Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
13/01/2007 - 09h06

Moradores alertaram Metrô sobre explosões e rachaduras em 2006

Publicidade

da Folha Online

Em dezembro de 2006, um grupo de moradores de Pinheiros (zona oeste de São Paulo) enviou uma carta ao Consórcio Via Amarela --contratado pelo Metrô para construir a linha 4-amarela--, com reclamações sobre o surgimento de rachaduras em imóveis do bairro e, principalmente, sobre os freqüentes estrondos ouvidos na região.

Em resposta, ainda em dezembro, eles receberam uma mensagem assinada pelo engenheiro responsável, Fábio Gandolfo, da Odebrecht, a maior empreiteira integrante do consórcio, com a garantia de que não havia "nenhum risco de desabamento".

Na sexta-feira (12), um canteiro de obras da estação Pinheiros do metrô --instalado às margens do rio Pinheiros-- desabou e abriu uma cratera de aproximadamente 80 metros de diâmetro. O buraco, antes do acidente, era usado para levar equipamentos --como retroescavadeiras-- à profundidade necessária --no caso, aproximadamente 30 metros.

O deslizamento da terra arrastou caminhões e carros que passavam pelos arredores. Uma van --com pessoas a bordo-- estava desaparecida desde o momento do acidente e um guindaste ameaçava cair dentro da cratera, na noite de sexta. Cerca de 80 imóveis foram interditados, e seus moradores foram levados para hotéis.

Os estrondos ouvidos pelos moradores eram resultado das explosões provocadas para abrir caminho sob a terra. O método, chamado NATM (New Austrian Tunneling Method), foi usado pelas empresas, com o consentimento do Metrô, para acelerar as obras. Quando o edital de licitação para as obras foi lançado, porém, ele era considerado inadequado.

Outro lado

Por telefone, a assessoria de imprensa da Odebrecht afirmou que não realizava mais explosões na estação Pinheiros quando o acidente ocorreu e que as escavações estavam sendo feitas só por retroescavadeiras; e atribuiu o acidente à instabilidade do solo na região.

Em entrevista, o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, também levantou a hipótese de que o desabamento tenha sido causado por falhas no terreno, mas não soube explicar porque o planejamento geológico da obra não previu o problema, uma vez que a região fica ao lado do rio Pinheiros. "Teremos que investigar."

Acidente

Segundo a assessoria de imprensa da Odebrecht, o acidente ocorreu durante a escavação da metade inferior da estação Pinheiros, cujo formato é o de um cilindro. Seis operários escavavam a área com uma retroescavadeira, a aproximadamente 30 metros de profundidade, quando perceberam que uma das paredes estava ruindo.

Houve tempo hábil para os seis deixarem o local, e nenhum deles ficou ferido. De acordo com a empresa, os funcionários recebem treinamento para escapar da obra.

Por telefone, a reportagem entrou em contato com Gandolfo, o engenheiro responsável, mas ele informou que estava em reunião e não comentaria o acidente e orientou a reportagem da Folha Online a procurar a Odebrecht.

Leia mais
  • Bombeiros suspendem buscas por van desaparecida em acidente no metrô
  • Serra diz que primeira fase da linha 4 deve ser entregue em 2009
  • CET libera pistas da marginal Pinheiros; lentidão é de 6 km
  • Moradora relata estrondo no momento de acidente em obra do Metrô
  • Prometida há mais de dez anos, linha 4 deverá ficar pronta em 2012

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre desabamentos
  • Leia a cobertura completa sobre o acidente no canteiro de obras do Metrô
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página