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29/12/2006 - 10h02

Ministro falou "besteira", diz operadora de turismo

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FABIANE LEITE
da Folha de S.Paulo

Operadoras de turismo tiveram de dar explicações ontem a passageiros preocupados com o possível cancelamento de fretamentos aéreos marcados para os próximos dias.

Anteontem o ministro Waldir Pires (Defesa) anunciou a proibição de novos fretamentos, mas não explicou a abrangência da medida. No mesmo dia, o presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo, José Zuquim, advertia que o anúncio não teria reflexo sobre o "caos aéreo", uma vez que não haveria tempo para a venda de novos pacotes para o Ano Novo --todos os vôos programados já estariam autorizados. Os consumidores, no entanto, ficaram alarmados.

"O ministro falou besteira. Queria fazer uma nota de repúdio. Ele nos prejudicou, fez terrorismo", afirmou Carlos Alberto Capistrano, diretor de operações da Calcos, que trabalha só com fretamentos internacionais. Ele afirmou ter recebido ontem mais de 40 ligações de passageiros que temiam perder os pacotes em razão da proibição anunciada por Pires na quarta-feira.

Segundo Capistrano, todos os fretamentos da empresa já estão autorizados e não são com a TAM, cujos vôos foram alvo de problemas nos últimos dias. Até o próximo dia 31, a operadora de turismo deverá embarcar 2.000 pessoas em fretamentos. O diretor diz ainda que o governo deveria deixar claro quem são os responsáveis pela crise aérea.

A CVC, operadora responsável por 80% dos fretamentos no país, divulgou nota em que informa que a medida não interferirá na programação de vôos fretados, "que são solicitados com meses de antecedência".

A empresa RCA Tours, que deve embarcar mil passageiros em fretamentos até domingo, também informou que todos os vôos fechados para o Ano Novo já estão autorizados.

Zuquim, da Associação de Operadoras de Turismo, diz que o modo como a mídia reproduziu a frase do ministro pode ter causado confusão nos passageiros. "A imprensa não tem interesse em agenda positiva. Muitos passageiros telefonaram preocupados com os fretamentos do fim de ano e foram tranquilizados pelas operadoras." Segundo Zuquim, a proibição anunciada pelo ministro terá peso nas contratações de fretamentos para junho e julho. "Mas até lá tem negociação."

A associação voltou a fazer previsão de calmaria nos aeroportos nos próximos dias. Segundo Zuquim, não há problemas com os controladores de vôos e há uma programação de um número menor de passageiros em relação ao Réveillon do ano passado.

O dirigente, no entanto, reconhece que parte dos fretamentos tem sofrido atrasos. As operadoras, afirmou, têm assumido os custos decorrentes da espera, como os de alimentação.
A assessoria da Associação Brasileira de Agências de Viagem informou que em razão da queda nas vendas decorrentes do caos aéreo não há perspectiva de demanda significativa por novos fretamentos nos próximos dias.

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