Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
14/01/2007 - 18h49

Bombeiros suspendem busca por túnel e reavaliam resgate de soterrados em SP

Publicidade

da Folha Online

As equipes do Corpo de Bombeiros que trabalham no resgate das pessoas soterradas na obra da futura estação Pinheiros do metrô, na zona oeste de São Paulo, suspenderam no início da noite deste domingo as buscas por um túnel da obra. A lama e o terreno instável prejudicaram os trabalhos. O acidente aconteceu na última sexta-feira (12), e sete pessoas são consideradas desaparecidas.

A cratera deixada pelo desabamento nas obras da linha 4-Amarela engoliu veículos. Um deles --uma van-- foi localizado visualmente neste domingo. As equipes de resgate, no entanto, não conseguiram chegar até ele.

Após a decisão de suspender a busca pelo túnel, um representante do Corpo de Bombeiros conversou com parentes dos desaparecidos e informou que as equipes chegaram perto da van, mas que um deslizamento de terra inclinou o veículo e, com isso, não há mais previsão para o resgate.

Com a interrupção dos trabalhos pelo túnel, as equipes devem procurar alternativas e manter as buscas pela parte superior, onde retroescavadeiras retiram o entulho. Caminhões removem terra a todo o momento.

Dentro da van estariam o motorista Reinaldo Aparecido Leite, 40, o cobrador Wescley Adriano da Silva, 22, e mais dois passageiros, sendo um o servidor municipal Marcio Rodrigo Alambert, 31.
Werther Santana/Folha Imagem
Familiares de desaparecidos acompanham buscas por van no local do desmoronamento
Familiares de desaparecidos acompanham buscas por van no local do desmoronamento


Outras três pessoas também estariam entre os escombros: o caminhoneiro Francisco Sabino Torres, 48, funcionário da obra; a aposentada Abigail Rossi de Azevedo, 75, que desapareceu no trajeto para o médico; e a bacharel em direito Valéria Alves Marmit, 37.

No começo da tarde deste domingo, o Corpo de Bombeiros conseguiu içar dos escombros um caminhão que estaria bloqueando o acesso à van. Mesmo assim, o resgate ainda não ocorreu. Familiares dos desaparecidos acompanham os trabalhos.

Três carros do IML (Instituto Médico Legal) chegaram ao local em que o desabamento ocorreu, pouco antes das 13h.

O local que desabou era usado como acesso de funcionários e equipamentos à obra. Do fosso partem dois túneis: um segue por baixo do rio Pinheiros e o outro vai para o centro. Foi a partir desse segundo túnel, inaugurado há cerca de um ano, que a estrutura começou a desabar, segundo informações do governo do Estado.

O acidente ampliou o buraco, que passou a ter cerca de 80 metros de diâmetro. São cerca de 50 toneladas de escombros. Inicialmente, um guindaste de aproximadamente 120 toneladas também ameaçou o resgate. Ele ficou parado às margens da cratera e ameaçava cair. O equipamento foi amarrado a um contrapeso e estabilizado por meio de concreto injetado.

Demolição

Neste domingo, moradores de mais duas casas condenadas na rua Capri --nos números 87 e 187-- tiveram poucos minutos para retirar objetos pessoais dos imóveis, que serão demolidos.

O anúncio da primeira demolição ocorreu no sábado (13), quando a Defesa Civil informou que uma das 55 casas interditadas devido ao risco de novos desabamentos estava condenada. Os moradores também puderam retirar apenas documentos, fotografias e quadros de dentro do imóvel. Móveis e eletrodomésticos foram destruídos.

Na noite deste domingo, representantes da Defesa Civil e do consórcio Via Amarela, responsável pelas obras no metrô, devem se reunir com os moradores para avaliar quais residências poderão ser liberadas e quais permanecerão interditadas.

No total, 132 desalojados estão hospedados em hotéis reservados em nome do Metrô. Outros foram para casas de parentes e amigos.

Trânsito

O prefeito Gilberto Kassab (PFL) confirmou que as pistas local e expressa da marginal Pinheiros permanecerão interditadas na segunda-feira (15) no sentido Castello Branco para os trabalhos no local do acidente. O rodízio de veículos permanecerá suspenso na cidade.
Raimundo Pacco/Folha Imagem
Equipes trabalham neste sábado no local do desabamento de canteiro de obras do metrô
Equipes trabalham neste sábado no local do desabamento de canteiro de obras do metrô


A prefeitura avaliava retomar nesta segunda-feira a operação --que restringe a circulação de veículos no chamado centro expandido--, caso a marginal permanecesse bloqueada. Com a decisão deste domingo, o rodízio, suspenso por causa das férias escolares, deve voltar a vigorar dia 29, conforme o previsto anteriormente.

Desabamento

O acidente isolou ruas e interditou a marginal Pinheiros, o que agravou a situação do trânsito na cidade. Com o desabamento, cabos elétricos se romperam. Cerca de quatro quarteirões --120 imóveis-- também estão sem água.

O Consórcio Via Amarela, contratado pelo Metrô de São Paulo para construir a linha 4-amarela, responsabilizou a chuva das últimas semanas pelo desabamento. Neste fim de semana, o governo do Estado anunciou que o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) foi contratado para elaborar um laudo com as causas do acidente.

Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online e GABRIELA MANZINI, da Folha Online

Leia mais
  • Consórcio assegura ressarcimento a moradores afetados por desabamento
  • Serra diz ser pouco provável encontrar sobreviventes sob escombros
  • Moradora retira às pressas objetos de casa condenada por desabamento
  • Equipes localizam van sob os escombros; mais duas casas serão demolidas
  • Entenda como aconteceu o desabamento no Metrô em SP

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre desabamentos
  • Leia a cobertura completa sobre o acidente no canteiro de obras do Metrô
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página