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21/11/2006
-
21h57
da Folha Ribeirão
"Hoje eu bebi um litro de água de uma vez para não comer. Sentia muita fome, mas, com o tempo, a fome não fazia mais parte da minha vida. Nunca provoquei vômito, mas isso [essa idéia] já veio na minha cabeça várias vezes."
Esses são alguns depoimentos de usuários do site de relacionamentos Orkut em comunidades criadas para discutir a anorexia e a bulimia (doenças apelidadas na internet de "ana" e "mia").
A maior parte das comunidades informa que não tem como objetivo incentivar as doenças, mas algumas chegam a divulgar dietas não supervisionadas e até formas de vomitar sem sentir dor. Uma das comunidades se autoproclama "o lugar onde você pode postar e conferir as mais radicais e eficientes dietas e dicas para chegar ao topo, à perfeição".
A família de Carla Sobrado Casalle, que morreu em Araraquara, suspeita que a jovem utilizava o Orkut para informar-se sobre essas "dietas milagrosas". "A internet é uma faca de dois gumes", disse Maria Luiza Sobrado, avó materna que morava com Carla.
E-mail
Para o psicológo Cristiano Nabuco de Abreu, a internet é apenas um meio para o acesso a remédios. Abreu coordena a equipe de psicologia do Ambulatório de Bulimia, Anorexia e Outros Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP de São Paulo.
"Diria que é relativamente simples. Se você tem conta de e-mail, já deve ter recebido dezenas de e-mails para a compra de diuréticos e laxantes", disse o especialista. "A internet simplesmente responde a uma necessidade que a pessoa já tem."
Segundo ele, não há medicamento que trate a anorexia, mas sim uma combinação de acompanhamento nutricional e psiquiátrico, além da psicoterapia cognitiva. "Em 80% dos casos, pacientes que têm anorexia apresentam depressão, então, a medicação que normalmente é dada é o antidepressivo. Esses medicamentos, no Brasil, só com tarja preta."
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"Internet é faca de dois gumes", afirma avó de jovem anoréxica
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"Hoje eu bebi um litro de água de uma vez para não comer. Sentia muita fome, mas, com o tempo, a fome não fazia mais parte da minha vida. Nunca provoquei vômito, mas isso [essa idéia] já veio na minha cabeça várias vezes."
Esses são alguns depoimentos de usuários do site de relacionamentos Orkut em comunidades criadas para discutir a anorexia e a bulimia (doenças apelidadas na internet de "ana" e "mia").
A maior parte das comunidades informa que não tem como objetivo incentivar as doenças, mas algumas chegam a divulgar dietas não supervisionadas e até formas de vomitar sem sentir dor. Uma das comunidades se autoproclama "o lugar onde você pode postar e conferir as mais radicais e eficientes dietas e dicas para chegar ao topo, à perfeição".
A família de Carla Sobrado Casalle, que morreu em Araraquara, suspeita que a jovem utilizava o Orkut para informar-se sobre essas "dietas milagrosas". "A internet é uma faca de dois gumes", disse Maria Luiza Sobrado, avó materna que morava com Carla.
Para o psicológo Cristiano Nabuco de Abreu, a internet é apenas um meio para o acesso a remédios. Abreu coordena a equipe de psicologia do Ambulatório de Bulimia, Anorexia e Outros Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP de São Paulo.
"Diria que é relativamente simples. Se você tem conta de e-mail, já deve ter recebido dezenas de e-mails para a compra de diuréticos e laxantes", disse o especialista. "A internet simplesmente responde a uma necessidade que a pessoa já tem."
Segundo ele, não há medicamento que trate a anorexia, mas sim uma combinação de acompanhamento nutricional e psiquiátrico, além da psicoterapia cognitiva. "Em 80% dos casos, pacientes que têm anorexia apresentam depressão, então, a medicação que normalmente é dada é o antidepressivo. Esses medicamentos, no Brasil, só com tarja preta."
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