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08/12/2006
-
06h06
GABRIELA MANZINI
da Folha Online
Não são apenas trânsito, protestos e tendências que afetam o dia-a-dia da avenida Paulista. Nas últimas décadas, a via também foi palco de incêndios, temporais e apagões, além de ter servido de termômetro para o pânico causado pela série de ataques promovida pelo crime organizado, em maio último.
Entre os incêndios, os dois maiores ocorridos na avenida foram o do edifício Grande Avenida, em 1981, que matou 17 pessoas; e o do prédio da companhia energética da cidade, em 1987, que derrubou parte do imóvel. Os desabamento matou uma pessoa. Dos temporais, o último que causou estragos ocorreu em 1998, quando o risco de que o vento arrancasse uma das torres de TVs e rádios da região interditou a Paulista por mais de duas horas.
Na avenida Paulista, é pequena a preocupação com blecautes, graças aos cabos subterrâneos. São raras, portanto, as ocasiões em que os 7.478 imóveis da avenida ficam sem energia. Entre 1999 e 2002, porém, essas ocorrências eram comuns.
Naquele período, o Brasil passou por uma crise energética. Em época de racionamento e monitoramento dos níveis dos reservatórios, os apagões em horário comercial fechavam os bancos e o comércio. Houve ocasiões em que a luz só voltou no dia seguinte.
Violência
Resistente às intempéries naturais, em 15 de maio de 2006, a Paulista parou. Comércio, bancos e escritórios fecharam ainda à tarde. O horário de pico do trânsito passou despercebido. São Paulo havia abandonado o trabalho e se escondido em casa, por medo dos ataques contra as forças de segurança feitos pelo PCC (Primeiro Comando da Capital).
Foi a primeira segunda-feira da primeira de três séries de atentados promovidas pela facção criminosa desde o começo deste ano. Entre os dias 12 e 19 de maio, criminosos atacaram policiais, guardas e ônibus de São Paulo 299 vezes. Rebeliões simultâneas atingiram 82 unidades prisionais do Estado. Centenas de pessoas morreram.
O clima de insegurança gerou falsas notícias de ataques "marcados para as próximas horas" que se espalharam rapidamente pela internet. Em pânico, os moradores buscaram proteção.
Na ocasião, a onda de violência era interpretada como uma resposta ao isolamento de líderes do PCC. Nos meses seguintes, a organização criminosa comandaria assassinatos de agentes penitenciários e mais duas ondas de atentados.
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Paulista resistiu a incêndios e apagões, mas parou para o PCC
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da Folha Online
Não são apenas trânsito, protestos e tendências que afetam o dia-a-dia da avenida Paulista. Nas últimas décadas, a via também foi palco de incêndios, temporais e apagões, além de ter servido de termômetro para o pânico causado pela série de ataques promovida pelo crime organizado, em maio último.
Entre os incêndios, os dois maiores ocorridos na avenida foram o do edifício Grande Avenida, em 1981, que matou 17 pessoas; e o do prédio da companhia energética da cidade, em 1987, que derrubou parte do imóvel. Os desabamento matou uma pessoa. Dos temporais, o último que causou estragos ocorreu em 1998, quando o risco de que o vento arrancasse uma das torres de TVs e rádios da região interditou a Paulista por mais de duas horas.
Na avenida Paulista, é pequena a preocupação com blecautes, graças aos cabos subterrâneos. São raras, portanto, as ocasiões em que os 7.478 imóveis da avenida ficam sem energia. Entre 1999 e 2002, porém, essas ocorrências eram comuns.
Naquele período, o Brasil passou por uma crise energética. Em época de racionamento e monitoramento dos níveis dos reservatórios, os apagões em horário comercial fechavam os bancos e o comércio. Houve ocasiões em que a luz só voltou no dia seguinte.
Violência
Resistente às intempéries naturais, em 15 de maio de 2006, a Paulista parou. Comércio, bancos e escritórios fecharam ainda à tarde. O horário de pico do trânsito passou despercebido. São Paulo havia abandonado o trabalho e se escondido em casa, por medo dos ataques contra as forças de segurança feitos pelo PCC (Primeiro Comando da Capital).
Foi a primeira segunda-feira da primeira de três séries de atentados promovidas pela facção criminosa desde o começo deste ano. Entre os dias 12 e 19 de maio, criminosos atacaram policiais, guardas e ônibus de São Paulo 299 vezes. Rebeliões simultâneas atingiram 82 unidades prisionais do Estado. Centenas de pessoas morreram.
O clima de insegurança gerou falsas notícias de ataques "marcados para as próximas horas" que se espalharam rapidamente pela internet. Em pânico, os moradores buscaram proteção.
Na ocasião, a onda de violência era interpretada como uma resposta ao isolamento de líderes do PCC. Nos meses seguintes, a organização criminosa comandaria assassinatos de agentes penitenciários e mais duas ondas de atentados.
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