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11/04/2007 - 20h05

Relatórios mostram falhas no controle aéreo brasileiro

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Relatórios sigilosos recebidos por parlamentares da oposição revelam graves problemas no sistema de controle aéreo brasileiro. Os documentos apontam que aviões sumiram dos radares do Cindacta-1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), em Brasília, além da existência de multiplicação de pistas de pouso e mudanças na altitude das aeronaves sem a autorização de torres de comando.

Os documentos reforçam o argumento da oposição da necessidade de instalação da CPI do Apagão Aéreo na Câmara para investigar a crise que atinge o setor. Segundo o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), os controladores já fizeram chegar outros documentos nas mãos de parlamentares que investigam a crise aérea. Um deles demonstra que os controladores também têm verificado problemas em vôos internacionais que transitam no espaço aéreo brasileiro.

"Os relatórios são significativos, recentes. Mas é preciso olhar para eles com atenção. É muito grave o que os controladores vêm afirmando em relação às empresas aéreas brasileiras, o que pode trazer problemas com outros países", disse.

A Folha Online teve acesso aos relatórios que foram escritos em papéis timbrados do Sipaer (Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes). Em um deles, escrito no dia 27 de fevereiro deste ano, o controlador de tráfego aéreo relata que "todos os dias, em todos os turnos [de trabalho]" aviões mudam de altitude automaticamente. "Informo que, cinco meses após o acidente do vôo GOL 1907, em que um dos fatores foi a mudança de nível de vôo, isso ainda vem ocorrendo", relata o controlador.

Em outro relatório, datado de 13 de março deste ano, o controlador reclama que estão ocorrendo "inúmeras multiplicações de alvos" nos radares. O controlador cita os vôos TAM 3141, 3096, 3833, e GOL 1893 e 1693, entre outros, como vítimas de duplicidade no radar.

Ele relata no documento todos os vôos e as posições das aeronaves no momento em que apareceram de forma duplicada nos radares.

Operação Padrão

Em um dos relatórios, o controlador afirma que recebeu a informação de que está proibido realizar operações padrão no tráfego aéreo em vôos internacionais que saiam do Brasil ou cruzem o espaço aéreo nacional. O controlador afirma que recebeu a ordem por fax e, por esse motivo, questiona a determinação.

"Fax não é documento formal para modificar ou criar normas na legislação dos serviços de tráfego aéreo", afirma o controlador no relatório.

Um documento datado de 8 de fevereiro último mostra o apelo de um controlador para a contratação de novos colegas de trabalho para o período noturno. "Faço saber da necessidade de mais operadores-radar no turno de pernoite, compatíveis em número aos turnos da manhã e da tarde, ao fato da soma da carga horária trabalhada no turno, bem como lembrar que o turno do pernoite ser de 9 horas, menos que os outros dois períodos", afirma.

O controlador aponta o Rio de Janeiro como a localidade que mais sofre com a redução de trabalhadores no período noturno. "Sugiro atuações rápidas neste caso. Este relato é mais crítico na região do RJ."

Em uma série de documentos repassados à Folha Online, os controladores também apontam falhas no sistema de freqüência para transmissão e recepção do controle de tráfego aéreo. Um dos relatórios mostra falhas no equipamento do Cindacta-1, com falhas na freqüência nas cidades de Três Marias (MG), Varginha (MG) e Gurupi (TO).

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