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17/01/2007 - 09h48

IML confirma que motorista de caminhão é a terceira vítima resgatada de cratera

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da Folha Online

O IML (Instituto Médico Legal) confirmou na manhã desta quarta-feira que é do motorista de caminhão Francisco Sabino Torres o terceiro corpo resgatado dos escombros da estação Pinheiros do metrô de São Paulo, que desabou na última sexta (12).

José Afonso Torres, irmão da vítima, disse que Francisco foi engolido porque, após ouvir um estalo na obra, resolveu voltar para o caminhão para buscar sua CNH (Carteira Nacional de Habilitação), conforme relatos de colegas do motorista.

"Ele ouviu um estalo, avisou os colegas e deixou o local, mas voltou para buscar a carteira", disse. Pai de três filhos, o motorista era funcionário da obra do metrô.

Outros dois corpos já foram resgatados. As equipes ainda procuram quatro vítimas.

A primeira vítima localizada, a aposentada Abigail de Azevedo, 75, foi retirada dos escombros na segunda-feira (15). Na noite de terça, os bombeiros resgataram o corpo da bacharel em direito Valéria Alves Marmit, 37.

A cratera deixada pelo desabamento nas obras da linha 4-Amarela, na zona oeste da cidade, engoliu veículos e pessoas, isolou ruas e interditou casas.

Buscas

O Corpo de Bombeiros espera encerrar até quinta-feira o resgate de todas as vítimas do desabamento, segundo o capitão Mauro Minoro Takara. Duas cadelas farejadoras auxiliam os trabalhos.

Entre os veículos tragados pelo desabamento está um microônibus. O corpo de Marmit foi encontrado na parte traseira do veículo. Foi visualizado na segunda-feira, mas o risco de novos desabamentos impediu o resgate imediato.

Dentro do microônibus estão o motorista Reinaldo Aparecido Leite, 40, e o cobrador Wescley Adriano da Silva, 22. Seriam passageiros o funcionário público Marcio Rodrigues Alambert, 31, e o office-boy Cícero Augustino da Silva, 60. Apesar de o veículo já ter sido localizado, o resgate ainda não pôde ser feito.

A Secretaria da Segurança Pública não inclui o office-boy na lista das vítimas do desabamento. Isso porque, segundo o governo estadual, ainda é verificado se ele estava na região no momento do acidente. Familiares, no entanto, afirmam que na tarde da última sexta Cícero deixou o trabalho, na região de Pinheiros, e seguia para casa, também na zona oeste, quando desapareceu.

O canteiro de obras que desabou era usado como acesso de funcionários e equipamentos à obra. Do fosso partem dois túneis. O que desmoronou havia sido inaugurado há cerca de um ano, segundo informações do governo do Estado. O acidente ampliou o buraco, que passou a ter cerca de 80 metros de diâmetro.

Causas

O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológica) foi acionado pelo governo estadual para fazer um laudo sobre as causas do acidente.

No fim de semana, o Consórcio Via Amarela responsabilizou a chuva das últimas semanas pelo desabamento. O consórcio é liderado pela Odebrecht, a maior construtora do país, e integrado também pela OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.

Na segunda, o vice-governador e secretário de Desenvolvimento de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), responsabilizou as chuvas e o processo de engenharia pelo acidente.

"Se não tivesse havido um grande volume de chuvas, talvez não teria acontecido. Mas o grande volume de chuvas também é previsível. Qualquer episódio em que há uma tragédia desse tipo há uma responsabilidade do processo, da engenharia desse processo, ou seja, a engenharia em algum momento falhou indiscutivelmente", disse.

Ele, no entanto, não apontou culpados. "Do ponto de vista da engenharia o que eu posso dizer, sem culpar o consórcio, sem culpar ninguém, é que houve alguma falha. Quem falhou e como falhou só a investigação irá dizer", afirmou.

Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online, CAROLINA FARIAS, GABRIELA MANZINI, RENATO SANTIAGO, da Folha Online

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