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14/01/2007 - 21h13

Serra diz ser pouco provável encontrar sobreviventes sob escombros

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da Folha Online

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse neste domingo que considera "pouco provável" que as equipes de busca localizem com vida as pessoas soterradas com o desabamento nas obras da futura estação Pinheiros do metrô (zona oeste). O acidente ocorreu na tarde de sexta (12). A cratera deixada pelo desabamento engoliu veículos, entre eles uma lotação.

Serra afirmou que as equipes estiveram perto da van e chegaram a ligar o veículo a um cabo, mas dois novos deslizamentos de terra interromperam os trabalhos. As buscas, que eram feitas por um túnel da obra, deverão voltar a ser feitas pela superfície, onde retroescavadeiras removem o entulho. O objetivo é evitar novos desabamentos.

"Tem um microônibus, mas houve dois desabamentos mais, que impedem o prosseguimento do trabalho. Vão recomeçar [os trabalhos] por cima novamente, para aliviar a carga, para evitar novos desabamentos", disse.

O governador disse acreditar que não surgirão novidades sobre a van soterrada até segunda-feira (15). Ele visitou o túnel usado pelos bombeiros e viu imagens registradas pelas equipes de resgate. Questionado sobre a existência de vítimas, Serra afirmou que "quem estiver dentro, terá sido vítima".

Ele elogiou os bombeiros envolvidos na ação. Disse que estão sendo "heróicos" e que "não podem ser vítimas agora", em referência à mudança na estratégia para resgatar as vítimas sob os escombros.
Werther Santana/Folha Imagem
Familiares de desaparecidos acompanham buscas por van no local do desmoronamento
Familiares de desaparecidos acompanham buscas por van no local do desmoronamento


No total, sete pessoas são consideradas desaparecidas após o acidente nas obras da linha 4-Amarela do metrô.

Dentro da van estariam o motorista Reinaldo Aparecido Leite, 40, o cobrador Wescley Adriano da Silva, 22, e mais dois passageiros, sendo um o servidor municipal Marcio Rodrigo Alambert, 31. Outras três pessoas também estariam entre os escombros: o caminhoneiro Francisco Sabino Torres, 48, funcionário da obra; a aposentada Abigail Rossi de Azevedo, 75, que desapareceu no trajeto para o médico; e a bacharel em direito Valéria Alves Marmit, 37.

Buscas

Os trabalhos de busca por um túnel da obra foram suspensos no início da noite deste domingo. A lama e o terreno instável foram determinantes para a decisão.

Após a interrupção, um representante do Corpo de Bombeiros conversou com parentes dos desaparecidos e informou que a van não pôde ser resgatada devido a um deslizamento de terra. Disse, ainda, que não há previsão para o resgate.
Raimundo Pacco/Folha Imagem
Equipes trabalham neste sábado no local do desabamento de canteiro de obras do metrô
Equipes trabalham neste sábado no local do desabamento de canteiro de obras do metrô


O Consórcio Via Amarela, contratado pelo Metrô de São Paulo para construir a linha 4-amarela, responsabilizou a chuva das últimas semanas pelo desabamento. Neste fim de semana, o governo do Estado anunciou que o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) foi contratado para elaborar um laudo com as causas do acidente.

Trânsito

O rodízio de veículos permanecerá suspenso na cidade até o dia 29 --devido às férias escolares--, apesar da interdição da pista sentido Castello Branco da marginal Pinheiros, na região do acidente.

Segundo o prefeito Gilberto Kassab (PFL), a expectativa é que a liberação da marginal ocorra na noite de segunda-feira (15).

Acidente

Três casas na rua Capri foram condenadas, e a Defesa Civil anunciou a demolição. Os moradores tiveram pouco tempo para retirar objetos pessoais. No total, 55 imóveis foram interditados.

Moradora de uma das casas condenadas, a costureira Maria do Carmo Moreira, 72, teve apenas alguns minutos neste domingo para escolher o que guardar de mais importante dos 28 anos em que morou na casa número 187. "Disseram que eu só podia pegar o essencial porque não havia tempo. Peguei só alguns documentos, roupas e alguns cristais. Sentirei falta das revistas antigas e das receitas que eu deixei para trás", disse.

O canteiro de obras que desabou era usado como acesso de funcionários e equipamentos à obra. Do fosso partem dois túneis: um segue por baixo do rio Pinheiros e o outro vai para o centro. Foi a partir desse segundo túnel, inaugurado há cerca de um ano, que a estrutura começou a desabar, segundo informações do governo do Estado.

O acidente ampliou o buraco, que passou a ter cerca de 80 metros de diâmetro. Inicialmente, um guindaste de aproximadamente 120 toneladas também ameaçou o resgate. Ele ficou parado às margens da cratera e ameaçava cair. O equipamento foi amarrado a um contrapeso e estabilizado por meio de concreto injetado.

Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online e GABRIELA MANZINI, da Folha Online

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