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31/03/2007 - 11h23

Aeroportos têm dia de fila, caos e até soco

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da Folha de S.Paulo

A paralisação dos controladores de tráfego aéreo reeditou ontem as cenas de filas, desinformação, bate-bocas e até agressões de funcionários de companhias aéreas por passageiros revoltados com o cancelamento de seus vôos.

No aeroporto Tom Jobim, no Rio, Margareth Soares, supervisora da BRA, levou um soco no olho, desferido por um passageiro, e reclamou da falta de segurança no aeroporto. O mesmo passageiro ainda quebrou um computador e uma porta do aeroporto, mas foi embora sem ser identificado.

"Só não foi pior porque os outros passageiros ajudaram e seguraram ele. Havia mais de 300 pessoas no balcão e apenas oito funcionários para atender. Isso não depende de nós. As pessoas deviam entender que se trata de um caos nacional e ter mais paciência", reclamou ela.

No aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande SP), a empresária uruguaia Silvana Ferrer, 48, invadiu o balcão da TAM e discutiu com funcionários. "Não é porque sou estrangeira que podem me destratar."

Em Congonhas (zona sul de São Paulo), os passageiros de pelo menos dois vôos ficaram mais de três horas nas aeronaves à beira da pista, à espera de autorização de decolagem, que não aconteceu.

Outros, como Renato Paiva, 27, nem conseguiram embarcar. Funcionário de uma empresa de material médico, ele ia embarcar com uma encomenda valiosa: material para cirurgia de reconstituição de face que seria feita às 7h de hoje em Campo Grande (MS).

Seu vôo da TAM estava marcado para as 17h30, mas ele não tinha conseguido embarcar até as 23h. Quando soube do cancelamento do vôo, ligou para a equipe médica para avisar.

"Não vou arredar pé do aeroporto, não vou sair daqui até embarcar. O paciente precisa desse material e, sem ele, a cirurgia terá que ser adiada."

Os passageiros que foram surpreendidos nos aeroportos pelo protesto precisaram de paciência para aguardar ao menos quatro horas antes irem para hotéis em Brasília.

As companhias aéreas aguardaram a evolução das negociações, mas precisaram dar início ao cancelamento de vôos pela falta de tripulações disponíveis. As equipes que chegaram na capital federal ultrapassaram o tempo regulamentar e precisavam descansar obrigatoriamente antes de seguir viagem.

A orientação era de conseguir vagas para todos que não morassem em Brasília. Funcionários das empresas informaram que estavam garantidos hotel e transporte para os passageiros com conexão na cidade. Os demais casos seriam analisados individualmente. Até 23h30, a fila no balcão das empresas ainda era grande para remarcação de passagens.

A maioria dos vôos que cruzava a área do Cindacta-1 foi orientada a pousar na capital federal, elevando o número de passageiros nos terminais.

Já os passageiros que deixavam o exterior com destino ao Brasil viveram situações distintas. No início da crise, pilotos que pousariam em Manaus (AM) e Recife (PE) ainda podiam arriscar a viagem. Os que pousariam em cidades mais ao sul, como Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro não decolaram.

Um pouco mais tarde foi expedida uma Notam (notice to airmen, ou informação aos pilotos) que informava a impossibilidade, no caso de aviões que ainda não haviam decolado, de sobrevoar ou pousar na região do Cindacta-1. Vôos internacionais que tivessem como destino ou origem países vizinhos do Brasil na América Latina também foram afetados. Quem já estava voando poderia continuar seu trajeto.

Em Washington (EUA), três companhias (United, American e Delta) cancelaram todos os vôos de ontem à noite para o Brasil e para Buenos Aires.

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