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10/01/2007 - 20h58

MG impede reconstrução de barragem e aplica multa máxima a empresa

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da Folha Online

A empresa mineradora Rio Pomba Cataguases não poderá reconstruir a barragem que se rompeu nesta quarta-feira, despejando lama --resultado da lavagem da bauxita-- sobre áreas em Miraí. A empresa, que já havia sido responsável por acidente semelhante em 2006, deve ser multada em cerca de R$ 50 milhões.

Omar Freire/Imprensa MG
Lama invade ruas em Minas
Lama invade ruas em Minas
"Acabamos de determinar o fechamento definitivo da empresa. Também, não iremos permitir a reconstrução da barragem e a comunidade ficará livre de um potencial problema no futuro, que poderia ocorrer com a barragem funcionando", disse o secretário do meio ambiente José Carlos Carvalho.

"Ao mesmo tempo, estamos aplicando a multa máxima permitida pela lei à empresa, determinando que faça a recuperação dos danos ambientais e materiais", completa. A Defesa Civil Estadual avalia que o número de desalojados esteja entre 3.000 e 5.000.

De acordo com uma análise preliminar do Sisema (Sistema Estadual de Meio Ambiente), a lama é composta apenas por água e argila e não é tóxica. O sistema estima que tenham vazado dois milhões de metros cúbicos, o equivalente a dois bilhões de litros da substância. Técnicos do Rio também analisarão a lama.

Força-tarefa

O governo criou uma força-tarefa entre secretarias estaduais e órgãos governamentais para atender os locais atingidos pelo rompimento.A Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) disse que não faltará água nas cidades atingidas com o envio de caminhões-pipa.

Materiais de limpeza para a retirada da lama foram entregues aos moradores e a Fundação Rural Mineira disponibilizou máquinas para retirada da lama.

O DER (Departamento de Estradas de Rodagem) enviou equipes para a região para avaliar a necessidade da construção de acessos provisórios onde houve queda de pontes ou interrupção de trechos de estradas.

A Câmara de Miraí foi transformada em uma espécie de centro dos órgãos que estão atuando no operação. Cestas-básicas, colchões e roupas estão sendo levados para o local para as famílias atingidas.

A Defesa Civil ainda não contabilizou quantas pessoas foram afetadas pelo rompimento da barragem.

Rio

Um plano de emergência foi elaborado pela Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) para tentar minimizar os novos problemas e garantir o abastecimento de água para as cidades de Laje do Muriaé, São José de Ubá, Italva, Cardoso Moreira e Itaperuna. A expectativa é a de que a lama chegue ao Estado na madrugada de quinta.

Ao menos 38 caminhões-pipa devem ser usados para abastecer as cidades. O Cedae não descarta a hipótese de que a lama atinja também o rio Paraíba do Sul e a cidade de Campos.

Histórico

Em março de 2006, o vazamento durou três dias. Naquela ocasião, os 400 milhões de litros de resíduos de tratamento de bauxita --água e argila-- atingiram um córrego da região e chegaram ao Rio de Janeiro. Os moradores de Laje do Muriaé tiveram o abastecimento de água suspenso em caráter preventivo, devido à possibilidade de contaminações.

Em 2003, uma barragem pertencente às empresas Cataguases de Papel e Cataguases Florestal também rompeu e provocou o despejo de 1,2 bilhão de litros de resíduos --desta vez, tóxicos-- nos rios Pomba e Paraíba do Sul, atingindo o norte e o noroeste fluminenses.

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