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31/03/2007 - 18h54

Chuva fecha Congonhas por mais de uma hora; atrasos permanecem no país

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da Folha Online

As operações de pouso e decolagem no aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo) ficaram suspensas por mais de uma hora --das 17h14 às 18h25-- devido à forte chuva que atingiu a cidade, neste sábado. Com isso, além dos reflexos causados pela paralisação dos controladores de tráfego aéreo --na noite de sexta-feira (30)--, os passageiros enfrentam mais atrasos causados pelas condições do tempo.

Segundo a Infraero, 67 dos 202 vôos programados para Congonhas das 5h30 às 18h30 sofreram atrasos de mais de uma hora. O número de vôos cancelados chega a 14.

Desde o ano passado, pousos e decolagens são interrompidos em dias de chuva no aeroporto para evitar que aviões derrapem. A medida vale quando as medições apontam que a água acumulada na pista supera 3 mm (um milímetro equivale a um litro de água por um metro quadrado). Congonhas opera apenas com a pista principal desde o dia 27 de fevereiro último, devido às obras para a reforma da pista auxiliar.

Espera

Jamil Bittar /Reuters
Marcos Pontes aguarda em fila no saguão do aeroporto JK, em Brasília
Marcos Pontes aguarda em fila no saguão do aeroporto JK, em Brasília
Segundo estimativas da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), devido à paralisação dos controladores, mais de 18 mil pessoas tiveram os embarques prejudicados. A recomendação da agência é que, antes de seguir para o aeroporto, o passageiro entre em contato com a empresa aérea para confirmar as condições do vôo.

Em nota, a Anac afirma que "as empresas aéreas estão se esforçando para retomar a regularidade das operações o mais rápido possível".

De acordo com balanço da Infraero (estatal que administra os aeroportos), 286 dos 1.118 vôos previstos para ocorrer da 0h às 17h30 no país sofreram atrasos de mais de uma hora (25,6%). A empresa afirma que 108 vôos foram cancelados (9,7%).

Anônimos e famosos enfrentam problemas para embarcar. É o caso do astronauta brasileiro Marcos Pontes. Ele tentava embarcar no Juscelino Kubitschek, em Brasília, neste sábado. O primeiro brasileiro a subir ao espaço precisou esperar no saguão do aeroporto. Muitos tiveram de passar a noite nos aeroportos, sem informações sobre os vôos.

Motim

Com a paralisação dos controladores de tráfego aéreo, decolagens foram suspensas na maior parte do país e aeroportos, lotados. Os reflexos do protesto, com atrasos em vôos, deve continuar a ser sentido nos próximos dias.

O movimento começou a partir do Cindacta-1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), com sede em Brasília --que controla o espaço aéreo nas regiões Sudeste e Centro-Oeste--, e ganhou adesão em outras regiões.

A manifestação chegou ao fim somente após acordo firmado com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que prevê a discussão dos itens reivindicados e uma reunião com o presidente Lula.

O advogado dos controladores de tráfego aéreo, Normando Cavalcanti, afirmou neste sábado que as pessoas que pretendem viajar no feriado da Semana Santa não precisam se preocupar com uma nova paralisação da categoria. No entanto, ele afirma que o governo precisará cumprir as bases do acordo firmado no início da madrugada.

"Se a partir de terça-feira não tivermos essas promessas colocadas em prática, pode haver outra greve, e a Semana Santa pode ser outro inferno", afirmou.

Manifesto

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo divulgou nesta sexta um manifesto em nome dos controladores de tráfego aéreo brasileiros. O documento --sem assinaturas-- falava em auto-aquartelamento e greves de fome para pressionar o governo a fazer melhorias no setor.

Pelo documento, a principal reivindicação dos controladores é o "fim das perseguições e retorno imediato dos representantes de associações e supervisores afastados de suas funções de origem". O argumento seria uma referência, principalmente, à situação de um dos maiores líderes nacionais da categoria, o sargento Edleuzo Souza Cavalcanti, transferido recentemente do Cindacta-1, em Brasília (DF), onde as manifestações dos controladores têm se concentrado, desde o começo da crise, para um destacamento em Santa Maria (RS).

No início da madrugada deste sábado, o governo cedeu às exigências dos controladores, depois do novo apagão aéreo ocorrido no país. De acordo com a minuta de negociação assinada, o governo fará a revisão de atos disciplinares --que incluem transferências e afastamentos--; assegura que os envolvidos no protesto desta sexta não serão punidos; abrirá um canal permanente de negociação com representantes da categoria para discutir a gradual desmilitarização; discutirá a remuneração dos controladores civis e militares, a partir de terça-feira (3); e a desmilitarização do controle do tráfego.

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