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04/04/2007
-
11h22
KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília
ELIANE CANTANHÊDE
Colunista da Folha de S.Paulo
A Aeronáutica comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tem preparado um "plano B" caso haja novo motim de controladores de vôo militares. A intenção é isolar e prender os eventuais líderes do movimento e convocar os que não estiverem na escala de plantão.
Nas palavras de um ministro, "o governo e a Aeronáutica aprenderam com o motim de sexta", mas na FAB o que oficiais alegam é que o governo só perdeu o controle da situação na sexta-feira, dia do maior apagão aéreo da história brasileira, porque Lula impediu que o comandante Juniti Saito agisse, prendendo os grevistas.
Lula tomou a decisão de não prender os controladores devido à avaliação do "gabinete de crise", atribuída também ao próprio comandante Saito, de que o governo não tinha substitutos para os amotinados. E, portanto, a prisão dos amotinados só pioraria a crise. O governo reconhece ter sido pego de surpresa.
O presidente e seus principais auxiliares continuam a avaliar que agiram acertadamente na sexta por falta de alternativa, embora se calem sobre a inação durante os seis meses de crise aérea que desembocaram nos últimos eventos.
Agora, acreditam ter um plano. Entre 50 e 100 homens da Aeronáutica podem ser deslocados para operar o tráfego em novo pico de crise. Certamente haveria lentidão, mas os aeroportos do país não ficariam todos fechados, como aconteceu na sexta.
Conforme a Folha apurou, o "plano B" parte do pressuposto de que os aeroportos foram parados na sexta apenas pelos controladores de plantão, que, por exemplo, seriam apenas 18 no Cindacta-1, de Brasília. Os demais não podem ser considerados grevistas.
À Folha, o comandante Saito negou que o governo esteja recrutando controladores estrangeiros para o caso de emergência. Acrescentou que também não pretende fazê-lo.
Depois de ceder aos controladores e recuar, o governo disse ontem aos representantes dos controladores que a continuidade da negociação dependeria da normalização do controle de tráfego aéreo. A Páscoa será uma espécie de teste.
Crime de motim
O crime de motim é punido pelo Código Penal Militar com 4 a 8 anos de prisão, com 50% a mais de pena para os líderes --6 a 12 anos. Além disso, os condenados seriam banidos do serviço público.
A primeira providência da Aeronáutica está sendo mapear o grau de envolvimento de cada um dos cerca de 2.000 controladores militares com o movimento deflagrado na sexta.
Na avaliação interna, o núcleo dos grevistas é pequeno, já está identificado e é considerado "caso perdido". Se houver nova greve, a ordem será mandar prendê-los em flagrante, sob acusação de crime de acordo com o Código Penal Militar.
O restante tem diferentes graus de envolvimento, e há um trabalho para convencer todos a desistir de nova paralisação.
Isolados os líderes, a FAB avalia que terá condições de saber quantos homens terá de repor. Caso haja uma adesão maciça, no entanto, a Aeronáutica não terá como repor rapidamente pessoal para garantir o fluxo de aeronaves.
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
ELIANE CANTANHÊDE
Colunista da Folha de S.Paulo
A Aeronáutica comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tem preparado um "plano B" caso haja novo motim de controladores de vôo militares. A intenção é isolar e prender os eventuais líderes do movimento e convocar os que não estiverem na escala de plantão.
Nas palavras de um ministro, "o governo e a Aeronáutica aprenderam com o motim de sexta", mas na FAB o que oficiais alegam é que o governo só perdeu o controle da situação na sexta-feira, dia do maior apagão aéreo da história brasileira, porque Lula impediu que o comandante Juniti Saito agisse, prendendo os grevistas.
Lula tomou a decisão de não prender os controladores devido à avaliação do "gabinete de crise", atribuída também ao próprio comandante Saito, de que o governo não tinha substitutos para os amotinados. E, portanto, a prisão dos amotinados só pioraria a crise. O governo reconhece ter sido pego de surpresa.
O presidente e seus principais auxiliares continuam a avaliar que agiram acertadamente na sexta por falta de alternativa, embora se calem sobre a inação durante os seis meses de crise aérea que desembocaram nos últimos eventos.
Agora, acreditam ter um plano. Entre 50 e 100 homens da Aeronáutica podem ser deslocados para operar o tráfego em novo pico de crise. Certamente haveria lentidão, mas os aeroportos do país não ficariam todos fechados, como aconteceu na sexta.
Conforme a Folha apurou, o "plano B" parte do pressuposto de que os aeroportos foram parados na sexta apenas pelos controladores de plantão, que, por exemplo, seriam apenas 18 no Cindacta-1, de Brasília. Os demais não podem ser considerados grevistas.
À Folha, o comandante Saito negou que o governo esteja recrutando controladores estrangeiros para o caso de emergência. Acrescentou que também não pretende fazê-lo.
Depois de ceder aos controladores e recuar, o governo disse ontem aos representantes dos controladores que a continuidade da negociação dependeria da normalização do controle de tráfego aéreo. A Páscoa será uma espécie de teste.
Crime de motim
O crime de motim é punido pelo Código Penal Militar com 4 a 8 anos de prisão, com 50% a mais de pena para os líderes --6 a 12 anos. Além disso, os condenados seriam banidos do serviço público.
A primeira providência da Aeronáutica está sendo mapear o grau de envolvimento de cada um dos cerca de 2.000 controladores militares com o movimento deflagrado na sexta.
Na avaliação interna, o núcleo dos grevistas é pequeno, já está identificado e é considerado "caso perdido". Se houver nova greve, a ordem será mandar prendê-los em flagrante, sob acusação de crime de acordo com o Código Penal Militar.
O restante tem diferentes graus de envolvimento, e há um trabalho para convencer todos a desistir de nova paralisação.
Isolados os líderes, a FAB avalia que terá condições de saber quantos homens terá de repor. Caso haja uma adesão maciça, no entanto, a Aeronáutica não terá como repor rapidamente pessoal para garantir o fluxo de aeronaves.
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