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15/01/2007 - 11h05

Equipes avaliam casas interditadas; bombeiros encontram idosa soterrada

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da Folha Online

Equipes da Defesa Civil começam nesta segunda-feira a avaliar as casas interditadas na última sexta-feira devido ao desabamento nas obras da futura estação Pinheiros do metrô de São Paulo, na zona oeste da cidade. No total, 55 imóveis foram interditados --três residências já foram condenadas, na rua Capri. A cratera deixada pelo acidente engoliu veículos e ao menos sete pessoas. Um corpo foi resgatado.

O início da vistoria deverá priorizar os imóveis comerciais e aqueles que estão em ruas mais afastadas do local do acidente. A expectativa é que a liberação dos imóveis ocorra em 48 horas.

Moradores das três casas que já tiveram a demolição anunciada tiveram pouco tempo para retirar objetos pessoais, no fim de semana. A costureira Maria do Carmo Moreira, 72, precisou escolher o que guardar de mais importante dos 28 anos em que morou na casa número 187.

"Disseram que eu só podia pegar o essencial porque não havia tempo. Peguei só alguns documentos, roupas e alguns cristais. Sentirei falta das revistas antigas e das receitas que eu deixei para trás", disse.

O Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras, afirma que os moradores serão ressarcidos.

Vítimas

Equipes do Corpo de Bombeiros resgataram às 4h50 desta segunda o corpo da aposentada Abigail Rossi de Azevedo, 75, que havia sido soterrada. Foi o primeiro corpo descoberto pelas equipes nos escombros da linha 4 (Amarela).

A identidade da vítima foi confirmada no início da manhã pelo coronel dos bombeiros João dos Santos de Souza. Ao menos outras seis pessoas permanecem sob os escombros.

Segundo a família, a aposentada tinha consulta médica marcada para as 14h de sexta-feira, na Lapa (zona oeste). Os parentes acreditam que, após a consulta, a aposentada pegou um ônibus e desceu no largo da Batata. Ela teria sido tragada pela cratera quando caminhava até a estação de trem.

Entre os veículos soterrados está um microônibus. As equipes de resgate localizaram visualmente o veículo no domingo (14), mas ainda não conseguiram chegar até ele, devido ao risco de desabamento.

Dentro da lotação estavam o motorista Reinaldo Aparecido Leite, 40, o cobrador Wescley Adriano da Silva, 22, e o funcionário público Marcio Rodrigues Alambert, 31. Há um outro desaparecido, o office-boy Cícero Augustino da Silva, 60, que também pode estar no veículo.

Outros desaparecidos são a bacharel em direito Valéria Alves Marmit, 37, que pretendia pegar o trem na volta para casa, e o motorista de caminhão Francisco Sabino Torres, 48, que trabalhava na obra há um ano e meio.

O governador José Serra (PSDB) esteve no local no domingo e considerou ser "pouco provável" que as vítimas sejam encontradas com vida.

Desabamento

O canteiro de obras que desabou era usado como acesso de funcionários e equipamentos à obra. Do fosso partem dois túneis. O que desabou havia sido inaugurado há cerca de um ano, segundo informações do governo do Estado. O acidente ampliou o buraco, que passou a ter cerca de 80 metros de diâmetro.

O Consórcio Via Amarela responsabilizou a chuva das últimas semanas pelo desabamento. O consórcio é liderado pela Odebrecht, a maior construtora do país, e integrado também pela OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.

Neste fim de semana, o governo do Estado anunciou que o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) foi contratado para elaborar um laudo com as causas do acidente.

Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online e GABRIELA MANZINI, da Folha Online

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