Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
23/12/2006 - 09h44

Vigilante de banco mata cliente após discussão

Publicidade

ITALO NOGUEIRA
Colaboração para a Folha de S.Paulo, no Rio

O vigilante de uma agência do banco Itaú no centro do Rio matou com um tiro, depois de uma discussão, um cliente que havia sido retido pela porta giratória do banco, equipada com detector de metais.

Aproveitando o horário de almoço, o jornaleiro Jonas Eduardo Santos de Souza, 35, entrou às 13h30 na agência do banco Itaú para pagar uma conta. Foi morto pelo vigilante Natalício de Souza Marins, que foi levado à 5ª DP (Lapa).

Ele responderá, em liberdade, a acusação de homicídio doloso (com intenção). O delegado-adjunto Mário Arruda afirmou que, por não ter fugido e chamado o Corpo de Bombeiros, ele não ficaria preso.

Pessoas que estavam na fila formada em frente ao banco devido à discussão afirmam que o jornaleiro retirou moedas, celular e outros objetos. "Eles se agrediram várias vezes", afirmou o assessor parlamentar Daniel Rodrigues.

Segundo o vigilante, Souza ficou preso na porta giratória e se recusou a retirar os objetos de metal que portaria, versão contestada por testemunhas. Após discussão, o gerente foi chamado. Souza apresentou o cartão do banco, para provar que era cliente --correntista havia dez anos--, o que liberou sua entrada.

Ainda de acordo com depoimento de Marins, Souza o agrediu com um soco e um chute. Após os golpes, ele teria sacado a arma. Em seguida, disse ter levado um tapa em uma das mãos --não soube dizer se era a que segurava o revólver. Depois do tapa houve o disparo.

Um amigo de Souza, identificado como Isidoro, atribuiu outro motivo para o crime. "[Mataram] só porque era negro". A advogada da família, Maíza Evangelista, revoltada com a não-detenção do vigilante, concorda. "Trata-se de um crime por discriminação racial". O vigilante também é negro.

O coordenador-executivo da Subsecretaria de Políticas Públicas contra a Discriminação Racial, Nayt Junior, atribui o caso a um suposto "racismo institucional" do Itaú. "Quais são as ordens que o banco dá acerca do acesso na porta giratória?" questionou. Ele disse existir três ações contra o Itaú por dificuldade de acesso por racismo.

Na delegacia, dois advogados do Itaú se recusaram falar com a imprensa. O Itaú divulgou nota em que lamenta o caso, chamado de "uma situação completamente imprevisível". "Embora terceirizadas, as equipes de segurança nas agências são sempre treinadas para um melhor relacionamento com os clientes. O Itaú está empenhado na assistência aos envolvidos e às autoridades na investigação", diz a nota.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre crimes envolvendo vigias
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página