Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
02/05/2007 - 21h49

Após fuga de jovem que matou Liana, secretário afasta diretor de unidade

Publicidade

da Folha Online

O secretário da Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Guimarães Marrey, anunciou na noite desta quarta-feira o afastamento do diretor da unidade Tietê do complexo Vila Maria da Fundação Casa (ex-Febem). A decisão foi anunciada horas após a fuga do jovem que matou a adolescente Liana Friedenbach do complexo. Cerca de 20 funcionários da segurança também foram afastados.

O jovem estava no chamado "seguro", local onde ficam os internos que têm rixas com os outros adolescentes ou que são jurados de morte. A área fica no setor administrativo da unidade Tietê. Outro interno que estava no mesmo local também escapou.

Reprodução
O casal Felipe Silva Caffé e Liana Friedenbach, morto na Grande SP em novembro de 2003
O casal Felipe Silva Caffé e Liana Friedenbach, morto na Grande SP em novembro de 2003
Segundo a Secretaria da Justiça, por volta das 18h o jovem apoiou uma escada no muro da unidade --que dá acesso à marginal Tietê-- e fugiu. Ainda de acordo com a secretaria, os agentes de segurança que deveriam vigiar o local estavam em outra parte do complexo.

O secretário foi para a unidade por volta das 19h, onde conversou com o diretor da unidade. Segundo sua assessoria, Marrey não ficou satisfeito com as respostas do diretor e decidiu afastá-lo. A Fundação Casa não divulgou o nome do diretor alegando questões de segurança.

Membros da corregedoria da fundação estiveram nesta noite na unidade, onde ouviram funcionários. A sindicância que vai apurar o caso deve ser instaurada oficialmente amanhã.

Os funcionários serão questionados sobre como o adolescente teve acesso a uma escada e porque não havia ninguém vigiando o local.

Permanência

Apesar de o tempo máximo de permanência do adolescente na fundação (três anos) já ter expirado, ele havia permanecido internado porque a Justiça o havia considerado incapaz de cuidar de si mesmo depois de atingir a maioridade civil.

Com a sentença, o jovem deveria ter ido para um hospital psiquiátrico em novembro do ano passado.

A Secretaria de Estado da Saúde, incumbida de indicar um estabelecimento para onde ele iria, sugeriu dois locais --as casas de custódia de Taubaté e de Franco da Rocha-- que acabaram rejeitados pela Justiça por serem destinados a adultos.

Sem dispor de uma instituição de saúde própria para adolescentes, a secretaria sugeriu, então, que ele fosse mantido na própria Febem, onde receberia tratamento de profissionais da saúde. O jovem deveria permanecer na Febem até a decisão final da Justiça.

O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) impede a divulgação do nome de jovens que cometeram crimes quando tinham menos de 18 anos e estão sob custódia do Estado.

Julgamentos

Os três primeiros réus do caso foram condenados pelo crime no dia 20 de julho. Um quarto acusado --Paulo César da Silva Marques, o Pernambuco-- recorreu da sentença de pronúncia e ainda não tem data para ser julgado.

No júri, Agnaldo Pires foi condenado a 47 anos e três meses de prisão por estupro; Antônio Matias de Barros foi condenado a seis anos de reclusão e um ano, nove meses e 15 dias de detenção por seqüestro, porte de arma e favorecimento pessoal; e Antônio Caetano da Silva pegou 124 anos por ter auxiliado no seqüestro e estuprado Liana.

Crime

O casal mentiu sobre a viagem para Embu-Guaçu aos pais. Liana havia dito que iria para Ilhabela (litoral de São Paulo), com um grupo de jovens da comunidade israelita. A família de Felipe disse que sabia que o rapaz iria acampar na cidade, mas acreditava que ele estaria com amigos.

Os namorados teriam passado a madrugada do dia 1º de novembro de 2003 sob o vão livre do Masp, na avenida Paulista (centro de São Paulo). Teriam ficado no local até as 5h, quando foram para o terminal rodoviário do Tietê (zona norte de São Paulo).

Liana e Felipe desembarcaram em Embu-Guaçu por volta das 9h. Na cidade, compraram macarrão instantâneo, água, biscoitos e leite em pó. De lá, pegaram um outro ônibus para Santa Rita, um lugarejo perto do sítio abandonado onde foram capturados. Os estudantes ainda andaram 4,5 km a pé até o local em que acamparam, sob um telhado caindo aos pedaços.

Com RENATO SANTIAGO e CAROLINA FARIAS, da Folha Online

Leia mais
  • Para pai de Liana, funcionários da Fundação Casa deveriam ser presos
  • Saiba mais sobre o assassinato de Liana e Felipe
  • Leia capítulo de Folha Explica a Violência Urbana

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a Fundação Casa
  • Leia o que já foi publicado sobre o casal Liana e Felipe
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página