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11/02/2007 - 21h56

Família de João Hélio pede atenção de governantes para conter violência no Rio

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da Folha Online

Os pais de João Hélio Fernandes, o garoto de seis anos morto na última quarta após ser arrastado em um carro por assaltantes, pediram a atenção dos governantes para conter a violência no Rio de Janeiro e defenderam mudanças na legislação sobre a maioridade penal. As afirmações foram feitas em entrevista exibida pelo "Fantástico" (Rede Globo), na noite deste domingo.

"Queria que a morte dele [João Hélio Fernandes] não ficasse em vão e que tudo o que vem acontecendo servisse para marcar uma fase de mudança no nosso país. As pessoas não podem sofrer como a gente está sofrendo", disse Elson Vieites, pai de João. A família disse que preferiu se hospedar na casa de um parente a ficar na casa onde morava com João Hélio.

"Queria que os governantes tivessem alma e vissem o João Hélio como filho, não como mais um. Ah, morreu, amanhã outros vão morrer. Não pode. Tem de acabar, tem que mudar. Tem de rever a legislação. O Rio de Janeiro não pode ser encarado [da mesma forma que outros Estados]. É um caso específico. Estados mais violentos têm de ter um legislação específica. Se os menores de 18 anos cometem crimes bárbaros, eles têm sim de ser punidos. Eles não podem só ficar três anos, para daqui a três anos matarem um outro João. Eles não têm coração", disse Rosa Cristina Fernandes, a mãe do menino.

A mãe narrou o momento em que foi abordada pelos assaltantes. Disse que, quando dirigia de volta para casa com João e a filha Aline, 14, parou no sinal vermelho porque tinha dois carros à sua frente. Viu então dois homens armados se aproximarem do carro. Depois do roubo, o mais alto deles pegou o volante. Ela ouviu "Sai, sai, sua vagabunda", enquanto tentava tirar o garoto do carro.

"Tem pessoas que não têm coração. Têm um pedra no lugar do coração. Não tem como arrancar amor de uma criatura dessas", disse a mãe.

O casal afirmou ainda que teme pela dor da filha, Aline Fernandes, de 14 anos. Ela sofre por não ter conseguido ajudar a tirar o irmão do carro. "Não sei como pode ficar a cabeça dela [a filha] com essa cena que nunca vai sair da nossa mente. A gente vê que essa criatura não tem coração. Se ela ficar solta na rua, ela vai fazer de novo", disse Rosa.

A menina escreveu uma carta, lida no "Fantástico", em que dizia estar "péssima". Num trecho ela agradeceu a Kerginaldo Marinho da Silva, que entregou o filho Diego Nascimento da Silva, 18, depois de descobrir que ele participou do crime.

"Tenho 14 anos e estou péssima. Minha família está sem chão; o Rio, emocionado, e o Brasil, revoltado. Se essa não é a hora da mudança, então quando será? Quando acontecer novamente? Quando mais uma vida for tirada por um homem de 16 anos?. Pena de morte não resolve. Eu desejo justiça rigorosa e para os políticos eu peço consciência. É hora de mudar", escreveu Aline, na carta.

Colaborou a Folha de S.Paulo, no Rio

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