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08/03/2007 - 19h02

Para Laura Capriglione, mulheres ainda têm muitos direitos para conquistar

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da Folha Online

A jornalista Laura Capriglione, 47, disse hoje, durante bate-papo com 195 internautas, que as mulheres ainda têm muitos direitos para conquistar. A jornalista lembra que apenas 9% das mulheres em situação marital acham que conseguem dividir o trabalho doméstico com seus parceiros -- "91% ainda carregam este fardo", disse..

"Tem muito mais direitos a ser conquistados: o direito de receber tanto quanto um homem que desempenha a mesma função. Ainda é de 37% a disparidade salarial nos cargos que exigem pós-graduação", disse.

Para a jornalista, as mulheres nunca conseguirão todos os seus direitos. "Esse dia, não chegará nunca. No dia em que se consegue um direito, surge outro desafio, que reatualiza o problema. É como a mulher que queria ir trabalhar. Um dia, ela conseguiu. No dia seguinte, já tinha de lutar pela equiparação salarial... e assim por diante", disse.

Folha Imagem
A jornalista Laura Capriglione, que participa de bate-papo
A jornalista Laura Capriglione, que participa de bate-papo


A jornalista disse ainda que o Dia Internacional da Mulher ajuda o mundo a fazer um balanço da situação da mulher. "No mínimo, serve para a gente fazer um balanço do que se conseguiu, do que falta conseguir... É uma data que pede reflexão, como outras datas comemorativas", disse.

Laura Capriglione afirmou que a Lei Maria da Penha é um avanço, que ajuda a diminuir a violência contra a mulher. "Eu acho que a Lei Maria da Penha é uma grande conquista das mulheres e da sociedade brasileira como um todo. É incrível a quantidade de mulheres que ainda são espancadas pelo maridos, companheiros e, às vezes, até pelos filhos. Punir o agressor, evitar que ele troque a punição pelo fornecimento de uma cesta básica, como acontecia, é fazer Justiça. Necessário", disse.

"O sistema patriarcal confinou por gerações e gerações as mulheres aos limites da própria casa. É natural que essa cultura demore para mudar. Você fala em preconceito contra as mulheres. É possível. Mas acho que existe também um certo desencanto das mulheres em particular com a política, que as afasta dessa atividade", disse.

Sobre o divórcio, Laura Capriglione afirma que a mulher que abriu mão de sua vida profissional deve ter direito a uma pensão. "A mulher que abriu mão de estudar, ou de trabalhar para cuidar dos filhos ou do marido, por causa de um acordo do casal, tem, sim, direito a receber uma pensão, nem que seja por um tempo, até que ela se reestruture. Mas, concordo com você que se o casal dividiu todas as tarefas solidariamente e os dois estão empregados, não há porque isso ocorrer", disse.

No Brasil, Laura Capriglione acredita que as mulheres ainda devem demorar algum tempo para assumir postos como da Presidência da República. Isso porque hoje as brasileiras ocupam poucos postos políticos de destaque.

"[A mulher] Já chegou [à presidência] em um monte de países. A presidente do Chile, sra. Bachelet, ocupa um cargo que já foi do horroroso Pinochet. Nos Estados Unidos, a Hillary Clinton é uma das fortes candidatas à sucessão de Bush. Tem a Alemanha. Bem, não acho nenhum absurdo, não. Mas as mulheres no Brasil ainda ocupam poucos postos públicos. Estão pouco nas diretorias de sindicatos, nas câmaras e assembléias. Creio, por isso, que talvez a caminhada aqui seja um pouco mais longa", disse.

A jornalista afirma que a mulher "agüenta o tranco" tanto quanto o homem no trabalho. Sobre o ambiente corporativo, Laura Capriglione afirma que vê mudanças significativas em relação à exploração da mulher. "Acho que o ambiente corporativo também está mudando. Mas ainda persiste o machismo de várias formas, um traço da nossa cultura. De todo modo, não se admite mais o chefe assediador, ou abusos morais, o que é bom e mostra que já andamos bastante", disse.

"Pelo que tenho visto, as mulheres estão estudando mais do que os homens, então acho natural que assumam cada vez mais cargos de responsabilidade. Eu não acho que acaba aqui, não. Acho até que está só começando", disse.

Questionada por um internauta se acha que as mulheres hoje são felizes, a jornalista disse que não. "Em geral, eu não acho, não. Mas acho que estão atrás... Seja à base de Prozac, seja por um amor, seja pela carreira", disse.

Outro internauta perguntou se, no fundo, a maioria das mulheres quer um "homem para chamar de seu?". Ela respondeu: "Eu acho que a maioria das mulheres quer, sim, alguém para dividir a vida, para rir junto, para namorar. É bom, não é?"

Especial
  • Confira a íntegra do bate-papo com Laura Capriglione
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  • Confira a cobertura completa sobre o Dia Internacional da Mulher
  • Confira como foram os bate-papos anteriores

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