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08/03/2007
-
10h01
EVA A. BLAY
Especial para a Folha de S.Paulo
Com freqüência ouve-se a pergunta: por que as mulheres não participam da política? Sob essa indagação, esconde-se a afirmação: as mulheres não se interessam por questões políticas. Será?
Há várias formas de fazer política. A busca pela cidadania feminina, no Brasil, vem de longe. Movimentos sociais, no século 19, formaram-se visando a punição legal dos homens que matavam impunemente "suas" mulheres. O direito ao voto feminino mobilizou movimentos pelo Brasil, que também queriam mudanças no Código Civil.
A história esqueceu que, em 1922, fundou-se a Federação Brasileira para o Progresso Feminino. Entre 1910 e 1930, o movimento feminista era plural, englobando feministas católicas, profissionais, anarquistas e sufragistas, sob o lema: "educação, emprego e sufrágio".
Os movimentos sociais se sucederam com variadas intensidades.
Quanto à democracia representativa, a presença feminina é pobre: dados da União Interparlamentar, coletados em 31 de janeiro de 2007, mostram o Brasil na 103ª posição num total de 137 países.
Os resultados das eleições de 2006 mostraram que quase nada avançamos. De 2.498 candidatas, foram eleitas apenas 176 mulheres: três governadoras, quatro senadoras, 46 deputadas federais e 123 deputadas estaduais/ distritais (dados do Centro Feminista de Estudos e Assessoria).
Para romper a lógica que privilegia as candidaturas masculinas, instituiu-se uma cota de 30% de candidatas nos partidos. Legislação inócua, desconhecida pelos candidatos e desobedecida até mesmo pelos partidos políticos. Assim, no início do terceiro milênio, ainda perduram as desigualdades de gênero, e as mulheres não alcançaram plena cidadania. Mas a luta continua.
EVA A. BLAY é professora titular de sociologia e coordenadora cientifica do Núcleo de Estudos da Mulher e Relações Sociais de Gênero da USP
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Há várias formas de fazer política. A busca pela cidadania feminina, no Brasil, vem de longe. Movimentos sociais, no século 19, formaram-se visando a punição legal dos homens que matavam impunemente "suas" mulheres. O direito ao voto feminino mobilizou movimentos pelo Brasil, que também queriam mudanças no Código Civil.
A história esqueceu que, em 1922, fundou-se a Federação Brasileira para o Progresso Feminino. Entre 1910 e 1930, o movimento feminista era plural, englobando feministas católicas, profissionais, anarquistas e sufragistas, sob o lema: "educação, emprego e sufrágio".
Os movimentos sociais se sucederam com variadas intensidades.
Quanto à democracia representativa, a presença feminina é pobre: dados da União Interparlamentar, coletados em 31 de janeiro de 2007, mostram o Brasil na 103ª posição num total de 137 países.
Os resultados das eleições de 2006 mostraram que quase nada avançamos. De 2.498 candidatas, foram eleitas apenas 176 mulheres: três governadoras, quatro senadoras, 46 deputadas federais e 123 deputadas estaduais/ distritais (dados do Centro Feminista de Estudos e Assessoria).
Para romper a lógica que privilegia as candidaturas masculinas, instituiu-se uma cota de 30% de candidatas nos partidos. Legislação inócua, desconhecida pelos candidatos e desobedecida até mesmo pelos partidos políticos. Assim, no início do terceiro milênio, ainda perduram as desigualdades de gênero, e as mulheres não alcançaram plena cidadania. Mas a luta continua.
EVA A. BLAY é professora titular de sociologia e coordenadora cientifica do Núcleo de Estudos da Mulher e Relações Sociais de Gênero da USP
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