleta.
Segundo o relato de quatro controladores, existe uma orientação do Comando da Aeronáutica de negar novas dispensas médicas. O atendimento fornecido por sete psicólogos militares que se revezam dentro do centro de controle consistiria em conversas e, no máximo, na liberação do turno. Os hospitais militares estariam seguindo o mesmo padrão.
A Aeronáutica não respondeu os questionamentos da reportagem sobre a questão e não revela quantos controladores estão com licença já concedida. Os controladores ouvidos dizem que há colegas trabalhando sob medicação controlada que afeta a concentração e outros "travando" em frente ao console. Continuam os relatos de crises de choro e de raiva, com o abandono do posto.
Outros estariam gripados ou com sinusite grave --a sala é refrigerada e chega a 16C por causa dos equipamentos. O endurecimento militar também seria um fator de estresse. Muitos temem represálias e afirmam que estão sendo vigiados ou grampeados. Ainda há abalos relacionados ao trauma do acidente com o avião da Gol.
A comparação usada por um controlador foi a de que estão sendo obrigados a raciocinar como em um jogo de xadrez, mas que um erro equivale a um "incidente" aéreo (aproximação perigosa de dois aviões).
Na última sexta, o ex-comandante do Cindacta-1, coronel Lúcio Rivera, teria tentado um "apelo emocional" para que os controladores voltassem a trabalhar normalmente. No entanto, segundo um controlador presente, a estratégia falhou.
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Em menores patentes na hierarquia militar, os controladores também têm se insurgido contra determinações de seus superiores para, segundo eles, não quebrarem normas internacionais de segurança de vôo.
De acordo com o relato de três controladores de vôo à Folha, o episódio mais grave ocorreu no domingo. Um sargento, controlador de vôo, não aceitou que dois militares que não teriam habilitação para atuar na função --são do sistema de defesa aérea-- reforçassem a equipe responsável pelo monitoramento do espaço entre Brasília e Rio, incompleta.
Segundo o relato de quatro controladores, existe uma orientação do Comando da Aeronáutica de negar novas dispensas médicas. O atendimento fornecido por sete psicólogos militares que se revezam dentro do centro de controle consistiria em conversas e, no máximo, na liberação do turno. Os hospitais militares estariam seguindo o mesmo padrão.
A Aeronáutica não respondeu os questionamentos da reportagem sobre a questão e não revela quantos controladores estão com licença já concedida. Os controladores ouvidos dizem que há colegas trabalhando sob medicação controlada que afeta a concentração e outros "travando" em frente ao console. Continuam os relatos de crises de choro e de raiva, com o abandono do posto.
Outros estariam gripados ou com sinusite grave --a sala é refrigerada e chega a 16C por causa dos equipamentos. O endurecimento militar também seria um fator de estresse. Muitos temem represálias e afirmam que estão sendo vigiados ou grampeados. Ainda há abalos relacionados ao trauma do acidente com o avião da Gol.
A comparação usada por um controlador foi a de que estão sendo obrigados a raciocinar como em um jogo de xadrez, mas que um erro equivale a um "incidente" aéreo (aproximação perigosa de dois aviões).
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