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29/11/2006
-
09h33
LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Em nota oficial na qual nega a existência de qualquer "buraco negro" no espaço aéreo do país, a Aeronáutica reconhece e ilustra a chamada "zona cega" do controle, uma região coberta por radar de Manaus, mas que é monitorada "às cegas" por Brasília --foi aproximadamente ali que ocorreu a colisão entre o jato Legacy e o Boeing da Gol em 29 de setembro, que deixou 154 mortos.
Agora, quase dois meses depois do acidente, a Aeronáutica tenta corrigir o problema, mas enfrenta dificuldades técnicas. Para que Brasília possa "ver" essa área, uma rota movimentada, é preciso receber os dados do radar baseado em São Félix do Araguaia (MT). Faltam ajustes de software para que a visualização nas telas de radar seja precisa e segura.
"Já estamos em fase de testes", disse o brigadeiro Álvaro Luiz Pinheiro da Costa, da área técnica do Departamento de Controle do Espaço Aéreo.
Controladores de tráfego aéreo de Brasília, alguns sob investigação pelo acidente do vôo 1907, consideram o documento um reconhecimento público de uma "falha do sistema" que teria contribuído para prejudicar o trabalho da dupla que acompanhava o jato Legacy.
A nota da Aeronáutica não aborda a questão da zona cega. Mas afirma que o radar deve ser visto como uma "ferramenta de auxílio". "O Brasil poderia ter seu tráfego aéreo controlado por meio apenas de comunicações via rádio, sem prejuízo à segurança de vôo", diz o texto.
Mas controladores afirmam que a zona cega representa um risco sério, já que haveria também falhas em várias freqüências de rádio na região. Isso não é reconhecido oficialmente.
Segundo relatório preliminar da investigação oficial sobre o acidente, Brasília perdeu a visualização de radar primário do jato a partir das 16h38. A colisão aconteceu às 16h56, já na área de transição dos dois centros de controle.
Porém, a questão da zona cega não explica outra falha do controle de tráfego, que deixou o Legacy cruzar por Brasília e seguir em rota para Manaus sem tentar contato por 31 minutos, sendo que por sete minutos o transponder do jato ainda funcionava e indicava o nível de 37 mil pés (11,3 km), incorreto para aquele trecho.
A Aeronáutica reconheceu que os sargentos foram "induzidos" ao erro pelo sistema. Eles confiaram na indicação de 36 mil pés do radar primário.
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Agora, quase dois meses depois do acidente, a Aeronáutica tenta corrigir o problema, mas enfrenta dificuldades técnicas. Para que Brasília possa "ver" essa área, uma rota movimentada, é preciso receber os dados do radar baseado em São Félix do Araguaia (MT). Faltam ajustes de software para que a visualização nas telas de radar seja precisa e segura.
"Já estamos em fase de testes", disse o brigadeiro Álvaro Luiz Pinheiro da Costa, da área técnica do Departamento de Controle do Espaço Aéreo.
Controladores de tráfego aéreo de Brasília, alguns sob investigação pelo acidente do vôo 1907, consideram o documento um reconhecimento público de uma "falha do sistema" que teria contribuído para prejudicar o trabalho da dupla que acompanhava o jato Legacy.
A nota da Aeronáutica não aborda a questão da zona cega. Mas afirma que o radar deve ser visto como uma "ferramenta de auxílio". "O Brasil poderia ter seu tráfego aéreo controlado por meio apenas de comunicações via rádio, sem prejuízo à segurança de vôo", diz o texto.
Mas controladores afirmam que a zona cega representa um risco sério, já que haveria também falhas em várias freqüências de rádio na região. Isso não é reconhecido oficialmente.
Segundo relatório preliminar da investigação oficial sobre o acidente, Brasília perdeu a visualização de radar primário do jato a partir das 16h38. A colisão aconteceu às 16h56, já na área de transição dos dois centros de controle.
Porém, a questão da zona cega não explica outra falha do controle de tráfego, que deixou o Legacy cruzar por Brasília e seguir em rota para Manaus sem tentar contato por 31 minutos, sendo que por sete minutos o transponder do jato ainda funcionava e indicava o nível de 37 mil pés (11,3 km), incorreto para aquele trecho.
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