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12/02/2007
-
09h09
ROGÉRIO PAGNAN
KLEBER TOMAZ
da Folha de S.Paulo
Quarenta e duas famílias desalojadas pelo acidente nas obras da linha 4-amarela do metrô em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, ainda não podem responder a uma simples pergunta: Qual é o seu endereço?
Exato um mês do pior acidente da história do metrô paulista, quando morreram sete pessoas soterradas, a Subprefeitura de Pinheiros ainda não definiu quais as casas que poderão ser ocupadas outra vez.
Assim, os moradores ainda continuam em hotéis e em casas de parentes. Nenhum morador ficou ferido no acidente, apesar de não ter sido acionado nenhum plano de abandono de área pelo Consórcio Via Amarela, responsável pela obra e integrado por Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.
No total, 55 imóveis foram desocupados por determinação da Defesa Civil em razão dos riscos de desabamento. Treze deles foram condenados, seis já foram demolidos e o restante será derrubado a qualquer momento, de acordo com a subprefeitura.
Há quase duas semanas o consórcio entregou um laudo geológico atestando a estabilização da terra sob os imóveis. O documento foi enviado ao IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e os técnicos da prefeitura realizaram uma perícia nas edificações. Na tarde de hoje, todos os dados serão confrontados para definir quais de fato voltarão a ser habitadas.
O resultado será divulgado numa reunião com moradores na noite de hoje, mas, mesmo com uma avaliação positiva, eles não estarão liberados a voltar para casa. A subprefeitura informou que só após a finalização da "parte burocrática" isso ocorrerá, mas não há prazo.
A justificava para a demora é a realização de um trabalho cauteloso e que somente após a obtenção de 100% de segurança a área será liberada.
Não só a volta dos moradores segue pendente após um mês da abertura da cratera. Doze indenizações foram acertadas, mas só uma para parentes dos mortos. Das demais, sete foram para inquilinos de imóveis --40 salários mínimos, segundo moradores-- e quatro para donos de veículos engolidos.
Ontem, um culto na Igreja Metodista em Pinheiros lembrou todas as vítimas do acidente e homenageou os bombeiros que trabalharam no resgate. Hoje, às 16h, entidades farão um ato público em solidariedade na estação Sé.
Embargo
Depois do acidente, a obra da linha 4 foi embargada pela DRT (Delegacia Regional do Trabalho) na estação Pinheiros.
O gerente do Metrô responsável por fiscalizar a construção, Marco Antonio Buoncompagno, foi afastado do cargo após revelação feita pela Folha de que ele era processado pelo Ministério Público sob a acusação --que ele nega-- de ter participado de um esquema irregular de contratações nos anos 90 com a Andrade Gutierrez.
Os laudos da investigação do acidente, preparados pelo IPT, pelo IC (Instituto de Criminalística) e pelo Ministério Público Estadual, devem sair só a partir do final de agosto.
Na semana passada, em depoimento na Assembléia Legislativa, um engenheiro do Metrô paulista revelou que a última vistoria na área do desmoronamento foi feita por um engenheiro recém-formado. Horas antes da abertura da cratera as construtoras também fizeram detonações com explosivos na obra --apesar da constatação de que houve uma aceleração do rebaixamento da terra no dia anterior.
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KLEBER TOMAZ
da Folha de S.Paulo
Quarenta e duas famílias desalojadas pelo acidente nas obras da linha 4-amarela do metrô em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, ainda não podem responder a uma simples pergunta: Qual é o seu endereço?
Exato um mês do pior acidente da história do metrô paulista, quando morreram sete pessoas soterradas, a Subprefeitura de Pinheiros ainda não definiu quais as casas que poderão ser ocupadas outra vez.
Assim, os moradores ainda continuam em hotéis e em casas de parentes. Nenhum morador ficou ferido no acidente, apesar de não ter sido acionado nenhum plano de abandono de área pelo Consórcio Via Amarela, responsável pela obra e integrado por Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.
No total, 55 imóveis foram desocupados por determinação da Defesa Civil em razão dos riscos de desabamento. Treze deles foram condenados, seis já foram demolidos e o restante será derrubado a qualquer momento, de acordo com a subprefeitura.
Há quase duas semanas o consórcio entregou um laudo geológico atestando a estabilização da terra sob os imóveis. O documento foi enviado ao IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e os técnicos da prefeitura realizaram uma perícia nas edificações. Na tarde de hoje, todos os dados serão confrontados para definir quais de fato voltarão a ser habitadas.
O resultado será divulgado numa reunião com moradores na noite de hoje, mas, mesmo com uma avaliação positiva, eles não estarão liberados a voltar para casa. A subprefeitura informou que só após a finalização da "parte burocrática" isso ocorrerá, mas não há prazo.
A justificava para a demora é a realização de um trabalho cauteloso e que somente após a obtenção de 100% de segurança a área será liberada.
Não só a volta dos moradores segue pendente após um mês da abertura da cratera. Doze indenizações foram acertadas, mas só uma para parentes dos mortos. Das demais, sete foram para inquilinos de imóveis --40 salários mínimos, segundo moradores-- e quatro para donos de veículos engolidos.
Ontem, um culto na Igreja Metodista em Pinheiros lembrou todas as vítimas do acidente e homenageou os bombeiros que trabalharam no resgate. Hoje, às 16h, entidades farão um ato público em solidariedade na estação Sé.
Embargo
Depois do acidente, a obra da linha 4 foi embargada pela DRT (Delegacia Regional do Trabalho) na estação Pinheiros.
O gerente do Metrô responsável por fiscalizar a construção, Marco Antonio Buoncompagno, foi afastado do cargo após revelação feita pela Folha de que ele era processado pelo Ministério Público sob a acusação --que ele nega-- de ter participado de um esquema irregular de contratações nos anos 90 com a Andrade Gutierrez.
Os laudos da investigação do acidente, preparados pelo IPT, pelo IC (Instituto de Criminalística) e pelo Ministério Público Estadual, devem sair só a partir do final de agosto.
Na semana passada, em depoimento na Assembléia Legislativa, um engenheiro do Metrô paulista revelou que a última vistoria na área do desmoronamento foi feita por um engenheiro recém-formado. Horas antes da abertura da cratera as construtoras também fizeram detonações com explosivos na obra --apesar da constatação de que houve uma aceleração do rebaixamento da terra no dia anterior.
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