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16/01/2007 - 11h20

Equipes retomam buscas a vítimas de desabamento em obra do metrô

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da Folha Online

Interrompidos na noite de segunda-feira (15) devido aos riscos de novos deslizamentos de terra, os trabalhos de busca às vítimas do desabamento nas obras da estação Pinheiros do metrô (zona oeste de São Paulo) foram retomados na manhã desta terça. As estimativas apontam que seis pessoas ainda estão sob os escombros.

São duas frentes de trabalho. Uma tenta chegar ao microônibus soterrado no acidente, ocorrido na última sexta (12). Um corpo foi visualizado no veículo.
Victor R. Caivano/AP
Equipes trabalham em área de desabamento em busca de vítimas soterradas
Equipes trabalham em área de desabamento em busca de vítimas soterradas


A outra frente tenta chegar a um caminhão já avistado. Segundo o coronel Antonio dos Santos, do Corpo de Bombeiros, um cão farejador apontou a presença de uma pessoa no local, supostamente dentro da cabine. Já o secretário dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, afirmou que a vítima estaria fora do veículo. A vítima ainda não foi localizada visualmente.

De acordo com Márcio Pellegrini, consultor técnico do Consórcio Via Amarela --responsável pelas obras-- já foi feita a concretagem e sustentação das paredes perto do microônibus.

Na madrugada desta terça, Pellegrini havia afirmado que as buscas deveriam ser suspensas até o final desta semana, uma vez que os trabalhos de concretagem demorariam alguns dias. "Estamos preocupados em não aumentar a dimensão do acidente. Se não assegurarmos o local de trabalho dos bombeiros, podemos agravar a situação", disse na ocasião.

Os trabalhos foram retomados após nova avaliação dos consultores e projetistas do consórcio. A conclusão é que os serviços de concretagem deram estabilidade ao terreno.

Vítimas

Na segunda-feira (15), duas mortes foram confirmadas pelos bombeiros. A primeira foi a da aposentada Abigail Rossi de Azevedo, 75, que caminhava pelo local no momento do desmoronamento. Ela foi enterrada à tarde no Cemitério Santo Amaro (zona sul), com despesas pagas pelo consórcio.

Também à tarde, durante as buscas, os bombeiros avistaram um corpo no microônibus, ainda sob a terra. Devido ao risco de deslizamentos, o corpo não foi retirado do local. A vítima ainda não foi identificada.

No microônibus estavam o motorista Reinaldo Aparecido Leite, 40, e o cobrador Wescley Adriano da Silva, 22. Seriam passageiros o funcionário público Marcio Rodrigues Alambert, 31, e o office-boy Cícero Augustino da Silva, 60.
Danilo Verpa/Folha Imagem
Bombeiros resgatam corpo de vítima de desabamento na obra da linha 4 do metrô
Bombeiros resgatam corpo de vítima de desabamento na obra da linha 4 do metrô


Outros desaparecidos são a bacharel em direito Valéria Alves Marmit, 37, que pretendia pegar o trem na volta para casa, e o motorista de caminhão Francisco Sabino Torres, 48, que trabalhava na obra há um ano e meio.

Trânsito

Uma faixa da pista local da marginal Pinheiros --interditada no sentido Castello Branco desde o dia do acidente-- foi parcialmente liberada ao tráfego por volta das 5h. A pista expressa foi liberada no final da tarde de ontem.

Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), ainda não há previsão para a liberação total da via.

Vistoria

Equipes da Defesa Civil também mantêm nesta terça-feira a vistoria nos imóveis afetados pelo desabamento na obra da linha 4-Amarela do metrô.

No total, 55 imóveis foram interditados --três deles foram condenados, na rua Capri. Na segunda, alguns imóveis mais afastados do local do acidente já foram liberados.

O Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras, afirma que os moradores serão ressarcidos.

Causas

No fim de semana, o Consórcio Via Amarela responsabilizou a chuva das últimas semanas pelo desabamento. O consórcio é liderado pela Odebrecht, a maior construtora do país, e integrado também pela OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.

Nesta segunda, o vice-governador e secretário de Desenvolvimento de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), culpou as chuvas e o processo de engenharia pelo acidente.

"Se não tivesse havido um grande volume de chuvas, talvez não teria acontecido. Mas o grande volume de chuvas também é previsível. Qualquer episódio em que há uma tragédia desse tipo há uma responsabilidade do processo, da engenharia desse processo, ou seja, a engenharia em algum momento falhou indiscutivelmente", disse.

Ele, no entanto, não apontou culpados. "Do ponto de vista da engenharia o que eu posso dizer, sem culpar o consórcio, sem culpar ninguém, é que houve alguma falha. Quem falhou e como falhou só a investigação irá dizer", afirmou.

Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online, CAROLINA FARIAS, GABRIELA MANZINI, RENATO SANTIAGO e EPAMINONDAS NETO, da Folha Online

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