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12/05/2007
-
09h48
JUCIMARA DE PAUDA
da Folha Ribeirão
Um casal de homossexuais de classe média de Ribeirão Preto (314 km a norte de SP) obteve na Justiça a guarda provisória de quatro irmãos --três meninas e um menino. A criança menor tem 3 anos e a maior, 10.
Os cabeleireiros João, 34, e Paulo, 40, estão juntos há 15 anos. O processo, que deve culminar na adoção das crianças, corre em segredo de Justiça. Os quatro irmãos de Ribeirão são filhos de uma dependente de drogas, que perdeu a guarda. Eles estavam em um abrigo de menores. As crianças passaram o primeiro Natal na casa dos pais adotivos e duas das meninas tiveram sua primeira festa de aniversário neste ano.
João e Paulo, que já criaram dois filhos naturais de Paulo, disseram que a adoção melhorou o relacionamento deles. "Completou a nossa família. É como se tivessem feito DNA de alma, de tanto amor que tem entre a gente", disse João. A decisão de adotar foi tomada após os filhos de Paulo ficarem adultos e saírem de casa --a menina casou e o rapaz foi morar com a mãe. "Eu queria que alguém me chamasse de pai e para isso não precisava ser meu filho biológico. Quando começaram a mostrar que casal de homossexuais estava adotando fiquei desesperado porque eu poderia realizar meu sonho", afirmou João.
O casal queria duas crianças. Foi, então, chamado ao Fórum pelo juiz, que lhes falou sobre os quatro irmãos à espera de adoção. "Então, eu pensei: quem cuida de dois, três pode cuidar de quatro", disse Paulo.
Para receber as crianças em casa, a primeira providência do casal foi comprar um carro maior para as quatro sentarem no banco de trás. Uma babá que tem disponibilidade para ficar o dia inteiro na chácara em que o casal mora foi contratada para cuidar dos irmãos.
Segundo o casal, a experiência está valendo a pena, apesar das mudanças provocadas na rotina diária. "Estamos muito felizes, principalmente porque a mais velha nos disse que o sonho dela era ter amor e uma família e que isto ela conseguiu agora", afirmou João.
Os irmãos chamam os dois de pai e na comemoração do Dia das Mães, amanhã, quem vai receber um presente é a babá.
"Ela merece porque ajuda muito a gente. Deus colocou tudo na hora certa na nossa vida", afirmou Paulo.
Provável adoção
O juiz Paulo César Gentile, da Vara da Infância e Juventude de Ribeirão Preto, disse que a tendência é que a guarda provisória dos quatro irmãos dada ao casal de homossexuais em dezembro do ano passado evolua para a adoção.
"Sabemos que as crianças estão felizes e tudo corre em harmonia", disse o juiz.
A guarda provisória é feita inicialmente para regularizar a convivência entre a família que acolhe e as crianças e não cria vínculo de parentesco. Ele afirmou que, desde que o casal candidato tenha condição financeira de cuidar das crianças, o juiz não avalia se eles são homossexuais ou heterossexuais.
"Qualquer acolhimento sob forma de guarda, adoção ou tutela é um gesto de fraternidade. A lei determina que quem vai acolher a criança ou adolescente tem que ter condições adequadas e aptidão para isto e qualquer consideração que passe pela opção sexual da pessoa é preconceito."
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Casal gay obtém guarda provisória de 4 irmãos em Ribeirão Preto
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da Folha Ribeirão
Um casal de homossexuais de classe média de Ribeirão Preto (314 km a norte de SP) obteve na Justiça a guarda provisória de quatro irmãos --três meninas e um menino. A criança menor tem 3 anos e a maior, 10.
Os cabeleireiros João, 34, e Paulo, 40, estão juntos há 15 anos. O processo, que deve culminar na adoção das crianças, corre em segredo de Justiça. Os quatro irmãos de Ribeirão são filhos de uma dependente de drogas, que perdeu a guarda. Eles estavam em um abrigo de menores. As crianças passaram o primeiro Natal na casa dos pais adotivos e duas das meninas tiveram sua primeira festa de aniversário neste ano.
João e Paulo, que já criaram dois filhos naturais de Paulo, disseram que a adoção melhorou o relacionamento deles. "Completou a nossa família. É como se tivessem feito DNA de alma, de tanto amor que tem entre a gente", disse João. A decisão de adotar foi tomada após os filhos de Paulo ficarem adultos e saírem de casa --a menina casou e o rapaz foi morar com a mãe. "Eu queria que alguém me chamasse de pai e para isso não precisava ser meu filho biológico. Quando começaram a mostrar que casal de homossexuais estava adotando fiquei desesperado porque eu poderia realizar meu sonho", afirmou João.
O casal queria duas crianças. Foi, então, chamado ao Fórum pelo juiz, que lhes falou sobre os quatro irmãos à espera de adoção. "Então, eu pensei: quem cuida de dois, três pode cuidar de quatro", disse Paulo.
Para receber as crianças em casa, a primeira providência do casal foi comprar um carro maior para as quatro sentarem no banco de trás. Uma babá que tem disponibilidade para ficar o dia inteiro na chácara em que o casal mora foi contratada para cuidar dos irmãos.
Segundo o casal, a experiência está valendo a pena, apesar das mudanças provocadas na rotina diária. "Estamos muito felizes, principalmente porque a mais velha nos disse que o sonho dela era ter amor e uma família e que isto ela conseguiu agora", afirmou João.
Os irmãos chamam os dois de pai e na comemoração do Dia das Mães, amanhã, quem vai receber um presente é a babá.
"Ela merece porque ajuda muito a gente. Deus colocou tudo na hora certa na nossa vida", afirmou Paulo.
Provável adoção
O juiz Paulo César Gentile, da Vara da Infância e Juventude de Ribeirão Preto, disse que a tendência é que a guarda provisória dos quatro irmãos dada ao casal de homossexuais em dezembro do ano passado evolua para a adoção.
"Sabemos que as crianças estão felizes e tudo corre em harmonia", disse o juiz.
A guarda provisória é feita inicialmente para regularizar a convivência entre a família que acolhe e as crianças e não cria vínculo de parentesco. Ele afirmou que, desde que o casal candidato tenha condição financeira de cuidar das crianças, o juiz não avalia se eles são homossexuais ou heterossexuais.
"Qualquer acolhimento sob forma de guarda, adoção ou tutela é um gesto de fraternidade. A lei determina que quem vai acolher a criança ou adolescente tem que ter condições adequadas e aptidão para isto e qualquer consideração que passe pela opção sexual da pessoa é preconceito."
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