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12/01/2007 - 16h36

Acidente em obra do metrô em Pinheiros amplia cratera e ameaça região

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da Folha Online

Um acidente ocorrido por volta das 15h desta sexta-feira nas obras da futura estação Pinheiros do Metrô (zona oeste de São Paulo) causou o esvaziamento de prédios e interdição de ruas no entorno. O acidente alargou uma cratera já usada pela empreiteira para descer veículos e equipamentos para as obras da linha 4-amarela, 30 metros abaixo. No total, a cratera tem agora 80 metros de diâmetro (tinha 60 antes).

Por determinação do Corpo de Bombeiros e da polícia, casas nas imediações foram esvaziadas, pois também correm risco. Ao menos três pessoas ficaram feridas, segundo informações iniciais.

Um enorme guindaste na borda da cratera corre risco de tombar. Não há equipes trabalhando no local porque o risco de acidentes graves é grande.

Segundo o ajudante de produção Ilderlan Barbosa Furtunato, 27, que trabalha em outro posto de escavação a cerca de 150 metros do local, o acidente pode ter sido causado pelo desabamento do concreto armado da estação, a mais de 60 metros de profundidade.

Com a queda, os trabalhadores sentiram o impacto e, em seguida, perceberam a poeira, de acordo com o ajudante. Ele disse ter visto pessoas com escoriações, mas não detalhou o número de possíveis vítimas.

Ao menos quatro veículos foram "engolidos" pela cratera, de acordo com avaliação inicial. Outros podem estar sob os escombros. Ainda ocorre deslizamento de terra nas margens do buraco.

De acordo com os bombeiros, quem solicitou o socorro informou que há vítimas. No entanto, não há confirmação sobre soterrados. A Polícia Militar mandou dois helicópteros para o local --o Águia 7 avalia a situação no local e o Águia 11 pousou na região para transportar eventuais feridos.

A pista sentido Castello Branco da marginal Pinheiros sofre interdições na altura da rua Sumidouro. O trânsito é ruim na região.

Há falta de luz. Estão sem energia elétrica trechos das ruas Capri e Gilberto Sabino. Também foram afetadas as ruas Sumidouro, Cardeal Arcoverde, Teodoro Sampaio, Paes Leme e avenida Nações Unidas, desde às 14h55, mas o fornecimento foi retomado às 16h30, de acordo com a AES Eletropaulo.

A concessionária afirma que aguarda liberação do Corpo de Bombeiros para fazer os devidos reparos na rede no entorno do local do acidente.

Histórico

Em dezembro de 2005, o solo cedeu nas proximidades de um canteiro de obras da linha 4, e cinco casas ficaram comprometidas. Os moradores tiveram que ser levados para hotéis, e os imóveis foram reconstruídos.

Logo no começo de 2006, 4.000 casas do Jardim América ficaram sem telefone durante mais de três dias, por causa de uma escavação feita pelo Metrô na esquina da rua Oscar Freire com a avenida Rebouças. Os cabos telefônicos foram atingidos quando técnicos realizavam uma medição do nível de água no subsolo.

Em abril, oito casas da rua João Elias Saada, também em Pinheiros, foram interditadas por conta de uma fissura encontrada em outro túnel da linha 4. Os imóveis não chegaram a ser danificados, mas os moradores permaneceram em hotéis por alguns dias.

Em outubro, o operário José Alves de Souza, 56, morreu atingido por um desplacamento de terra, em um túnel de 23 metros de profundidade, nas obras da futura estação Oscar Freire do Metrô. Foi o primeiro acidente com morte nas obras da linha 4 do Metrô.

Acidente

Segundo a assessoria de imprensa da Odebrecht, o acidente ocorreu durante a escavação da metade inferior da estação Pinheiros, cujo formato é o de um cilindro de dez metros de diâmetro. Seis operários escavavam a área com uma retroescavadeira, a aproximadamente 30 metros de profundidade, quando perceberam que uma das paredes estava ruindo.

Houve tempo hábil para os seis operários deixarem o local, e nenhum deles ficou ferido. De acordo com a empresa, os funcionários recebem treinamento para escapar da obra em situações deste tipo.

Para a Odebrecht, a parede ruiu devido à instabilidade do solo às margens do rio Pinheiros que não podia ser prevista.

Por telefone, a reportagem entrou em contato com o engenheiro responsável pela obra, Fábio Gandolfo, mas ele informou que estava em reunião e não comentaria o acidente e orientou a reportagem da Folha Online a procurar a Odebrecht.

Com CAROLINA FARIAS, GABRIELA MANZINI e RENATO SANTIAGO, da Folha Online e LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online

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