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14/01/2007
-
10h27
DANIELA TÓFOLI
da Folha de S.Paulo
Grávida de 8 meses, Thaís Ferreira Gomes, 20, mulher do cobrador Wescley Adriano da Silva, 22, um dos ocupantes da van soterrada na cratera do metrô, só quer que seu marido possa conhecer o primeiro filho. Cauã deve nascer em no máximo três semanas e Wescley esperava pelo parto com ansiedade.
Tanto que fez questão de deixar o quarto do menino todo pronto já há algumas semanas. "Ele é superpreocupado. Toda noite chegava em casa às 23h e ia conversar com o bebê", conta Thaís. "Ontem [anteontem], isso não pôde acontecer."
Foi o marido que impediu Thaís de pegar a van. "Eu iria visitar a minha mãe, e combinei de pegar uma carona na van. Não sei por quê, o Wescley pediu para eu ficar em casa. Parece que estava sentindo o que iria acontecer."
Thaís diz ter esperança de encontrar o marido vivo, mas não consegue conter o choro. "A situação é grave. Estou pedindo para Deus me ajudar. Só Ele, pode fazer alguma coisa."
Falta de informação
Familiares dos desaparecidos, tanto de Wescley como do motorista da van, Reinaldo Aparecido Leite, 40, reclamaram da falta de informação e de assistência por parte da prefeitura e do governo do Estado. Sandra Serafim, tia do cobrador, afirmou que "a situação era humilhante". "Ninguém falava nada com a gente. Era como se não estivéssemos aqui."
A mesma reclamação foi feita por José David Leite, pai de Reinaldo. "A prefeitura age como se não houvesse vítimas, mas há." A mulher do motorista, Ezilene Gomes Dourado, 29, disse estar "desesperada". "Ninguém fala nada. Por favor, ajudem." Seu marido, que tem três filhos, nunca havia sofrido nenhum acidente grave.
Os familiares do cobrador e do motorista têm certeza de que a van está na cratera porque o itinerário dela passava pelo local, o último sinal de GPS foi registrado na rua do buraco e o motorista tentou contato por rádio. Segundo os parentes, só houve tempo para ele gritar "socorro".
A mãe de Wescley, Elenilde Silva, chegou por volta das 14h30. Chorando, pedia ajuda. "Quero meu filho. Alguém precisa encontrá-lo."
O prefeito Gilberto Kassab (PFL) afirmou que estava prestando ajuda às famílias removidas, mas ainda não havia reconhecido vítimas da van. "Esperamos não ter confirmação de vítimas. Hoje [ontem] há assistência da prefeitura às famílias da região. Mas nosso pessoal estará pronto para apoiar parentes de eventuais vítimas."
Já o governador José Serra conversou, no final da tarde, com as mulheres do motorista e do cobrador e afirmou que nada seria feito no local até que a van fosse encontrada.
Pouco antes, os parentes foram autorizados a ir em grupos até a boca da cratera, para ver como andavam os trabalhos de busca. Logo começou a chover e eles acabaram sendo encaminhados para um microônibus estacionado no local, fornecido pela Transcooper. Depois disso, às 18h, fizeram uma roda e, juntos, rezaram.
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Grávida, mulher de cobrador tem esperança
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da Folha de S.Paulo
Grávida de 8 meses, Thaís Ferreira Gomes, 20, mulher do cobrador Wescley Adriano da Silva, 22, um dos ocupantes da van soterrada na cratera do metrô, só quer que seu marido possa conhecer o primeiro filho. Cauã deve nascer em no máximo três semanas e Wescley esperava pelo parto com ansiedade.
Tanto que fez questão de deixar o quarto do menino todo pronto já há algumas semanas. "Ele é superpreocupado. Toda noite chegava em casa às 23h e ia conversar com o bebê", conta Thaís. "Ontem [anteontem], isso não pôde acontecer."
Foi o marido que impediu Thaís de pegar a van. "Eu iria visitar a minha mãe, e combinei de pegar uma carona na van. Não sei por quê, o Wescley pediu para eu ficar em casa. Parece que estava sentindo o que iria acontecer."
Thaís diz ter esperança de encontrar o marido vivo, mas não consegue conter o choro. "A situação é grave. Estou pedindo para Deus me ajudar. Só Ele, pode fazer alguma coisa."
Falta de informação
Familiares dos desaparecidos, tanto de Wescley como do motorista da van, Reinaldo Aparecido Leite, 40, reclamaram da falta de informação e de assistência por parte da prefeitura e do governo do Estado. Sandra Serafim, tia do cobrador, afirmou que "a situação era humilhante". "Ninguém falava nada com a gente. Era como se não estivéssemos aqui."
A mesma reclamação foi feita por José David Leite, pai de Reinaldo. "A prefeitura age como se não houvesse vítimas, mas há." A mulher do motorista, Ezilene Gomes Dourado, 29, disse estar "desesperada". "Ninguém fala nada. Por favor, ajudem." Seu marido, que tem três filhos, nunca havia sofrido nenhum acidente grave.
Os familiares do cobrador e do motorista têm certeza de que a van está na cratera porque o itinerário dela passava pelo local, o último sinal de GPS foi registrado na rua do buraco e o motorista tentou contato por rádio. Segundo os parentes, só houve tempo para ele gritar "socorro".
A mãe de Wescley, Elenilde Silva, chegou por volta das 14h30. Chorando, pedia ajuda. "Quero meu filho. Alguém precisa encontrá-lo."
O prefeito Gilberto Kassab (PFL) afirmou que estava prestando ajuda às famílias removidas, mas ainda não havia reconhecido vítimas da van. "Esperamos não ter confirmação de vítimas. Hoje [ontem] há assistência da prefeitura às famílias da região. Mas nosso pessoal estará pronto para apoiar parentes de eventuais vítimas."
Já o governador José Serra conversou, no final da tarde, com as mulheres do motorista e do cobrador e afirmou que nada seria feito no local até que a van fosse encontrada.
Pouco antes, os parentes foram autorizados a ir em grupos até a boca da cratera, para ver como andavam os trabalhos de busca. Logo começou a chover e eles acabaram sendo encaminhados para um microônibus estacionado no local, fornecido pela Transcooper. Depois disso, às 18h, fizeram uma roda e, juntos, rezaram.
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