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25/01/2007
-
10h22
GILMAR PENTEADO
da Folha de S.Paulo
Seis policiais militares são acusados de espancar e abusar sexualmente de uma jovem de 18 anos por cerca de duas horas. A violência teria ocorrido na madrugada do último dia 17, na quadra de uma escola municipal em Sapopemba (zona leste de São Paulo).
Três entidades de direitos humanos e defesa dos direitos dos adolescentes de Sapopemba denunciaram o caso. O setor de comunicação da PM informou ontem que iniciou uma investigação, mas não deu detalhes nem os nomes dos policiais suspeitos.
Ontem, a vítima, que é cozinheira, depôs na Corregedoria da PM. Ela identificou, por foto, dois PMs, segundo a advogada Valdênia Aparecida Paulino, do Centro de Direitos Humanos de Sapopemba. Mas os seis supostos autores da agressão já foram identificados pela Corregedoria. O reconhecimento pessoal deve ocorrer hoje.
As entidades também denunciaram o caso ao procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo Pinho. Dois promotores --um na esfera militar e outro na criminal-- foram designados para acompanhar o caso.
Segundo o relato da vítima às entidades, ela e outro jovem estavam na rua quando foram rendidos por três PMs fardados em um Tempra preto. Os PMs deram tiros para o alto e anunciaram a prisão. Segundo a jovem, os policiais pediam dinheiro para liberá-los.
O casal foi levado para outra rua onde estavam mais dois veículos da PM, segundo o relato da vítima. Dali, teriam sido levados para a quadra de esportes de uma escola municipal.
A jovem disse às entidades que foi espancada e obrigada a ficar nua. Afirmou que os PMs tocaram em seus seios e no seu órgão genital. O outro jovem foi espancado. A sessão de tortura teria durado duas horas.
Segundo a cozinheira, os policiais ainda mandaram o casal transmitir um recado para os traficantes locais: teriam de desembolsar R$ 1.000,00 se não quisessem sofrer represálias.
"Aqui são muitos os relatos de abuso sexual por parte de policiais. Mas nenhuma vítima até agora tinha coragem de denunciar", afirmou a conselheira tutelar Lisabete Camargo.
Segundo a representação entregue pelas entidades à Procuradoria de Justiça, um dos alvos principais dos PMs são consumidores de drogas --a jovem vítima de abuso sexual nega ser usuária. Eles seriam espancados para que repassassem dinheiro aos policiais.
Um dos PMs suspeitos de agredir a cozinheira é conhecido, segundo relato de moradores às entidades, por "Neguinho da Faca". O policial negro ganhou esse apelido, segundo Valdênia Paulinho, por costumar fazer cortes de faca em usuários de drogas.
"Foram designados dois promotores porque as denúncias são factíveis e verossímeis", afirmou o promotor criminal Alfonso Presti, um dos indicados pelo Ministério Público para acompanhar o caso. Ele pretende ir a Sapopemba na próxima semana.
Em nota oficial, além de confirmar a investigação, a PM afirmou que "busca fiscalizar o cumprimento das leis em vigor, mesmo quando envolva seus integrantes".
Especial
Leia o que já foi publicado sobre suspeitas envolvendo policiais
PMs são acusados de abuso contra jovem
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da Folha de S.Paulo
Seis policiais militares são acusados de espancar e abusar sexualmente de uma jovem de 18 anos por cerca de duas horas. A violência teria ocorrido na madrugada do último dia 17, na quadra de uma escola municipal em Sapopemba (zona leste de São Paulo).
Três entidades de direitos humanos e defesa dos direitos dos adolescentes de Sapopemba denunciaram o caso. O setor de comunicação da PM informou ontem que iniciou uma investigação, mas não deu detalhes nem os nomes dos policiais suspeitos.
Ontem, a vítima, que é cozinheira, depôs na Corregedoria da PM. Ela identificou, por foto, dois PMs, segundo a advogada Valdênia Aparecida Paulino, do Centro de Direitos Humanos de Sapopemba. Mas os seis supostos autores da agressão já foram identificados pela Corregedoria. O reconhecimento pessoal deve ocorrer hoje.
As entidades também denunciaram o caso ao procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo Pinho. Dois promotores --um na esfera militar e outro na criminal-- foram designados para acompanhar o caso.
Segundo o relato da vítima às entidades, ela e outro jovem estavam na rua quando foram rendidos por três PMs fardados em um Tempra preto. Os PMs deram tiros para o alto e anunciaram a prisão. Segundo a jovem, os policiais pediam dinheiro para liberá-los.
O casal foi levado para outra rua onde estavam mais dois veículos da PM, segundo o relato da vítima. Dali, teriam sido levados para a quadra de esportes de uma escola municipal.
A jovem disse às entidades que foi espancada e obrigada a ficar nua. Afirmou que os PMs tocaram em seus seios e no seu órgão genital. O outro jovem foi espancado. A sessão de tortura teria durado duas horas.
Segundo a cozinheira, os policiais ainda mandaram o casal transmitir um recado para os traficantes locais: teriam de desembolsar R$ 1.000,00 se não quisessem sofrer represálias.
"Aqui são muitos os relatos de abuso sexual por parte de policiais. Mas nenhuma vítima até agora tinha coragem de denunciar", afirmou a conselheira tutelar Lisabete Camargo.
Segundo a representação entregue pelas entidades à Procuradoria de Justiça, um dos alvos principais dos PMs são consumidores de drogas --a jovem vítima de abuso sexual nega ser usuária. Eles seriam espancados para que repassassem dinheiro aos policiais.
Um dos PMs suspeitos de agredir a cozinheira é conhecido, segundo relato de moradores às entidades, por "Neguinho da Faca". O policial negro ganhou esse apelido, segundo Valdênia Paulinho, por costumar fazer cortes de faca em usuários de drogas.
"Foram designados dois promotores porque as denúncias são factíveis e verossímeis", afirmou o promotor criminal Alfonso Presti, um dos indicados pelo Ministério Público para acompanhar o caso. Ele pretende ir a Sapopemba na próxima semana.
Em nota oficial, além de confirmar a investigação, a PM afirmou que "busca fiscalizar o cumprimento das leis em vigor, mesmo quando envolva seus integrantes".
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