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28/12/2006 - 15h27

Ações criminosas deixam 18 mortos no Rio; polícia reforça segurança

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da Folha Online

Uma onda de ações violentas deixou 18 pessoas mortas no Rio, entre a madrugada e a manhã desta quinta-feira. Das vítimas, sete estavam em um ônibus que foi queimado e morreram carbonizadas. A polícia reforçou a segurança em diferentes pontos, principalmente nos arredores de dez favelas.

A onda de ataques também deixou 22 pessoas feridas. Os criminosos atacaram a tiros delegacias, carros e cabines da Polícia Militar.
Silvia Izquierdo/AP
Pessoas observam ônibus queimado na Cidade Alta durante série de ataques no Rio
Pessoas observam ônibus queimado na Cidade Alta durante série de ataques no Rio


Segundo balanço divulgado pela Secretaria da Segurança Pública, os criminosos agiram em 12 pontos. Os alvos foram uma cabine da PM em Botafogo; o Shopping Carioca; a 6ª DP (Cidade Nova); a 28ª DP (Campinho); um carro do 31ª Batalhão que estava na avenida Ayrton Senna; um outro carro da polícia que estava na Lagoa; o Destacamento de Policiamento Ostensivo em Mesquita; dois ônibus no Trevo das Missões; uma cabine da PM no shopping Nova América; dois ônibus na área do 14º Batalhão da PM (Bangu); um carro do Batalhão de Policiamento de Vias Especiais na Perimetral e o Destacamento de Policiamento Ostensivo da PM do Alto da Boa Vista.

Crime organizado

Para o secretário da Segurança Pública, Roberto Precioso Júnior, a ordem para os ataques partiu de presos, que temem mudanças na administração penitenciária a partir de 2007, com a troca de comando do governo do Estado, e o endurecimento do regime disciplinar.

Ele afirmou que a série de ataques não foi organizada por uma única facção, mas por criminosos que se uniram em torno de interesses comuns para pressionar o governo a, mais tarde, negociar concessões e privilégios. Uma das preocupações dos criminosos seriam os prejuízos financeiros causados por ações do governo, como as de repressão ao tráfico de drogas.

O secretário disse que o movimento era monitorado pelo setor de inteligência e considerou que as ações da polícia evitaram um número maior de mortes. "Com as informações colhidas pela nossa área de inteligência e a colocação das forças policiais nas ruas, conseguimos evitar, apesar das lamentáveis mortes de policiais e inocentes, que houvesse uma tragédia de dimensão maior, como a ocorrida em São Paulo, onde centenas de pessoas foram assassinadas", afirmou ele, em referência aos ataques promovidos pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). Neste ano, a facção que atua em São Paulo promoveu três ondas de violência. Inicialmente, os alvos foram as forças de segurança e, depois, os atentados atingiram ônibus e prédios públicos.

Já o secretário da Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, disse que as ações foram uma reação às milícias de policiais e ex-policiais que tomam conta de morros e favelas na cidade. No dia 12 de dezembro, reportagem publicada pela Folha mostrou que milícias formadas por policiais, ex-policiais, bombeiros, agentes penitenciários e militares já expulsaram traficantes de comunidades e ocuparam favelas.

Em um dos locais atacados durante a madrugada foram encontrados panfletos com o texto: "Rosinha e Garotinho apóiam a "melíssia" (sic) contra o pobre e o favelado e a resposta é Rio de sangue". A mensagem refere-se à governadora, Rosinha Matheus, e a seu marido, o ex-governador Anthony Garotinho, ambos do PMDB.

Vítimas

Dos 18 mortos, sete ocupavam um ônibus da Viação Itapemirim incendiado no viaduto que liga a rodovia Washington Luiz à avenida Brasil. O veículo havia saído de Cachoeiro de Itapemirim (ES) e deveria chegar a São Paulo na manhã desta quinta, com 28 passageiros.

As sete pessoas morreram carbonizadas. De acordo com a empresa, alguns passageiros, assustados, fugiram do local e ainda são procurados pelas autoridades. A viação afirma que assumirá as despesas dos traslados dos mortos. Os nomes das vítimas ainda não foram divulgados.

A Polícia Militar informou que três homens apontados por uma testemunha como envolvidos no incêndio foram presos. Eles estão com as mãos queimadas e não teriam apresentado justificativas para os ferimentos.

Também morreram o soldado da PM Robson Padilha Fernandes e o cabo Marcelo da Silva Oliveira, baleados em diferentes pontos do Rio. As outras vítimas são uma vendedora ambulante que estava perto de uma cabine da PM em Botafogo e um homem que estava na porta da 28 DP.

Sete supostos criminosos morreram em confronto com a polícia --dois em Mesquita, dois no complexo da Maré, um na avenida Ayrton Sena, um em Benfica e outro no morro do São Carlos. Com eles, os policiais afirmam ter apreendido dois fuzis, quatro pistolas e uma granada.

Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online

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