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20/12/2006
-
09h09
LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Brasília
"Boa noite, bom pouso." Assim terminou o tenso diálogo entre controladores de tráfego aéreo e os pilotos do vôo 3073 da TAM, que perdeu seu sistema de navegação no ar e precisou ser guiado "às cegas" para conseguir pousar no aeroporto mais próximo, em Curitiba, na noite da última sexta-feira.
A 28 mil pés (8.534 metros) de altura e sob turbulência, o Fokker 100 da TAM perdeu seu sistema de navegação quando sobrevoava a região de Bauru, no trajeto Brasília-Florianópolis. Os pilotos pediram então a ajuda do Cindacta-2, às 22h19, para guiar a aeronave até o pouso, às 23h13.
A assessoria de imprensa da TAM confirmou o incidente, mas não informou quais equipamentos falharam ou o motivo da pane. Disse que o Fokker fez um pouso seguro e teve dois componentes eletrônicos trocados em Curitiba antes de ser liberado para vôo.
Apesar de informar que o avião contava com as devidas redundâncias --duplicação de todos os equipamentos--, não houve esclarecimentos, por parte da assessoria, sobre a situação de fato na cabine.
Diálogos
Trechos da conversa entre os pilotos e dois controladores de Curitiba mostram a dificuldade dos pilotos para manter o avião na proa de Curitiba, isto é, alinhar o avião corretamente no rumo desejado.
Os pilotos avisam que o sistema de navegação está "degradado", sem fazer menção ao sistema reserva. São orientados a fazer "vetores sem giro", isto é, virar o avião sem o sistema de giro direcional da aeronave.
Eles recebem instrução de início e fim de curvas meia padrão, um giro padronizado que completa 360º em dois minutos, realizado sem consultar a bússola magnética, apenas guiado pelo horizonte, segundo especialistas.
O incidente é considerado grave na aviação --ficar sem o sistema de navegação implica "dirigir às cegas" porque o piloto não tem mais o senso preciso da rota que segue.
Em seu site, a TAM explica que "o Fokker 100 pode navegar com precisão sem o piloto". "Esse avião possui três sistemas de navegação inercial, a laser, que computam qualquer deslocamento e aceleração em todas as direções, com muita sensibilidade", diz a empresa.
Ou seja, o avião faz sozinho os ajustes necessários, por exemplo, por causa do efeito do vento. Na última sexta-feira, o Fokker 100 precisou de seu piloto e dois controladores para fazer esse trabalho.
Por meio dos dados do radar secundário, o controle aéreo ficou por mais de meia hora orientando os giros à direita e à esquerda dos pilotos, que trabalhavam apenas com rádio, bússola magnética e manche para corrigir a proa. De acordo com informações da TAM, o incidente não representou riscos para os passageiros do vôo.
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
"Boa noite, bom pouso." Assim terminou o tenso diálogo entre controladores de tráfego aéreo e os pilotos do vôo 3073 da TAM, que perdeu seu sistema de navegação no ar e precisou ser guiado "às cegas" para conseguir pousar no aeroporto mais próximo, em Curitiba, na noite da última sexta-feira.
A 28 mil pés (8.534 metros) de altura e sob turbulência, o Fokker 100 da TAM perdeu seu sistema de navegação quando sobrevoava a região de Bauru, no trajeto Brasília-Florianópolis. Os pilotos pediram então a ajuda do Cindacta-2, às 22h19, para guiar a aeronave até o pouso, às 23h13.
A assessoria de imprensa da TAM confirmou o incidente, mas não informou quais equipamentos falharam ou o motivo da pane. Disse que o Fokker fez um pouso seguro e teve dois componentes eletrônicos trocados em Curitiba antes de ser liberado para vôo.
Apesar de informar que o avião contava com as devidas redundâncias --duplicação de todos os equipamentos--, não houve esclarecimentos, por parte da assessoria, sobre a situação de fato na cabine.
Diálogos
Trechos da conversa entre os pilotos e dois controladores de Curitiba mostram a dificuldade dos pilotos para manter o avião na proa de Curitiba, isto é, alinhar o avião corretamente no rumo desejado.
Os pilotos avisam que o sistema de navegação está "degradado", sem fazer menção ao sistema reserva. São orientados a fazer "vetores sem giro", isto é, virar o avião sem o sistema de giro direcional da aeronave.
Eles recebem instrução de início e fim de curvas meia padrão, um giro padronizado que completa 360º em dois minutos, realizado sem consultar a bússola magnética, apenas guiado pelo horizonte, segundo especialistas.
O incidente é considerado grave na aviação --ficar sem o sistema de navegação implica "dirigir às cegas" porque o piloto não tem mais o senso preciso da rota que segue.
Em seu site, a TAM explica que "o Fokker 100 pode navegar com precisão sem o piloto". "Esse avião possui três sistemas de navegação inercial, a laser, que computam qualquer deslocamento e aceleração em todas as direções, com muita sensibilidade", diz a empresa.
Ou seja, o avião faz sozinho os ajustes necessários, por exemplo, por causa do efeito do vento. Na última sexta-feira, o Fokker 100 precisou de seu piloto e dois controladores para fazer esse trabalho.
Por meio dos dados do radar secundário, o controle aéreo ficou por mais de meia hora orientando os giros à direita e à esquerda dos pilotos, que trabalhavam apenas com rádio, bússola magnética e manche para corrigir a proa. De acordo com informações da TAM, o incidente não representou riscos para os passageiros do vôo.
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