Publicidade
Publicidade
15/03/2007
-
02h30
LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Fatores ligados a doenças crônicas e mortes precoces, o sedentarismo e o excesso de peso no país estão em níveis alarmantes: 29% dos adultos de todas as capitais brasileiras não praticam atividade física alguma em casa, no trabalho ou no lazer; 43% estão acima do peso, sendo que 11% estão obesos.
É o que constata o primeiro levantamento de vigilância de fatores de risco à saúde do governo federal. O Vigitel é uma pesquisa telefônica feita em todas as capitais --o que, para especialistas, compromete a qualidade da pesquisa. Será anual e tem como objetivo rastrear e acompanhar os hábitos dos maiores de 18 anos que afetam a incidência de doenças crônicas que podem ser prevenidas.
Para chegar aos dados de obesidade e sobrepeso, o Vigitel usou peso e altura informados para calcular o IMC (Índice de Massa Corporal), que é o peso (em kg) dividido pela altura ao quadrado. Tem peso excessivo as pessoas com IMC acima de 25. O obeso tem 30 ou mais. O "ideal" seria 21.
Doenças respiratórias, cardiovasculares, câncer e diabetes, entre outras, foram responsáveis por 63% de todas as mortes documentadas no país em 2004. Essas condições estão ligadas aos fatores pesquisados pelo Vigitel: excesso de peso e obesidade, inatividade física e consumo de tabaco e álcool.
No geral o quadro foi considerado "preocupante" por governo e pesquisadores, especialmente entre homens, grupo com maior prevalência de hábitos e comportamentos de risco à saúde. Os dados devem orientar campanhas de prevenção.
Foi a primeira vez que foram levantados dados dessa abrangência sobre o sedentarismo brasileiro. "Foi assustador. Quase 30% dos adultos estão nessa situação", disse o professor Carlos Augusto Monteiro do Nupens (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde) da USP.
Duas tendências chamaram a atenção: a completa inatividade física chega a 46% do grupo de pessoas com mais de 12 anos de escolaridade e é duas vezes maior entre homens (40%) do que entre mulheres (20%).
A explicação oferecida está ligada à definição de inatividade física: não praticou nenhuma atividade física no lazer nos últimos três meses, não realizou esforços físico intensos no trabalho (andar ou carregar peso), não se deslocou para o trabalho a pé ou de bicicleta.
Além do sedentarismo, o Vigitel revela que o restante da população não está praticando atividade física "suficiente", isto é, 30 minutos diários de atividade leve ou moderada em cinco dias da semana ou 20 minutos de atividade física intensa em dois dias da semana.
Apenas 15% dos adultos se exercitam com essa freqüência, o que ajuda a proteger contra doença isquêmica do coração, hipertensão, diabetes, osteoporose, entre outras doenças.
O excesso de peso atinge 47% dos homens e 39% das mulheres. É mais freqüente entre os mais velhos e diminui um pouco com a escolaridade. O excesso de peso salta de 21% entre jovens de 18 a 24 anos para 39% entre adultos de 25 a 34 anos. A obesidade segue a tendência.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), os índices brasileiros estão abaixo dos da Argentina, México e Venezuela. Nos Estados Unidos, cerca de três quartos da população têm excesso de peso.
Confira os rankings das capitais relacionados a todos os fatores de risco.
RANKING TABAGISMO
RANKING ABUSO DO ÁLCOOL
RANKING SEDENTARISMO
* Não praticaram qualquer atividade física no período de lazer nos últimos três meses, não realizam esforço físico intenso no trabalho, não se deslocam a pé ou de bicicleta para o trabalho e não fazem a limpeza pesada da casa
** Atividade física suficiente no período de lazer
RANKING OBESIDADE
* Índice de Massa Corporal igual a ou maior que 30kg por m2
** Índice de Massa Corporal igual a ou maior que 25kg por m2
Hipertensão e Diabetes (att.ordem alfabética)
* Diagnóstico médico
Leia mais
Polícia detém adolescente suspeito de tentar matar irmão em MG
Manifestantes furam pneus de ônibus em BH; sindicato nega ligação
Criminosos atiram contra base da GCM na zona leste de São Paulo
Motorista de carreta morre carbonizado em rodovia em São Paulo
Criminosos matam PM na zona norte do Rio; dez morrem em uma semana
Especial
Leia o que já foi publicado sobre excesso de peso
Sobrepeso atinge 43% dos adultos; 29% são sedentários
Publicidade
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Fatores ligados a doenças crônicas e mortes precoces, o sedentarismo e o excesso de peso no país estão em níveis alarmantes: 29% dos adultos de todas as capitais brasileiras não praticam atividade física alguma em casa, no trabalho ou no lazer; 43% estão acima do peso, sendo que 11% estão obesos.
É o que constata o primeiro levantamento de vigilância de fatores de risco à saúde do governo federal. O Vigitel é uma pesquisa telefônica feita em todas as capitais --o que, para especialistas, compromete a qualidade da pesquisa. Será anual e tem como objetivo rastrear e acompanhar os hábitos dos maiores de 18 anos que afetam a incidência de doenças crônicas que podem ser prevenidas.
Para chegar aos dados de obesidade e sobrepeso, o Vigitel usou peso e altura informados para calcular o IMC (Índice de Massa Corporal), que é o peso (em kg) dividido pela altura ao quadrado. Tem peso excessivo as pessoas com IMC acima de 25. O obeso tem 30 ou mais. O "ideal" seria 21.
Doenças respiratórias, cardiovasculares, câncer e diabetes, entre outras, foram responsáveis por 63% de todas as mortes documentadas no país em 2004. Essas condições estão ligadas aos fatores pesquisados pelo Vigitel: excesso de peso e obesidade, inatividade física e consumo de tabaco e álcool.
No geral o quadro foi considerado "preocupante" por governo e pesquisadores, especialmente entre homens, grupo com maior prevalência de hábitos e comportamentos de risco à saúde. Os dados devem orientar campanhas de prevenção.
Foi a primeira vez que foram levantados dados dessa abrangência sobre o sedentarismo brasileiro. "Foi assustador. Quase 30% dos adultos estão nessa situação", disse o professor Carlos Augusto Monteiro do Nupens (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde) da USP.
Duas tendências chamaram a atenção: a completa inatividade física chega a 46% do grupo de pessoas com mais de 12 anos de escolaridade e é duas vezes maior entre homens (40%) do que entre mulheres (20%).
A explicação oferecida está ligada à definição de inatividade física: não praticou nenhuma atividade física no lazer nos últimos três meses, não realizou esforços físico intensos no trabalho (andar ou carregar peso), não se deslocou para o trabalho a pé ou de bicicleta.
Além do sedentarismo, o Vigitel revela que o restante da população não está praticando atividade física "suficiente", isto é, 30 minutos diários de atividade leve ou moderada em cinco dias da semana ou 20 minutos de atividade física intensa em dois dias da semana.
Apenas 15% dos adultos se exercitam com essa freqüência, o que ajuda a proteger contra doença isquêmica do coração, hipertensão, diabetes, osteoporose, entre outras doenças.
O excesso de peso atinge 47% dos homens e 39% das mulheres. É mais freqüente entre os mais velhos e diminui um pouco com a escolaridade. O excesso de peso salta de 21% entre jovens de 18 a 24 anos para 39% entre adultos de 25 a 34 anos. A obesidade segue a tendência.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), os índices brasileiros estão abaixo dos da Argentina, México e Venezuela. Nos Estados Unidos, cerca de três quartos da população têm excesso de peso.
Confira os rankings das capitais relacionados a todos os fatores de risco.
RANKING TABAGISMO
Capital | % de Adultos Fumantes | Masculino | Feminino | % Ex-fumantes |
---|---|---|---|---|
Porto Alegre | 21,2 | 26,3 | 17 | 22,7 |
Rio Branco | 21,2 | 24,8 | 17,9 | 27,1 |
Porto Velho | 19,2 | 25 | 13,6 | 24,9 |
Macapá | 19,1 | 29,4 | 9,5 | 24,1 |
Curitiba | 18,8 | 22,1 | 15,9 | 23,4 |
São Paulo | 18,8 | 23,6 | 14,6 | 21,4 |
Florianópolis | 18,7 | 21,9 | 15,8 | 21,1 |
Teresina | 18,3 | 24 | 13,5 | 21,9 |
Distrito Federal | 17,2 | 19,9 | 14,9 | 19,4 |
Cuiabá | 17,1 | 23,8 | 10,9 | 19,3 |
Boa Vista | 16,8 | 23,2 | 10,5 | 23,7 |
Fortaleza | 16,3 | 19,6 | 13,6 | 22,1 |
Belo Horizonte | 16,2 | 21,9 | 11,4 | 20,8 |
João Pessoa | 15,9 | 21,1 | 11,6 | 22,4 |
Vitória | 15,9 | 18,7 | 13,6 | 21,7 |
Campo Grande | 15 | 20,5 | 9,9 | 23,6 |
Recife | 14,7 | 19,3 | 11 | 21,5 |
Manaus | 14,5 | 20,7 | 8,9 | 26 |
Rio de Janeiro | 14,5 | 16,1 | 13,2 | 24,6 |
Belém | 14,4 | 19,5 | 10,1 | 25,4 |
Goiânia | 14 | 15,9 | 12,4 | 20,7 |
Maceió | 13,9 | 17,9 | 10,5 | 19,4 |
Palmas | 13,8 | 18,4 | 9,1 | 22,3 |
Natal | 13,5 | 17,5 | 10,3 | 24,7 |
Aracaju | 12,3 | 17,5 | 8,1 | 17,5 |
São Luís | 12,1 | 17 | 8,1 | 21,9 |
Salvador | 9,5 | 12,3 | 7,2 | 19,6 |
RANKING ABUSO DO ÁLCOOL
Capital | % de Adultos Consumo Abusivo do Álcool | % Masculino | % Feminino |
---|---|---|---|
Salvador | 22,1 | 33 | 13 |
Recife | 21,4 | 32,9 | 12,1 |
Teresina | 20 | 32,3 | 9,9 |
Belo Horizonte | 19,9 | 27,8 | 13,2 |
Macapá | 19,6 | 32 | 7,8 |
Palmas | 19,5 | 28,5 | 10,5 |
Aracaju | 19,3 | 31,2 | 9,5 |
Cuiabá | 18,9 | 31,8 | 7 |
Manaus | 18,6 | 31,2 | 7,1 |
Florianópolis | 18,1 | 30,2 | 7,2 |
Maceió | 17,8 | 27,8 | 9,5 |
Porto Velho | 17,7 | 28 | 7,7 |
Vitória | 17,4 | 25,2 | 10,9 |
São Luís | 17,3 | 31 | 6 |
Natal | 17 | 29,6 | 6,5 |
João Pessoa | 16,9 | 29,7 | 6,4 |
Belém | 16,8 | 26,1 | 8,7 |
Rio de Janeiro | 16,7 | 25,2 | 9,5 |
Fortaleza | 16,4 | 26,3 | 8,3 |
Rio Branco | 16,4 | 25,6 | 8 |
Distrito Federal | 16,3 | 25 | 8,7 |
Campo Grande | 15,6 | 22,9 | 8,9 |
Goiânia | 15,6 | 24,1 | 8,3 |
Porto Alegre | 15,3 | 25,2 | 7,2 |
Boa Vista | 14,7 | 23,4 | 6,1 |
Curitiba | 12,1 | 20,6 | 4,6 |
São Paulo | 12 | 20 | 5,1 |
RANKING SEDENTARISMO
Capital | % de Adultos fisicamente inativos* | % de Adultos Praticam Atividade Física** |
---|---|---|
Natal | 35,1 | 16,4 |
João Pessoa | 35 | 15,8 |
Aracaju | 33 | 16,3 |
Distrito Federal | 32,3 | 21,5 |
Maceió | 31,9 | 16,6 |
Fortaleza | 31,4 | 18 |
Recife | 30,9 | 14,7 |
Vitória | 30,8 | 17,6 |
Belo Horizonte | 30,6 | 15,9 |
Rio Branco | 30,4 | 14,7 |
Rio de Janeiro | 30,3 | 16,4 |
Teresina | 30 | 12,6 |
Porto Alegre | 29,7 | 17,9 |
Cuiabá | 28,4 | 16,9 |
Belém | 28 | 16,6 |
Salvador | 28 | 14,6 |
Goiânia | 27,9 | 15,6 |
Florianópolis | 27,7 | 16,3 |
São Paulo | 27,7 | 10,5 |
Campo Grande | 27,5 | 16,4 |
Curitiba | 27,3 | 16,5 |
São Luís | 26,8 | 13,6 |
Macapá | 25,9 | 18,2 |
Palmas | 25,7 | 16,1 |
Manaus | 25,3 | 14,9 |
Porto Velho | 24,1 | 15,5 |
Boa Vista | 21,6 | 17,3 |
* Não praticaram qualquer atividade física no período de lazer nos últimos três meses, não realizam esforço físico intenso no trabalho, não se deslocam a pé ou de bicicleta para o trabalho e não fazem a limpeza pesada da casa
** Atividade física suficiente no período de lazer
RANKING OBESIDADE
Capital | % de Adultos com obesidade* | % de Adultos com Excesso de Peso** |
---|---|---|
João Pessoa | 13,9 | 42,1 |
Aracaju | 13,6 | 40,2 |
Cuiabá | 13,6 | 45 |
Manaus | 13,5 | 43,7 |
Maceió | 13,3 | 40,2 |
Macapá | 13,2 | 41,5 |
Belém | 13,1 | 39,5 |
Natal | 13,1 | 42,9 |
Porto Velho | 12,8 | 41,8 |
Boa Vista | 12,6 | 43 |
Porto Alegre | 12,6 | 47,9 |
Rio de Janeiro | 12,5 | 48,3 |
Curitiba | 12,3 | 43,7 |
Fortaleza | 11,9 | 42,2 |
Recife | 11,9 | 43,3 |
Campo Grande | 11,6 | 43,2 |
Rio Branco | 11,4 | 44,2 |
São Paulo | 11 | 44,3 |
Teresina | 10,5 | 35,8 |
Vitória | 10,4 | 38,5 |
Distrito Federal | 10 | 39,8 |
Florianópolis | 9,9 | 40,4 |
Salvador | 9,7 | 39,2 |
Goiânia | 9,2 | 38,4 |
Palmas | 8,8 | 36,4 |
Belo Horizonte | 8,7 | 37,1 |
São Luís | 8,7 | 34,1 |
* Índice de Massa Corporal igual a ou maior que 30kg por m2
** Índice de Massa Corporal igual a ou maior que 25kg por m2
Hipertensão e Diabetes (att.ordem alfabética)
Capital | % de Adultos com Hipertensão Arterial* | % de Adultos com Diabetes* |
---|---|---|
Aracaju | 21,4 | 4 |
Belém | 18,9 | 5,1 |
Belo Horizonte | 23,7 | 3,9 |
Boa Vista | 18,9 | 3,8 |
Campo Grande | 22,3 | 4,2 |
Cuiabá | 20,7 | 3,8 |
Curitiba | 21,1 | 4,9 |
Florianópolis | 17,7 | 4,5 |
Fortaleza | 18,5 | 4,4 |
Goiânia | 18,9 | 4,8 |
João Pessoa | 23,9 | 5,3 |
Macapá | 18,9 | 3,5 |
Maceió | 21,2 | 5 |
Manaus | 18,6 | 4,5 |
Natal | 22,6 | 4,5 |
Palmas | 15,1 | 2,7 |
Porto Alegre | 21,4 | 5,2 |
Porto Velho | 19,8 | 4,8 |
Recife | 24,9 | 5,4 |
Rio Branco | 21,8 | 3,5 |
Rio de Janeiro | 24,8 | 5,9 |
Salvador | 23,4 | 4,7 |
São Luís | 17,8 | 5,3 |
São Paulo | 21,4 | 6,2 |
Teresina | 17,5 | 4,2 |
Vitória | 22,9 | 5 |
Distrito Federal | 18,4 | 5,1 |
* Diagnóstico médico
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice