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12/12/2006
-
10h19
LEONARDO SOUZA
da Folha de S.Paulo, em Brasília
No relatório parcial que será entregue à Justiça Federal amanhã, a Polícia Federal vai apontar que, dos 13 controladores de tráfego aéreo ouvidos no inquérito sobre o acidente com o Boeing da Gol, três tiveram responsabilidade maior. Um deles é da torre de controle de São José dos Campos (SP) e dois são da torre de Brasília.
O delegado da PF Ramon da Silva Almeida pedirá prorrogação do prazo do inquérito, que vence amanhã.
Como a maioria dos controladores de vôo são da Aeronáutica, mas realizam uma atividade considerada civil, a PF consultará a Justiça para saber como tratá-los no inquérito: se como pessoas comuns, sujeitas a indiciamento, ou se apenas deve apontar as irregularidades identificadas, sugerindo o indiciamento, mas deixando a decisão para o tribunal militar.
Conjunto de falhas
No relatório parcial, a Polícia Federal vai relacionar os erros cometidos por cada um dos controladores, mas sem associá-los a eventuais crimes. Conforme a Folha antecipou na semana passada, o relatório final não apontará um único grupo culpado pelo acidente, mas sim uma conjunção de falhas e responsabilidades.
Os pilotos do jato executivo Legacy, que se chocou com o Boeing da Gol em 29 de setembro, provocando a morte de 154 pessoas --foi o maior acidente da aviação civil brasileira--, foram indiciados na semana passada. Joe Lepore e Jan Paladino, que são norte-americanos, teriam colocado em risco a segurança do tráfego aéreo, por não terem respeitado o plano de vôo.
Os controladores de tráfego aéreo não perceberam que o Legacy estava fora de sua rota original, não corrigindo-a nem alertando os pilotos do avião da Gol sobre esse fato.
O relatório final levará em consideração também um terceiro fator, que é a deficiência do sistema de radares da Aeronáutica na região entre Mato Grosso e Manaus, onde há "áreas cegas" --a passagem de aeronaves não é captada devidamente .
Os três fatores
Em resumo, na visão da PF, o acidente não teria ocorrido se: 1 - Os tripulantes do Legacy tivessem respeitado o plano de vôo ou insistido no contato com o centro de Brasília; 2 - Os controladores de vôo tivessem detectado que o Legacy voava a uma altitude não prevista. Dessa forma, mesmo sem conseguir entrar em contato com o jatinho, poderiam ter avisado a tripulação do Boeing da Gol para que desviasse da rota; 3 - Se não houvesse "áreas cegas" entre os radares, os controladores de vôo poderiam ter detectado com mais facilidade que o jato executivo não se encontrava na altitude prevista em seu plano.
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
No relatório parcial que será entregue à Justiça Federal amanhã, a Polícia Federal vai apontar que, dos 13 controladores de tráfego aéreo ouvidos no inquérito sobre o acidente com o Boeing da Gol, três tiveram responsabilidade maior. Um deles é da torre de controle de São José dos Campos (SP) e dois são da torre de Brasília.
O delegado da PF Ramon da Silva Almeida pedirá prorrogação do prazo do inquérito, que vence amanhã.
Como a maioria dos controladores de vôo são da Aeronáutica, mas realizam uma atividade considerada civil, a PF consultará a Justiça para saber como tratá-los no inquérito: se como pessoas comuns, sujeitas a indiciamento, ou se apenas deve apontar as irregularidades identificadas, sugerindo o indiciamento, mas deixando a decisão para o tribunal militar.
Conjunto de falhas
No relatório parcial, a Polícia Federal vai relacionar os erros cometidos por cada um dos controladores, mas sem associá-los a eventuais crimes. Conforme a Folha antecipou na semana passada, o relatório final não apontará um único grupo culpado pelo acidente, mas sim uma conjunção de falhas e responsabilidades.
Os pilotos do jato executivo Legacy, que se chocou com o Boeing da Gol em 29 de setembro, provocando a morte de 154 pessoas --foi o maior acidente da aviação civil brasileira--, foram indiciados na semana passada. Joe Lepore e Jan Paladino, que são norte-americanos, teriam colocado em risco a segurança do tráfego aéreo, por não terem respeitado o plano de vôo.
Os controladores de tráfego aéreo não perceberam que o Legacy estava fora de sua rota original, não corrigindo-a nem alertando os pilotos do avião da Gol sobre esse fato.
O relatório final levará em consideração também um terceiro fator, que é a deficiência do sistema de radares da Aeronáutica na região entre Mato Grosso e Manaus, onde há "áreas cegas" --a passagem de aeronaves não é captada devidamente .
Os três fatores
Em resumo, na visão da PF, o acidente não teria ocorrido se: 1 - Os tripulantes do Legacy tivessem respeitado o plano de vôo ou insistido no contato com o centro de Brasília; 2 - Os controladores de vôo tivessem detectado que o Legacy voava a uma altitude não prevista. Dessa forma, mesmo sem conseguir entrar em contato com o jatinho, poderiam ter avisado a tripulação do Boeing da Gol para que desviasse da rota; 3 - Se não houvesse "áreas cegas" entre os radares, os controladores de vôo poderiam ter detectado com mais facilidade que o jato executivo não se encontrava na altitude prevista em seu plano.
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