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08/02/2007 - 11h00

Após ataques, 3 chefes do PCC são isolados

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da Folha de S.Paulo
da Agência Folha, em Presidente Prudente

Um dia depois de quatro atentados em São Paulo, quando três ônibus foram queimados e um carro da PM foi alvo de tiros, o secretário da Administração Penitenciária, Antonio Ferreira Pinto, isolou ontem três dos chefes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) no CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes (589 km de SP). Também ontem, detentos se recusaram a sair de presídios e não compareceram a audiências na Justiça. A chamada "greve branca" foi usada pelos presos no ano passado, durante as ondas de violência promovidas pelo PCC.

O secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, confirmou a existência da "greve branca". Mesmo assim, ele afirmou que é "prematuro" vincular os ataques à facção.

Por ordem de Ferreira Pinto, Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka, e Fabiano Alves de Souza, o Guga Paca, foram removidos sob um grande esquema de segurança, na manhã de ontem, da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km de SP) para o CRP de Presidente Bernardes, onde vigora o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado). Ferreira Pinto não respondeu ao pedido de entrevista feito pela Folha ontem.

Gegê, Vida Loka e Guga Paca são ligados ao PCC e foram apontados como os responsáveis por um motim ocorrido anteontem na P2 de Venceslau, horas antes dos ataques.

Os três se recusaram a mudar de suas celas, logo após revista. Houve confronto na prisão --que teve todos os vidros das celas quebrados-- entre detentos e integrantes do GIR (Grupo de Intervenção Rápida), da SAP, que deram tiros de borracha e soltaram cães.

Grampos telefônicos da Polícia Civil apontam que, após o tumulto, chefes do PCC deram ordem, via telefone celular, para os ataques.

"Greve branca"

O secretário Ronaldo Marzagão disse que foi informado pela SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) da recusa dos presos em comparecer às audiências. "É um movimento absolutamente pacífico. Não compromete a segurança do sistema prisional."

Apesar disso, o secretário afirmou que o envolvimento do PCC nos atentados de anteontem e na "greve branca" é apenas uma das hipóteses da investigação policial.

A assessoria do Tribunal de Justiça confirmou a existência da "greve branca" no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste, principalmente em relação a presos do CDP (Centro de Detenção Provisória) de São Bernardo do Campo.
Mas pelo menos outras duas varas criminais, que não atendiam presos dessa unidade, também confirmaram o não-comparecimento de detentos.

Juízes afirmaram que a SAP ainda estaria fazendo um levantamento das unidades nas quais os presos se recusaram a sair. Segundo o TJ, só um levantamento a ser realizado hoje poderá dimensionar a extensão dessa "greve branca".

A assessoria da Secretaria da Administração Penitenciária não confirmou a manifestação dos detentos. Segundo ela, não havia qualquer relato de "greve branca" até o começo da noite de ontem nem mesmo no CDP de São Bernardo do Campo.

Depois dos ataques, a polícia desencadeou ontem uma série de operações e prendeu 34 pessoas, por outros crimes, sem qualquer comprovação de ligação com as ações. Nenhum deles foi acusado pelos ataques.

Apesar de não terem ocorrido novos ataques, as forças de segurança estão em alerta. Segundo informou a assessoria de imprensa da PM, folgas de policiais foram suspensas e o policiamento foi reforçado nas ruas. A Polícia Civil manteve cones ao redor de delegacias.

Pelo segundo dia, ocorreu uma blitz na P2 de Presidente Venceslau. Nos dois dias, foram apreendidos 12 celulares.

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