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05/12/2006 - 11h26

Falha deixa controladores de tráfego sem comunicação com aviões

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LÍVIA MARRA
editora de Cotidiano da Folha Online
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília

Os controladores de tráfego aéreo do Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), em Brasília, perderam a comunicação com as aeronaves que acompanhavam na manhã desta terça-feira, devido a uma falha do sistema de freqüências de rádio. Com isso, os profissionais ampliaram as autorizações entre as decolagens para 20 minutos --o intervalo considerado normal é de cinco minutos, em média.

Profissionais ouvidos pela Folha Online afirmaram que não é possível garantir a segurança aérea com a falta de freqüência. Isso porque, apesar de a aeronave aparecer no radar, os operadores não conseguem falar com os pilotos.

O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica confirmou a pane em parte das freqüências e afirmou que técnicos ainda trabalham para detectar a causa. Segundo a Aeronáutica, a falha ocorreu por volta das 10h10 e, por aproximadamente 15 minutos, as decolagens foram suspensas a partir de Brasília. Depois, foi adotado o chamado gerenciamento de tráfego, com o maior espaçamento entre as aeronaves.

Controladores disseram à reportagem que o intervalo entre as decolagens deverá ser mantido mesmo com a normalização do sistema, pois há possibilidade que o problema volte a ocorrer.

O Cindacta 1 controla o espaço aéreo nos Estados de São Paulo, Rio, Minas, Espírito Santo, Goiás, parte de Mato Grosso e parte de Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal.

Raio

De acordo com relatos dos profissionais à Folha Online, os problemas desta terça não têm ligação com a falha que afetou vôos controlados pelo Cindacta 2, em Curitiba. O problema foi causado por um raio que atingiu uma torre em Mato Grosso do Sul e deixou a região sem comunicação.

Controladores afirmaram que a pane começou no domingo (3), quando um informe aos pilotos chegou a ser emitido, para que não utilizassem a área --pois não havia condições para o controle do espaço aéreo.

Um operador disse à reportagem que os transtornos na região controlada pelo Cindacta 2 persistiam na noite de segunda (4). Já a Aeronáutica informou que a pane causou problemas das 11h30 às 14h30 de segunda, aproximadamente.

Crise

Desde o final de outubro, os passageiros têm enfrentado constantes atrasos nos principais aeroportos do país. Inicialmente, os atrasos foram causados pela chamada operação-padrão dos controladores de tráfego aéreo, que, de forma isolada, decidiram aumentar o espaçamento entre as decolagens. O objetivo seria garantir a segurança dos vôos, após o acidente com o Boeing da Gol, que causou a morte dos 154 ocupantes.

O resultado do movimento foi uma seqüência de atrasos e cancelamentos de vôos. O setor entrou em colapso na madrugada do último dia 2 de novembro, feriado de Finados. No dia 14 do mesmo mês, véspera do feriado da Proclamação da República, grandes atrasos voltaram a ser registrados nos principais aeroportos do país. Na ocasião, os problemas seriam resultado da falta de controladores no Cindacta 1, em Brasília.

Entre os últimos dias 19 e 20 de novembro, os passageiros enfrentaram transtornos atribuídos, na ocasião, à chuva e ao efeito bola-de-neve causado pelo rompimento de um cabo de fibra ótica do Cindacta 2 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo) --que coordena o tráfego na região Sul.

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