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07/02/2007 - 08h26

Ataques deixam polícia de SP em alerta; governo minimiza ações

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da Folha Online
da Folha de S.Paulo

Criminosos queimaram três ônibus da mesma empresa e atacaram a tiros um carro da Polícia Militar, na noite de terça-feira (6), em São Paulo. As ações deixaram a polícia em alerta e, na madrugada desta quarta, uma grande operação foi realizada na região metropolitana. O secretário estadual da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, tentou minimizar a gravidade dos atentados.

"Não há nenhuma razão para qualquer tipo de alarme", afirmou o secretário. "Não dêem aos episódios dimensão maior do que efetivamente têm", disse, em entrevista no início da madrugada.

Na tarde de terça, policiais receberam um alerta de que integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) planejavam ações no Estado --no ano passado, a facção criminosa promoveu três ondas de ataques. O comando da Polícia Civil repassou um alerta amarelo (significa ficar atento) para todos os distritos e departamentos. Alguns DPs chegaram a fechar as portas, policiais civis que usam roupas com logos da polícia evitaram utilizá-los ou as cobriram com blusas compridas. O GIR (Grupo de Intervenção Rápida) fez uma blitz na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km de São Paulo), unidade onde foi isolada parte do comando do PCC.
Elisa Limbeck
Criminosos queimam ônibus na rua John Audubon, zona sul de São Paulo
Criminosos queimam ônibus na rua John Audubon, zona sul de São Paulo


Na madrugada desta quarta, o secretário da Segurança recusou comentar as possíveis motivações dos ataques e ligações com a facção criminosa. Ele afirmou que "todas as hipóteses" são investigadas. "Sobre técnicas de investigação e métodos de investigação é evidente que eu não vou falar numa entrevista pública."

Ataques

Os três ônibus foram queimados na região do Parque Bristol (zona sul). O primeiro caso ocorreu na rua John Audubon, por volta das 21h15. Dois motoqueiros pararam o ônibus e obrigaram a saída dos passageiros. Os outros incêndios ocorreram na rua Doutor Luís Gonçalves Junior e na rua Brigadeiro Amílcar Veloso Pederneiras.

Ninguém se feriu. Segundo a SPTrans (empresa que gerencia o transporte coletivo na cidade), os ônibus circulam normalmente nesta quarta.

Para o secretário da Segurança, os ataques poderiam ter sido motivados não pelo crime organizado, mas por disputas comerciais. "Já houve caso de outro incêndio de ônibus que foi causado por concorrência no setor de transporte e nada mais", afirmou Marzagão.

O carro da PM foi atingido por tiros em frente à estação de trem do Ipiranga, também na zona sul. Segundo policiais da 2ª companhia do 3º Batalhão, responsável pelo policiamento da área, mais de dez tiros partiram de homens que estavam em um viaduto que fica nas proximidades da estação, supostamente em uma moto. Os tiros, provavelmente de revólver, foram disparados de cima para baixo. Os dois policiais --um homem e um mulher-- não estavam dentro do carro e não se feriram.

Quatro suspeitos de envolvimento nos ataques foram presos. Eles ocupavam um carro roubado e foram detidos na avenida Robert Kennedy, em Interlagos (zona sul). Duas pistolas e dois revólveres foram apreendidos.

Série de ataques

No ano passado, o PCC promoveu três séries de ataques no Estado. Disparos de armas de fogo e incêndios atingiram prédios das forças de segurança e de outros órgãos públicos, agências bancárias e ônibus, além de supermercados, revendedoras de carros e postos de gasolina.

Os primeiros atentados ocorreram entre os dias 12 e 19 de maio. Foram 299 ações, incluindo incêndios a ônibus. Policiais e agentes penitenciários morreram. Simultaneamente, uma onda de motins atingiu 82 unidades do sistema penitenciário paulista. Na ocasião, a onda de violência foi interpretada como uma resposta à decisão do governo estadual de isolar líderes da facção criminosa.

Uma segunda série de ataques ocorreu entre os últimos dias 11 e 14 de julho. Os alvos foram ônibus, prédios públicos e particulares, agências bancárias, lojas e agentes de segurança também foram atacados. Oito morreram.

A terceira onda de ataques ocorreu entre os dias 7 e 9 de agosto. A principal marca foi o uso de bombas caseiras contra prédios públicos --como do Ministério Público e da Secretaria Estadual de Justiça-- e de serviços à população --como o Poupatempo.

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