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29/12/2006 - 09h07

Após série de ataques, Rio volta a registrar ações criminosas

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da Folha Online

Depois de um dia marcado pela violência, ações criminosas voltaram a ser registradas no Rio, entre a noite de quinta-feira e a madrugada desta sexta. Não há confirmação sobre mortes. Na quinta (28), a poucos dias do Réveillon, uma série de ataques resultou na morte de 18 pessoas --sete delas carbonizadas no incêndio a um ônibus interestadual.

Na noite de ontem, um ônibus foi queimado em Niterói. Na Linha Vermelha, um tiroteio assustou motoristas, mas o motivo não foi confirmado --há possibilidade de um grupo ter fechado a pista, na região de Duque de Caxias, para assaltar veículos.

Também em Duque de Caxias, criminosos atiraram contra a fachada do Centro Cultural Oscar Niemeyer, na madrugada desta sexta. Aproximadamente 13 tiros foram disparados.

Dois suspeitos chegaram a ser perseguidos, mas conseguiram fugir. A moto ocupada por eles foi localizada pouco depois. A polícia diz que investiga se o caso está ligado às ações do crime organizado ou foi uma ação isolada.

Policiamento reforçado

Para tentar evitar novas ações criminosas e garantir a tranqüilidade das festas de Réveillon, as Polícias Militar e Civil colocaram 20.734 homens nas ruas para reforçar o policiamento. Dez favelas estão ocupadas por policiais.

Balanço divulgado pela Secretaria da Segurança mostra que, até as 20h de quinta, 15 ataques haviam ocorrido na região metropolitana do Rio. Sete suspeitos foram presos e duas granadas, apreendidas.

Ataques e vítimas

Dos 18 mortos, sete ocupavam um ônibus da Viação Itapemirim incendiado no viaduto que liga a rodovia Washington Luiz à avenida Brasil. O veículo havia saído de Cachoeiro de Itapemirim (ES) e deveria chegar a São Paulo na manhã de quinta, com 28 passageiros.

A Polícia Militar informou que três homens apontados por uma testemunha como envolvidos no incêndio foram presos. Eles estavam com as mãos queimadas e não teriam apresentado justificativas para os ferimentos.

Além das mortes, a onda de violência deixou outras 23 pessoas feridas.

Entre os alvos dos ataques de quinta estão uma cabine da PM em Botafogo; o Shopping Carioca; a 6ª DP (Cidade Nova); a 28ª DP (Campinho); um carro do 31ª Batalhão que estava na avenida Ayrton Senna; um outro carro da polícia que estava na Lagoa; o Destacamento de Policiamento Ostensivo em Mesquita; dois ônibus no Trevo das Missões; uma cabine da PM no shopping Nova América; dois ônibus na área do 14º Batalhão da PM (Bangu); um carro do Batalhão de Policiamento de Vias Especiais na Perimetral e o Destacamento de Policiamento Ostensivo da PM do Alto da Boa Vista.

Arte/Folha Online/Folha Online


Crime organizado

Para o secretário da Segurança Pública, Roberto Precioso Júnior, a ordem para os ataques partiu de presos, que temem mudanças na administração penitenciária a partir de 2007, com a troca de comando do governo do Estado, e o endurecimento do regime disciplinar.

Já o secretário da Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, disse que as ações foram uma reação às milícias de policiais e ex-policiais que tomam conta de morros e favelas na cidade. No dia 12 de dezembro, reportagem publicada pela Folha mostrou que milícias formadas por policiais, ex-policiais, bombeiros, agentes penitenciários e militares já expulsaram traficantes de comunidades e ocuparam favelas.

Para a governadora Rosinha Matheus (PMDB) e a Secretaria da Segurança, os ataques foram planejados por criminosos das facções CV (Comando Vermelho), TC (Terceiro Comando) e ADA (Amigo dos Amigos), que, de maneira inédita, teriam atuado conjuntamente.

Em Botafogo (zona sul), após o ataque a uma cabine da PM, foram deixados panfletos com o texto: "Rosinha e Garotinho apóiam a "melíssia" (sic) contra o pobre e o favelado e a resposta é Rio de sangue". A mensagem referia-se à governadora e a seu marido, o ex-governador Anthony Garotinho, ambos do PMDB. O bilhete refere-se às milícias (formadas por policias e ex-policiais) que vendem proteção contra o tráfico e cobram por proteção a moradores principalmente de favelas do Rio.

Já o governador eleito do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que a onda de violência não vai intimidar o novo governo e admitiu que, se necessário, acionará a Força Nacional de Segurança Pública. As ações causaram 18 mortes.

Neste ano, uma facção criminosa que atua em São Paulo --que tem presos na liderança-- promoveu três ondas de violência. Inicialmente, os alvos foram as forças de segurança e, depois, os atentados atingiram ônibus e prédios públicos.

Com Folha de S.Paulo, no Rio

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