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14/01/2007 - 01h14

Equipes buscam vítimas de desabamento; prefeitura avalia retomar rodízio

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da Folha Online

Equipes do Corpo de Bombeiros mantêm na madrugada deste domingo os trabalhos em busca das pessoas que desapareceram após o desabamento no canteiro de obras da futura estação Pinheiros do metrô de São Paulo. O acidente aconteceu na tarde da última sexta-feira (12) e abriu uma cratera de aproximadamente 80 metros de diâmetro, que engoliu veículos e provocou a interdição de ruas próximas. Casas foram isoladas e a marginal Pinheiros, interditada. A prefeitura avalia a possibilidade de retomar o rodízio de veículos na segunda-feira.

Os riscos de novos deslizamentos prejudicam os trabalhos de resgate. Os bombeiros trabalham com a possibilidade de sete pessoas estarem sob os escombros: o ocupante de um caminhão, uma idosa, um outro homem que estava nas proximidades e quatro ocupantes de uma lotação, entre eles motorista e cobrador. No sábado (13), um boletim de ocorrência registrado no 14ºDP (Pinheiros) informa o desaparecimento da advogada Valéria Alves, 37, que também estava na região das obras do metrô no momento do acidente. Com isso, o número de vítimas pode aumentar.

O local que desabou era usado como acesso de funcionários e equipamentos à obra. Do fosso partem dois túneis: um segue por baixo do rio Pinheiros e o outro vai para o centro. Foi a partir desse segundo túnel --inaugurado há cerca de um ano-- que a estrutura começou a desabar, segundo informações do governo do Estado.
Raimundo Pacco/Folha Imagem
Equipes trabalham neste sábado no local do desabamento de canteiro de obras do metrô
Equipes trabalham neste sábado no local do desabamento de canteiro de obras do metrô


O governador José Serra (PSDB) esteve no local neste sábado e afirmou que as buscas às vítimas serão feitas por cima, pois não há mais possibilidade de avançar pelo túnel. Há riscos de novos deslizamentos. As paredes do túnel que passa sob a marginal serão reforçadas com concreto.

Também no sábado, a Defesa Civil informou que uma das 55 casas interditadas após o acidente seria demolida. Localizado perto da cratera, o imóvel foi condenado. Os moradores já teriam acertado a indenização com representantes da prefeitura e com os responsáveis pela construção da linha 4-Amarela do metrô. As famílias desalojadas foram levadas para hotéis ou preferiram ficar em casas de parentes.

Trânsito

A marginal Pinheiros, uma das principais vias da cidade, foi interditadas no sentido Castello Branco, na região do acidente. Caso a via permaneça bloqueada na segunda-feira, a prefeitura poderá retomar o rodízio de veículos. A operação foi suspensa em dezembro passado e só deveria voltar a vigorar no próximo dia 29.

"Aguardamos manifestação dos órgãos da Secretaria de Transportes, em especial o Metrô, informando os resultados dos laudos que estão sendo elaborados para explicar o acidente. A prefeitura já está preparada para retomar o rodízio de veículos a partir desta segunda feira, caso as marginais permaneçam interrompidas para o tráfego de veículos em decorrência desse acidente", disse neste sábado o prefeito Gilberto Kassab (PFL).

A expectativa é que uma decisão seja conhecida até o final da tarde deste domingo.

Investigação

O Metrô contratou o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para apurar as causas do desabamento. Em nota enviada à imprensa na tarde deste sábado, o Metrô informou que os esforços ainda são concentrados na verificação, "com o possível resgate", de vítimas, e a maior preocupação é "garantir a segurança da população da região". Não há previsão para a divulgação do laudo do IPT.

O Consórcio Via Amarela, contratado pelo Metrô para construir a linha 4-amarela, culpou a chuva pelo acidente. O consórcio é liderado pela Odebrecht, a maior construtora do país, e integrado também pela OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.
Werther Santana/Folha Imagem
Familiares de desaparecidos acompanham buscas por van no local do desmoronamento
Familiares de desaparecidos acompanham buscas por van no local do desmoronamento


Em nota remetida à imprensa na tarde de sábado, o consórcio afirma que "as fortes chuvas das últimas semanas, que assolaram a capital paulista com grande intensidade e duração, levam a indícios de que teriam causado uma reação anômala e inesperada no maciço de terra em que se encontra a obra, provocando o seu repentino colapso e conseqüente desmoronamento."

As empresas ressaltaram que o acidente "não é indicativo de falha ou negligência" e que as causas do desmoronamento "estão sendo analisadas por empresas projetistas do mais alto reconhecimento técnico e experiência internacional".

Risco

Além do risco de novos desabamentos, outra preocupação das equipes que trabalham no local é com um guindaste de aproximadamente 32 metros de altura e 120 toneladas que está na margem da cratera aberta no acidente e ainda ameaça cair. O risco é que a eventual queda do equipamento promova novos deslizamentos de terra e aumente ainda mais o buraco.

O guindaste foi amarrado a um contrapeso e estabilizado por meio de concreto injetado, ainda na noite de sexta. O equipamento deverá ser desmontado.

Acidente

Segundo a assessoria de imprensa da Odebrecht, o acidente ocorreu durante a escavação da metade inferior da estação, cujo formato é o de um cilindro de dez metros de diâmetro. Seis operários escavam a área com uma retroescavadeira, a aproximadamente 30 metros de profundidade, quando perceberam que uma das paredes estava ruindo.

Houve tempo hábil para os seis operários deixarem o local, e nenhum deles ficou ferido.

Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online e GABRIELA MANZINI, da Folha Online

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