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24/02/2007 - 10h44

Tiroteio provoca pânico diante do Pacaembu

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ROGÉRIO PAGNAN
KLEBER TOMAZ
ANDRÉ CARAMANTE
da Folha de S.Paulo

Armados com fuzis, pistolas e usando coletes da Polícia Federal, pelo menos oito criminosos enfrentaram a tiros, na manhã de ontem, um grupo de elite da Polícia Civil de São Paulo em frente ao estádio do Pacaembu (zona oeste).

O tiroteio provocou pânico em funcionários e clientes de uma feira livre, que funciona às terças, quintas, sextas e sábados a menos de 50 metros do local do confronto, e entre torcedores do Corinthians que compravam ingressos.

Algumas pessoas se jogaram sob veículos estacionados ou se esconderam atrás de pilares.

"Trabalho aqui há 30 anos e nunca vi isso: pessoas correndo para escapar de tiros de fuzil", disse Hiromi de Oliveira, dona de uma barraca de pastel.

Um dos fuzis utilizados pelo grupo, segundo a polícia, calibre 7.62 mm, tem alcance superior a 3.000 m.

Também foram encontradas cápsulas de munição calibre 556, utilizada em fuzis AR-15 e M-16, de uso exclusivo das Forças Armadas e que estavam em poder dos criminosos. Os policiais portavam apenas pistolas.

Um dos tiros atingiu um caminhão frigorífico, utilizado para transporte e venda de peixes. O projétil atravessou dois vidros e a lataria do veículo, que estava estacionado.

Cerca de 200 pessoas estavam no local ontem, considerado um dos dias de menor movimento na feira. Ninguém se feriu. "Parecia uma guerra", disse a feirante Regina Rodrigues.

O confronto começou por volta das 10h30, quando dois policiais da Delegacia do Patrimônio do Deic (Departamento de Investigação do Crime Organizado) passavam pela feira e foram alertados sobre a presença de pessoas supostamente armadas no local.

A princípio, segundo os policiais, eles acreditaram se tratar de colegas da Polícia Federal. Isso porque, além de utilizar roupas e coletes semelhantes, os criminosos disfarçados também ostentavam armas de forma despreocupada. Também imaginavam encontrar no máximo três pessoas.

No momento em que o carro do Deic estacionou, surgiram outros homens, que receberam os policiais a tiros. O grupo ocupava três veículos. "Os policiais correram risco de morte", disse o delegado Edson de Santi, chefe da Delegacia do Patrimônio.

Um criminoso foi ferido na perna esquerda, mas, assim como todos os outros integrantes do grupo, conseguiu escapar. Parte do grupo fugiu em dois veículos (num Classe A e num Marea) e restante fugiu a pé.

Policiais disseram que os criminosos pertencem à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). O Corsa, com o adesivo do Yin e Yang (símbolo também utilizado pelo PCC), foi abandonado no local e o Classe A, logo depois.

De acordo com a polícia, a suspeita é que o grupo se preparava para assaltar uma casa de câmbio ou uma das 12 agências bancárias que circundam o estádio. Os coletes da PF dariam acesso mais fácil aos criminosos. Outra hipótese é a do seqüestro de algum empresário.

Fuga

Na fuga, o criminoso ferido rendeu o taxista Antônio Gilberto, 48, que acabava de chegar ao seu ponto, próximo ao estádio do Pacaembu.

"Não cheguei nem a desligar o carro. Ele dizia para eu correr muito em direção à Anhangüera, mas mudou de idéia quando percebeu que estávamos sendo seguidos pelos meus colegas taxistas", afirmou Gilberto, que em 26 anos de profissão nunca havia passado por situação semelhante à de ontem.

O fugitivo também rendeu um motociclista, conseguindo escapar dos policiais militares que davam apoio aos civis. Dois helicópteros foram utilizados na procura dos bandidos.

Até a conclusão desta edição, ninguém havia sido preso. Santi disse, porém, já ter identificado pelo menos um suspeito.

Arte


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