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08/03/2007
-
21h40
FERNANDA CRANCIANINOV
da Folha Online
Na tarde desta quinta-feira, a reportagem da Folha Online teve acesso exclusivo ao interior do hotel Hilton, onde os preparativos para a chegada de George W. Bush imperavam em todas as mediações do hotel.
Cercado por funcionários e caminhões do Exército, e alguns carros da imprensa, a poucas horas da chegada de George W. Bush, prevista para as 19h, "ninguém" entrava ou circulava pelo Hilton.
A partir desta tarde, além da comitiva de Bush, a entrada no hotel só será permitida a funcionários, prestadores de serviço e hóspedes com nome na lista. Aproximadamente 80 hóspedes foram mantidos durante o período de estadia do presidente Bush, informou um funcionário do hotel.
A comitiva norte-americana praticamente fechou o hotel (de 485 quartos), alugando todo o restante de suítes, salões, restaurantes e serviços disponíveis no período. "Se eles querem segurança e exclusividade, têm de pagar por isso". Especula-se que cada diária de luxo custe por volta de R$12.000. O valor não foi confirmado pelo hotel, nem o total do pacote pago pela comitiva.
Pelos corredores, ouvia-se um burburinho bilíngüe de seguranças que acertavam todos os detalhes para a recepção de Bush. Um grupo de homens em fardas camufladas do Exército se reunia no café do lobby.
Ali, qualquer "indivíduo" que espontâneamente decide tomar um cafezinho de R$ 3,50 é sutilmente "coagido" pela presença de um funcionário, que, sem dizer nada, toma o cuidado de apenas sentar-se ao seu lado. Usando terno, ele apenas observa --assim como um cachorro pastor alemão, deitado mais adiante.
O clima de "Big Brother" impera, mesmo no banheiro feminino: alguns segundos lá dentro e, inusitadamente, uma policial militar entra no recinto --e, neste caso, nenhuma relação com o hábito feminino de ir ao banheiro em dupla.
Para o "staff" do hotel, a jornada é a mesma, "só redobramos os cuidados". Segundo a assessoria do consulado americano, a escolha pelo Hilton deve-se à nacionalidade e à tradição: "sempre optamos por empresas norte-americanas". No hotel, uma funcionária confirma: "Já recebemos Condoleezza Rice e Colin Powell. No Brasil, somos tradicionalmente escolhidos pelos americanos".
Fora do Hilton, S. Sinval, eletricista que atende na região, é um dos poucos que sabe da presença de outro ícone do cenário internacional a poucos metros dali. "Você acha que o presidente da Alemanha [Horst Köhler] precisa disso?", reclama.
No hotel Grand Hyatt, onde Köhler está hospedado, nada de Exército e o acesso é livre. "Graças a Deus", comemora um funcionário do Hyatt. "Esse sim respeita o brasileiro", conclui S. Sinval.
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da Folha Online
Na tarde desta quinta-feira, a reportagem da Folha Online teve acesso exclusivo ao interior do hotel Hilton, onde os preparativos para a chegada de George W. Bush imperavam em todas as mediações do hotel.
Cercado por funcionários e caminhões do Exército, e alguns carros da imprensa, a poucas horas da chegada de George W. Bush, prevista para as 19h, "ninguém" entrava ou circulava pelo Hilton.
A partir desta tarde, além da comitiva de Bush, a entrada no hotel só será permitida a funcionários, prestadores de serviço e hóspedes com nome na lista. Aproximadamente 80 hóspedes foram mantidos durante o período de estadia do presidente Bush, informou um funcionário do hotel.
A comitiva norte-americana praticamente fechou o hotel (de 485 quartos), alugando todo o restante de suítes, salões, restaurantes e serviços disponíveis no período. "Se eles querem segurança e exclusividade, têm de pagar por isso". Especula-se que cada diária de luxo custe por volta de R$12.000. O valor não foi confirmado pelo hotel, nem o total do pacote pago pela comitiva.
Pelos corredores, ouvia-se um burburinho bilíngüe de seguranças que acertavam todos os detalhes para a recepção de Bush. Um grupo de homens em fardas camufladas do Exército se reunia no café do lobby.
Ali, qualquer "indivíduo" que espontâneamente decide tomar um cafezinho de R$ 3,50 é sutilmente "coagido" pela presença de um funcionário, que, sem dizer nada, toma o cuidado de apenas sentar-se ao seu lado. Usando terno, ele apenas observa --assim como um cachorro pastor alemão, deitado mais adiante.
O clima de "Big Brother" impera, mesmo no banheiro feminino: alguns segundos lá dentro e, inusitadamente, uma policial militar entra no recinto --e, neste caso, nenhuma relação com o hábito feminino de ir ao banheiro em dupla.
Para o "staff" do hotel, a jornada é a mesma, "só redobramos os cuidados". Segundo a assessoria do consulado americano, a escolha pelo Hilton deve-se à nacionalidade e à tradição: "sempre optamos por empresas norte-americanas". No hotel, uma funcionária confirma: "Já recebemos Condoleezza Rice e Colin Powell. No Brasil, somos tradicionalmente escolhidos pelos americanos".
Fora do Hilton, S. Sinval, eletricista que atende na região, é um dos poucos que sabe da presença de outro ícone do cenário internacional a poucos metros dali. "Você acha que o presidente da Alemanha [Horst Köhler] precisa disso?", reclama.
No hotel Grand Hyatt, onde Köhler está hospedado, nada de Exército e o acesso é livre. "Graças a Deus", comemora um funcionário do Hyatt. "Esse sim respeita o brasileiro", conclui S. Sinval.
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