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16/01/2007
-
16h48
da Folha Online
As equipes de resgate esperam retirar ainda nesta terça-feira o segundo corpo dos escombros deixados pelo desabamento ocorrido na última sexta (12) nas obras da estação Pinheiros do metrô, na zona oeste de São Paulo. A vítima --a bacharel em direito Valéria Alves Marmit, 37,-- foi localizada ontem e estaria dentro do microônibus engolido pela cratera aberta no acidente.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, a vítima foi identificada por meio das impressões digitais. Coletadas ainda sob a terra por médicos legistas do IML (Instituto Médico Legal), as digitais foram comparadas com as que estavam no IIRGD (Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt). O resultado foi positivo.
Riscos de novos deslizamentos atrapalharam o resgate. Os trabalhos foram suspensos durante toda a madrugada e, na manhã desta terça, os serviços foram retomados, depois que as paredes perto do microônibus foram concretadas e ganharam sustentação.
As estimativas apontam que seis pessoas permanecem soterradas. Na segunda (15), os bombeiros resgataram o corpo da aposentada Abigail Rossi de Azevedo, 75, que caminhava nas proximidades das obras da linha 4-Amarela no momento do desmoronamento.
Buscas
Pela manhã, após nova avaliação dos consultores e projetistas do consórcio Via Amarela --responsável pelas obras--, duas frentes de trabalho voltaram a atuar. Uma tenta chegar ao microônibus e a outra procura se aproximar de um caminhão já avistado.
Segundo o coronel Antonio dos Santos, do Corpo de Bombeiros, um cão farejador apontou a presença de uma pessoa no local, supostamente dentro da cabine. Já o secretário dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, afirmou que a vítima estaria fora do veículo. Não há confirmação de que ela tenha sido localizada visualmente.
Durante a madrugada, com os trabalhos interrompidos, Márcio Pellegrini, consultor técnico do consórcio, chegou a estimar que as buscas ficariam suspensas até o final da semana devido às obras para a concretagem e estabilização do terreno. "Estamos preocupados em não aumentar a dimensão do acidente. Se não assegurarmos o local de trabalho dos bombeiros, podemos agravar a situação", disse na ocasião.
Vítimas
No microônibus tragado pela cratera estavam o motorista Reinaldo Aparecido Leite, 40, e o cobrador Wescley Adriano da Silva, 22. Seriam passageiros o funcionário público Marcio Rodrigues Alambert, 31, e o office-boy Cícero Augustino da Silva, 60.
Outros desaparecidos são a bacharel em direito Valéria Alves Marmit, que pretendia pegar o trem na volta para casa, e o motorista de caminhão Francisco Sabino Torres, 48, que trabalhava na obra havia um ano e meio.
O corpo da aposentada foi enterrado no final da tarde de segunda-feira no Cemitério Santo Amaro (zona sul), com despesas pagas pelo consórcio.
Desabamento
O canteiro de obras que desabou era usado como acesso de funcionários e equipamentos à obra. Do fosso partem dois túneis. O que desabou havia sido inaugurado há cerca de um ano, segundo informações do governo do Estado. O acidente ampliou o buraco, que passou a ter cerca de 80 metros de diâmetro.
Veículos e pessoas foram engolidos pela cratera. Ruas próximas foram isoladas --a pista sentido Castello Branco da marginal Pinheiros chegou a ficar totalmente interditada. No total, 55 imóveis foram interditados --três deles tiveram a demolição anunciada.
No fim de semana, o Consórcio Via Amarela responsabilizou a chuva das últimas semanas pelo desabamento. O consórcio é liderado pela Odebrecht, a maior construtora do país, e integrado também pela OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.
Na segunda, o vice-governador e secretário de Desenvolvimento de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), responsabilizou as chuvas e o processo de engenharia pelo acidente. Porém, não apontou culpados.
"Se não tivesse havido um grande volume de chuvas, talvez não teria acontecido. Mas o grande volume de chuvas também é previsível. Qualquer episódio em que há uma tragédia desse tipo há uma responsabilidade do processo, da engenharia desse processo, ou seja, a engenharia em algum momento falhou indiscutivelmente", disse.
"Do ponto de vista da engenharia o que eu posso dizer, sem culpar o consórcio, sem culpar ninguém, é que houve alguma falha. Quem falhou e como falhou só a investigação irá dizer", afirmou.
Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online, CAROLINA FARIAS, GABRIELA MANZINI, RENATO SANTIAGO e EPAMINONDAS NETO, da Folha Online
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As equipes de resgate esperam retirar ainda nesta terça-feira o segundo corpo dos escombros deixados pelo desabamento ocorrido na última sexta (12) nas obras da estação Pinheiros do metrô, na zona oeste de São Paulo. A vítima --a bacharel em direito Valéria Alves Marmit, 37,-- foi localizada ontem e estaria dentro do microônibus engolido pela cratera aberta no acidente.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, a vítima foi identificada por meio das impressões digitais. Coletadas ainda sob a terra por médicos legistas do IML (Instituto Médico Legal), as digitais foram comparadas com as que estavam no IIRGD (Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt). O resultado foi positivo.
Riscos de novos deslizamentos atrapalharam o resgate. Os trabalhos foram suspensos durante toda a madrugada e, na manhã desta terça, os serviços foram retomados, depois que as paredes perto do microônibus foram concretadas e ganharam sustentação.
Folha Imagem /Moacyr Lopes Junior |
Operários e integrantes da equipe de resgate trabalham para resgatar vítimas soterradas |
As estimativas apontam que seis pessoas permanecem soterradas. Na segunda (15), os bombeiros resgataram o corpo da aposentada Abigail Rossi de Azevedo, 75, que caminhava nas proximidades das obras da linha 4-Amarela no momento do desmoronamento.
Buscas
Pela manhã, após nova avaliação dos consultores e projetistas do consórcio Via Amarela --responsável pelas obras--, duas frentes de trabalho voltaram a atuar. Uma tenta chegar ao microônibus e a outra procura se aproximar de um caminhão já avistado.
Segundo o coronel Antonio dos Santos, do Corpo de Bombeiros, um cão farejador apontou a presença de uma pessoa no local, supostamente dentro da cabine. Já o secretário dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, afirmou que a vítima estaria fora do veículo. Não há confirmação de que ela tenha sido localizada visualmente.
Durante a madrugada, com os trabalhos interrompidos, Márcio Pellegrini, consultor técnico do consórcio, chegou a estimar que as buscas ficariam suspensas até o final da semana devido às obras para a concretagem e estabilização do terreno. "Estamos preocupados em não aumentar a dimensão do acidente. Se não assegurarmos o local de trabalho dos bombeiros, podemos agravar a situação", disse na ocasião.
Victor R. Caivano/AP |
Equipes trabalham em cratera deixada pelo desabamento nas obras da linha 4 do metrô |
Vítimas
No microônibus tragado pela cratera estavam o motorista Reinaldo Aparecido Leite, 40, e o cobrador Wescley Adriano da Silva, 22. Seriam passageiros o funcionário público Marcio Rodrigues Alambert, 31, e o office-boy Cícero Augustino da Silva, 60.
Outros desaparecidos são a bacharel em direito Valéria Alves Marmit, que pretendia pegar o trem na volta para casa, e o motorista de caminhão Francisco Sabino Torres, 48, que trabalhava na obra havia um ano e meio.
O corpo da aposentada foi enterrado no final da tarde de segunda-feira no Cemitério Santo Amaro (zona sul), com despesas pagas pelo consórcio.
Desabamento
O canteiro de obras que desabou era usado como acesso de funcionários e equipamentos à obra. Do fosso partem dois túneis. O que desabou havia sido inaugurado há cerca de um ano, segundo informações do governo do Estado. O acidente ampliou o buraco, que passou a ter cerca de 80 metros de diâmetro.
Veículos e pessoas foram engolidos pela cratera. Ruas próximas foram isoladas --a pista sentido Castello Branco da marginal Pinheiros chegou a ficar totalmente interditada. No total, 55 imóveis foram interditados --três deles tiveram a demolição anunciada.
No fim de semana, o Consórcio Via Amarela responsabilizou a chuva das últimas semanas pelo desabamento. O consórcio é liderado pela Odebrecht, a maior construtora do país, e integrado também pela OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.
Na segunda, o vice-governador e secretário de Desenvolvimento de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), responsabilizou as chuvas e o processo de engenharia pelo acidente. Porém, não apontou culpados.
"Se não tivesse havido um grande volume de chuvas, talvez não teria acontecido. Mas o grande volume de chuvas também é previsível. Qualquer episódio em que há uma tragédia desse tipo há uma responsabilidade do processo, da engenharia desse processo, ou seja, a engenharia em algum momento falhou indiscutivelmente", disse.
"Do ponto de vista da engenharia o que eu posso dizer, sem culpar o consórcio, sem culpar ninguém, é que houve alguma falha. Quem falhou e como falhou só a investigação irá dizer", afirmou.
Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online, CAROLINA FARIAS, GABRIELA MANZINI, RENATO SANTIAGO e EPAMINONDAS NETO, da Folha Online
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